sexta-feira, 10 de abril de 2015

ONU pede trégua humanitária diária na guerra civil no Iêmen

As Nações Unidas fizeram um apelo hoje para que haja tréguas diárias na guerra civil do Iêmen para permitir o acesso de equipes de ajuda humanitária aos civis atingidos pelo conflito, noticiou o jornal libanês The Daily Star.

Desde que começou uma intervenção militar da Arábia Saudita e aliados, em 26 de março de 2015, as agências e organizações não governamentais de ajuda humanitária não conseguem entrar nas áreas mais críticas. Pelo menos 650 pessoas foram mortas e outras 2 mil feridas nos últimos 15 dias.

Hoje a Cruz Vermelha e o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) conseguiram enviar dois aviões com suprimentos médicos. A ONG Médicos sem Fronteiras conseguiu mandar um navio com ajuda no início da semana.

Em Genebra, na Suíça, o coordenador de ajuda humanitária da ONU, Johannes van der Klaauw, exigiu uma "trégua humanitária imediatamente": "Precisamos mais desses voos e mais navios" e uma pausa diária nos bombardeios aéreos a Saná, a capital iemenita, para entregar a ajuda.

A ONU tenta negociar com os sauditas e os rebeldes hutis, apoiados pelo Irã, para garantir o acesso diário da ajuda humanitária às zonas de combate.

O Iêmen é o país árabe mais pobre. Antes do agravamento da guerra civil, em fevereiro, quando os hutis, que tinham entrado na capital em setembro de 2014, dissolveram as instituições do Estado e colocaram o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi em prisão domiciliar, 16 milhões de iemenitas precisavam de ajuda humanitária.

Hoje, só no porto de Áden, a segunda maior cidade do país, cenário das batalhas mais ferozes nos últimos dias, "um milhão de pessoas correm risco de ficar sem água potável em dias", advertiu o coordenador da ONU. "A situação em Áden é extremamente preocupante, se não catastrófica." A cidade vive uma "guerra urbana" travada por "milíciais incontroláveis".

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