Num desafio ao Kremlin, Ramzan Kadirov, o ditador da república da Chechênia, uma das 85 unidades da Federação Russa, autorizou há dois dias as forças de segurança locais a "atirar para matar" agentes que realizem operações na Chechênia sem seu consentimento, revelou hoje a Rádio Europa Livre.
Suas declarações foram divulgadas dois dias depois que a polícia da região vizinha de Stavropol matou um checheno.
As tensões entre o líder checheno e o governo Vladimir Putin aumentaram desde o assassinato do líder da oposição Boris Nemtsov, em Moscou, a 50 metros das muralhas do Kremlin, em 27 de janeiro de 2015.
Durante as investigações, a polícia russa prendeu dois agentes chechenos de Kadirov, que chegaram a confessar o crime e depois recuaram. O líder checheno chegou a atribuir a morte a muçulmanos indignados com o apoio de Nemtsov aos jornalistas franceses mortos no ataque terrorista contra o jornal humorístico Charlie Hebdo.
Ramzan Kadirov é filho de Akhmad Kadirov, um senhor da guerra que terminou sendo cooptado por Moscou e governou a Chechênia de 5 de outubro de 2003 a 9 de maio de 2004, depois da Segunda Guerra da Chechênia. Akhmad oi assassinado por extremistas muçulmanos durante a parada militar para festejar o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. Mantém com Moscou a mesma relação dúbia do pai.
O líder checheno tem seu exército privado, Kadirovtsy, fez fortuna com o petróleo da Chechência e é acusado de graves violações dos direitos humanos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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