Dois dias depois do terremoto de 7,8 graus na escala Richter que arrasou a capital, Catmandu, e a região central do Nepal, as autoridades anunciaram na manhã desta segunda-feira que o número de mortos passa de 3,2 mil. Outras 6 mil pessoas estão feridas. A dimensão total da tragédia ainda está longe de ser conhecida, observa o jornal The New York Times.
Cerca de 40% do país foram atingidos, avaliaram as Nações Unidas. Além das equipes de resgate para tentar salvar soterrados, as prioridades são água potável, alimentos, medicamentos, roupas, agasalhos e barracas para os desabrigados.
Com a destruição de templos e prédios públicos, os sobreviventes têm dificuldade para encontrar abrigo na capital. Todas as construções foram abaladas. Podem desabar num tremor secundário mais forte. No Monte Everest, o mais alto do mundo, os abalos ameaçam provocar novas avalanches como as que mataram pelo menos 17 montanhistas.
No interior do Nepal, especialmente na área mais próxima do epicentro, a 80 km a noroeste de Catmandu, o acesso é muito difícil. A pobreza e a deficiência do país o tornam totalmente dependente neste momento da ajuda externa de grandes potências como os Estados Unidos, a China e a Índia.
Em Catmandu, uma área usada para paradas e cerimônias militares se transformou num enorme acampamento onde os flagelados chegam com travesseiros, colchões e alguns pertences que conseguiram salvar. Muitos se concentram ao redor da Torre Dharahara, um dos pricipais símbolos da cidade, que desabou.
"Não temos para onde ir", desabafou Mohamed Khalil, que tentava se esquentar ao redor de uma fogueira com um grupo de uns dez homens ao lado das ruínas da torre. "Não temos roupa, não temos comida, não temos remédios e não sabemos se poderemos voltar para nossas casas."
Situado sobre uma falha geológica onde a placa tectônica da Índia se chocou com a da Eurásia formando a Cordilheira do Himalaia há 55 milhões de anos, o Nepal é sacudido com frequência por terremotos. Este foi o maior dos últimos 80 anos.
Centenas de estrangeiros tentam deixar o país, mas o aeroporto de Catmandu dá prioridade aos aviões que levam ajuda de emergência. Até agora, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não soube de nenhum brasileiro morto ou ferido no terremoto.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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