A companhia japonesa Toyota, maior fabricante mundial de automóveis, deve anunciar hoje um investimento de US$ 1 bilhão na construção de uma nova fábrica no estado de Guanajuato, no México, revelou ontem a agência Reuters.
O projeto acaba com uma moratória de três anos em novos investimentos autoimposta pela Toyota. Ao contrário do que acontece no Brasil e na Argentina, a indústria manufatureira do México cresce com a recuperação da economia dos Estados Unidos, à qual está integrada e da qual é dependente.
Nos primeiros nove meses de 2014, a indústria de transformação avançou 3,4% no México, enquanto caía 1,8% no Brasil e 2,4% da Argentina. Juntos, esses três países são responsáveis por 80% da produção industrial da América Latina. A expectativa para 2015 e 2016 é de uma alta de 4% a 4,5% ao ano.
Em 1990, 69% do comércio exterior do México eram com os EUA. Com a entrada em vigor do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, do inglês), em 1994, esse percentual subiu, chegando a 80% em 2000.
Na virada do século, mesmo sem as preferências comerciais do Nafta, a China passou a ser um produtor industrial mais competitivo. As exportações mexicanas de roupas caíram 43% entre 2002 e 2012, de US$ 7,6 bilhões para US$ 4,3 bilhões.
O México se concentrou em produtos de alto valor agregado, como automóveis e eletroeletrônicos. De 2002 a 2012, as exportações de automóveis aumentaram 152%, de US$ 27,9 bilhões para US$ 70,3 bilhões, e as de eletroeletrônicos 73%, de US$ 43,3 bilhões para US$ 74,9 bilhões. A produção industrial de alto valor agregado representa hoje 18% do produto interno bruto mexicano.
A maioria das maquiladoras, montadoras de produtos de alta tecnologia com componentes importados, fica perto da fronteira com os EUA, nos estados de Monterrey, Baixa Califórnia, Chiapas e Tamaulipas.
No Sul do México, muito mais pobre, as indústrias de tecidos e vestuário se tornaram competitivas diante da China, beneficiando estados como Campeche e Veracruz. As vendas ao exterior de produtos têxteis avançaram 9% nos últimos dois anos e as de roupas 3,5%.
Por causa do aumento dos salários chineses, os custos de produção do México são hoje 20% menores do que na China. Em 2000, eram 58% maiores.
Desde a integração via Nafta, o PIB mexicano cresceu de US$ 383 bilhões para US$ 1,3 trilhão. O México é hoje a segunda maior economia da América Latina, depois do Brasil, e a 15ª do mundo, beneficiando-se do acesso ao maior mercado consumidor do mundo e dos salários muito menores do que os americanos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Toyota investe US$ 1 bilhão em nova fábrica no México
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