Depois de dois anos de especulações, a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton acaba de lançar sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos em 2016. O anúncio foi feito através de um correio eletrônico enviado aos militantes do Partido Democrata pelo coordenador da campanha, John Podesta, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Bill Clinton.
"Todo americano precisa de um campeão", declarou Hillary no vídeo de lançamento da campanha. "Espero ser essa campeã."
Hillary Rodham, filha de uma família conservadora de Chicago, conheceu Bill Clinton quando ambos faziam política estudantil na universidade. Foi primeira-dama do estado do Arkansas e dos EUA.
No primeiro governo Clinton, trabalhou na reforma do sistema de saúde, rejeitada pelo Congresso. Ela resistiu ao escândalo do envolvimento de Clinton com Monica Lewinsky, estagiária da Casa Branca, em 1998.
Ela lançou sua própria carreira política em 2000, elegendo-se senadora pelo estado de Nova York. Em 2008, perdeu a disputa pela candidatura do Partido Democrata para o presidente Barack Obama. Durante seu primeiro governo, chefiou a diplomacia americana.
No momento, Hillary é a preferida entre todos os candidatos, com mais de 40% das preferências. No Partido Republicano, o favorito é Jeb Bush, filho e irmão dos ex-presidente George Herbert Walker Bush e George Walker Bush.
"Ela foi uma secretária de Estado destacada, é minha amiga e, se se lançar, será uma grande candidata e uma excelente candidata", comentou ontem o presidente Barack Obama, no encerramento da 7ª Cúpula das Américas.
Hillary está à direita de Obama, que optou pela diplomacia em vez da guerra. A ala mais radical do Partido Democrata prefere a senadora Elizabeth Warren, de Massaschusetts, uma ex-professora da Universidade de Harvard crítica do sistema financeiro.
Os republicanos devem concentrar seus ataques no atentado terrorista contra o consulado dos EUA em Bengázi, na Líbia, em 11 de setembro de 2012, quando o embaixador e outros três americanos foram mortos. O Departamento de Estado foi acusado de cortar o orçamento, prejudicando a segurança. E também no escândalo do correio eletrônico.
Além do e-mail oficial do governo, Hillary usou uma conta particular. Quando isso foi descoberto, ela declarou ter transferido todas as mensagens de trabalho para os computadores do governo para serem arquivados, mas apagou as mensagens pessoais. Só que nenhum alto funcionário de nenhuma democracia pode decidir isso por contra própria.
O caso ressuscitou a suspeita de que os Clinton atropelam a lei quando julgam necessário. Vai perseguir a ex-secretária durante a campanha.
Outra fragilidade está nas fontes de financiamento externo da Fundação Clinton, que incluem países antidemocráticos. Desde 2001, a Arábia Saudita, o Catar, Omã e os Emirados Árabes Unidos doaram US$ 40 milhões ao casal Clinton. O total vindo do Oriente Médio poderiam chegar a US$ 50 milhões, revelou a companhia jornalística americana McClatchy Newspapers.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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