Cerca de 700 refugiados podem ter morrido afogados no naufrágio de um barco pesqueiro no Mar Mediterrâneo a 100 quilômetros da costa da Líbia, informou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Se a tragédia for confirmada, o total mortos nos últimos dez dias vai passar de mil.
De acordo com relatos dos 28 sobreviventes, o barco de 20 metros estava superlotado e enviou um pedido de socorro na noite de sábado para domingo. A Guarda Costeira da Itália mandou um navio mercante português para o local. Quando o navio se aproximou, os migrantes correram todos para o mesmo lado do pesqueiro e viraram o barco.
Dezessete embarcações foram para o local para tentar salvar os náufragos, inclusive navios de Malta, pesqueiros italianos e embarcações privadas. Conseguiram resgatar 28 sobreviventes.
"Eles são homens e mulheres como nós, nossos irmãos buscando uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas da guerra", lamentou o papa Francisco no sermão deste domingo no Vaticano. O papa pediu à sociedade internacional "uma reação rápida e decidida para que estas tragédias não se repitam".
Desde o início do ano, se as mortes foram confirmadas, o total vai chegar a 1,6 mil, o dobro do total de 2014, quando se estima que 280 mil migrantes entraram ilegalmente na União Europeia, sendo 170 mil pelo mar através da Itália.
O presidente da França, François Hollande, considerou o naufrágio "a pior catástrofe dos últimos anos no Mediterrâneo".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 19 de abril de 2015
Naufrágio no Mar Mediterrâneo deixa 700 desaparecidos
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