As Nações Unidas fizeram um apelo hoje para que haja tréguas diárias na guerra civil do Iêmen para permitir o acesso de equipes de ajuda humanitária aos civis atingidos pelo conflito, noticiou o jornal libanês The Daily Star.
Desde que começou uma intervenção militar da Arábia Saudita e aliados, em 26 de março de 2015, as agências e organizações não governamentais de ajuda humanitária não conseguem entrar nas áreas mais críticas. Pelo menos 650 pessoas foram mortas e outras 2 mil feridas nos últimos 15 dias.
Hoje a Cruz Vermelha e o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) conseguiram enviar dois aviões com suprimentos médicos. A ONG Médicos sem Fronteiras conseguiu mandar um navio com ajuda no início da semana.
Em Genebra, na Suíça, o coordenador de ajuda humanitária da ONU, Johannes van der Klaauw, exigiu uma "trégua humanitária imediatamente": "Precisamos mais desses voos e mais navios" e uma pausa diária nos bombardeios aéreos a Saná, a capital iemenita, para entregar a ajuda.
A ONU tenta negociar com os sauditas e os rebeldes hutis, apoiados pelo Irã, para garantir o acesso diário da ajuda humanitária às zonas de combate.
O Iêmen é o país árabe mais pobre. Antes do agravamento da guerra civil, em fevereiro, quando os hutis, que tinham entrado na capital em setembro de 2014, dissolveram as instituições do Estado e colocaram o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi em prisão domiciliar, 16 milhões de iemenitas precisavam de ajuda humanitária.
Hoje, só no porto de Áden, a segunda maior cidade do país, cenário das batalhas mais ferozes nos últimos dias, "um milhão de pessoas correm risco de ficar sem água potável em dias", advertiu o coordenador da ONU. "A situação em Áden é extremamente preocupante, se não catastrófica." A cidade vive uma "guerra urbana" travada por "milíciais incontroláveis".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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