Enquanto o presidente incompetente Nicolás Maduro ressuscita os fantasmas do imperialismo e da Guerra Fria, a Venezuela enfrenta a piorar crise política e econômica da América Latina, e a situação deve piorar muito mais. A escassez de alimentos chegou a níveis alarmantes, adverte o jornal Latin American Herald Tribune.
"Há uma verdadeira tempestade se formando por falta de dólares. A situação é desesperadora e está em vias de se tornar pior", alerta Russ Dallen, diretor da corretora de valores Caracas Capital Markets. "Nos próximos dois a três meses, vamos ter uma escassez terrível, muito pior do que se viu até o momento. Os níveis dos estoques já estão no piso e neste momento as importações não estão sendo autorizadas."
Com o colapso do modelo econômico do populismo de Hugo Chávez, os venezuelanos se acostumaram nos últimos meses a formar longas filas para tentar comprar produtos básicos como carne, leite, papel higiênico, farinha de trigo e óleo comestível, entre outros itens.
"As associações empresariais, inclusive das indústrias farmacêuticas e de alimentos, estão com estoques em estado crítico", declarou o presidente da Confederação Venezuelana de Industriais, Eduardo Garmendia, em entrevista de rádio.
"Todo o sistema industrial", acrescentou, "está sendo afetado pelas dificuldades para adquirir matérias-primas, mas obviamente é natural que se sinta mais a falta dos produtos de primeira necessidade porque o impacto direto é maior, estamos falando de alimentos e medicamentos."
Os estoques de alimentos não chegam para um mês. "Desde o início do ano, há indústrias alimentícias que não receberam nenhum dólar", afirmou o presidente da Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos (Cavidea), Pablo Baraydar. "Em algumas linhas de produtos, restam estoques para 10 ou 20 dias."
Apesar do iminente colapso da economia, o regime chavista mantém uma cotação absurdamente irreal de 6,30 bolívares fortes por dólar para remédios e alimentos. Há uma outra cotação a 12 bolívares por dólar no Sistema Complementar de Aquisição de Divisas (Sicad) oferecida em leilões do Banco Central da Venezuela.
Se precisarem de mais moedas fortes, as pessoas, empresas públicas e privadas precisam recorrer ao Sistema Marginal de Divisas (Simadi), uma tentativa de legalizar o mercado paralelo onde o dólar valia hoje 194,89 bolívares e as vendas estão limitadas a US$ 300 por dia, US$ 2 mil por mês e US$ 10 mil por ano. No câmbio negro, são necessários 266,40 bolívares para comprar um dólar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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