A caminho da 7ª Cúpula das Américas, a ser realizada em 10 e 11 de abril de 2015 no Panamá, o presidente Barack Obama fez uma escala na Jamaica, onde ofereceu ajuda energética dos Estados Unidos aos 15 países da Comunidade do Caribe no momento em que a Venezuela, assolada por grave crise econômica, está cortando o fornecimento de petróleo subsidiado através da Petrocaribe.
Na verdade, a competição dos EUA não é com a Venezuela. É com a China, que anunciou inclusive a intenção de abrir na Nicarágua um novo canal ligando os oceanos Atlântico e Pacífico para concorrer com o Canal do Panamá.
Nova superpotência econômica, a China levou seu poderio econômico até o "quintal" dos EUA, com investimentos e empréstimos de empresas estatais, e obras públicas como estradas, portos, escolas, hospitais, estádios e prédios públicos.
Desde a Guerra Fria, os países do Mar do Caribe não participavam da competição estratégica entre as grandes potências.
As Bahamas têm um novo estádio construído três anos atrás pelo governo chinês. A pequena ilha de Dominica ganhou um estádio, uma escola e um hospital dos chineses. Antigua e Barbuda receberam uma usina elétrica e um estádio de críquete. E uma empreiteira chinesa ergueu a residência oficial do primeiro-ministro de Trinidad-Tobago.
Na Jamaica, os chineses investiram pesadamente nas fazendas produtoras de cana-de-açúcar e emprestaram centenas de milhões de dólares para obras de infraestrutura. Se a China mantiver este nível de investimento, os EUA, a superpotência em declínio, podem se tornar irrelevantes na região.
Mas o primeiro compromisso de Obama em Kingston foi uma visita ao foi ao Museu Bob Marley, que fica na casa onde o primeiro superastro pop do Terceiro Mundo morou de 1975 até sua morte, em 1981. Obama ficou 20 minutos no museu, onde declarou ainda ter sua coleção de discos de Bob Marley, informou a televisão pública britânica BBC.
Sob a inspiração do estado americano do Colorado, a Jamaica acaba de legalizar o uso recreativo da maconha, uma proposta defendida por Marley décadas atrás. A família do cantor fechou negócio com uma empresa americana para vender produtos ligados à droga com a marca de seu sobrenome.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário