quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Crescimento será decepcionante em 2016, prevê o FMI

Decepcionante e desigual. Assim será o crescimento em 2016, previu a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em artigo no jornal de economia alemão Handelsblatt.

A diretora do Fundo aponta vários fatores de desestabilização da economia mundial como a alta dos juros nos Estados Unidos, a desaceleração da economia da China, a fragilidade do sistema financeiro, a queda nos preços internacionais do petróleo, o escasso aumento da produtividade e o envelhecimento da população.

"Os aumentos dos juros e da cotação do dólar vão levar a calotes de empresas e se propagar perigosamente aos bancos e aos Estados Nacionais", advertiu Lagarde.

Para o Brasil, a expectativa é de uma recessão de pelo menos 1%.

Exército entra em prontidão em todo o Egito para o Ano Novo cristão

A ditadura militar do Egito mobilizou o Exérito em todo o país para tentar impedir ataques terroristas no Ano Novo, uma festa cristã repudiada por extremistas muçulmanos, informou a Agência de Notícias do Oriente Médio.

O Exército vai colaborar com a polícia nas ações de patrulhamento, com atenção especial nos jihadistas. O Egito enfrenta múltiplas ameaças, inclusive de grupos concorrentes como Al Caeda e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Depois da queda do ditador Hosni Mubarak, na Primavera Árabe, em 11 de fevereiro de 2011, o Egito teve um breve governo de um ano da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, fundado em 1928.

Mohamed Mursi, o único presidente eleito democraticamente da história do Egito, foi deposto por um golpe militar liderado pelo atual ditador, Abdel Fattah al-Sissi, em 3 de julho de 2013. Desde então, mais de mil ativistas muçulmanos foram mortos e toda a cúpula da Irmandade, inclusive Mursi, condenada.

Não faltam, então, extremistas dispostos a atacar o Egito. Em 31 de outubro, um avião de passageiros russo foi derrubado quando ia de Charm al-Cheikh, no Mar Vermelho, para São Petersburgo, na Rússia, matando todas as 224 pessoas a bordo.

A Província do Sinai do Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado. O governo egípcio nega que tenha sido terrorismo para não admitir o sucesso dos terroristas.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Governo do Iraque promete acabar com Estado Islâmico em 2016

Em visita a Ramadi, a capital da província de Ambar libertada ontem, o primeiro-ministro Heidar al-Abadi prometeu expulsar do Iraque em 2016 a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou a Agência France Presse (AFP).

Seu próximo objetivo é reconquistar Mossul, tomada pelo Estado Islâmico em 10 de junho de 2014. Mas analistas estratégicos advertem que ainda há muitos obstáculos no caminho.

É prematuro esperar que Mossul possa cair como Tikrit, Sinjar e Ramadi, três cidades iraquianas de onde o Estado Islâmico foi expulso. Mossul, de onde nasceu a palavra muçulmano, é a segunda maior cidade do Iraque e a maior em poder da milícia jihadista.

Atentado terrorista suicida mata 23 pessas no Paquistão

Pelo menos 23 pessoas foram mortas e 56 saíram feridas de um atentado terrorista suicida cometido diante de um prédio público na cidade de Mardã, que fica a noroeste de Islamabade, a capital do Paquistão, noticiou o jornal paquistanês Dawn (Amanhecer) citando fontes policiais.

O ataque foi reivindicado pela milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) do Paquistão.

Um guarda de segurança disse que o terrorista jogou sua motocicleta contra o portão de entrada do prédio e detonou os explosivos que levava junto ao corpo. Outros relatos afirmam que os explosivos estavam numa motocicleta estacionada diante do edifício.

Kuwait ajuda Arábia Saudita a impedir ataques de hutis

O emirado do Kuwait vai enviar tropas à Arábia Saudita para ajudar este país a se defender de ataques através da fronteira de rebeldes hutis do Iêmen, informou hoje a agência Reuters citando como fonte o jornal kuwaitiano Al-Qabas. O governo ainda não confirmou a notícia.

Desde 25 de março de 2015, uma coalizão liderada pelos sauditas intervém militarmente na guerra civil do Iêmen em apoio ao presidente deposta Abed Rabbo Mansur Hadi. Até agora, o Kuwait tinha participado apenas dos bombardeios aéreos, enquanto o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos já enviaram forças terrestres.

A coalizão tenta retomar a capital do Iêmen, Saná, ocupada pelos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, desde setembro de 2014, e a região montanhosa do Norte do país.

É mais uma guerra civil brutal no Oriente Médio, ofuscada pelas situações muito mais graves na Síria e no Iraque, e mais um conflito entre sunitas e xiitas que se insere na disputa pelo poder regional entre Arábia Saudita e Irã.

OMS anuncia fim da epidemia de ebola na Guiné

Depois de 40 dias sem um caso novo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão das Nações Unidas, anunciou hoje oficialmente o fim da epidemia de ebola na Guiné, um país do Leste da África.

A Guiné foi a origem da epidemia que também atingiu duramente a Libéria e Serra Leoa, causando milhares de mortes. O vírus ebola provoca uma febre hemorrágica.

Com apoio internacional, especialmente dos Estados Unidos, de Cuba e da OMS, a epidemia foi praticamente contida nos três países africanos, embora tenham sido registrados casos em outros países. Os sobreviventes ainda apresentam sequelas e estão em observação.

Moeda da China cai à menor cotação desde 2011

A moeda chinesa, o iuane, caiu hoje para 6,4948 por dólar, seu menor valor desde maio de 2011, noticiou a agência Reuters.

Em geral, a procura por dólares nos mercados de câmbio da China aumenta no fim do ano. Então, a volatilidade do iuane não significa necessariamente uma tendência em médio e longo prazos.

A expectativa é de que a recente entrada no iuane na cesta de moedas fortes do Fundo Monetário Internacional (FMI) não cause mudanças importantes em curto prazo no uso da moeda chinesa, que passou a ser uma moeda de reserva.

Economia da Rússia recua 4% num ano

Sob pressão da queda nos preços do petróleo e das sanções por causa da intervenção militar na Ucrânia, a economia da Rússia encolheu 3,8% de janeiro a novembro de 2015 e 4% nos últimos 12 meses, revelou ontem o Ministério do Desenvolvimento Econômico.

Na comparação anual, o saldo comercial caiu 36,8% em novembro para US$ 8,5 bilhões, enquanto as exportações baixaram 31,2%.

Em entrevista à agência de notícias Interfax, o ex-ministro das Finanças Alexei Kudrin declarou que a economia russa ainda não chegou ao fundo do poço, em parte por falta de medidas governamentais efetivas.

Entre as grandes economias do mundo, a Rússia é a única que termina o ano com indicadores piores do que os do Brasil.

Quatro países vão negociar a paz no Afeganistão

O Afeganistão e o Paquistão concordaram em realizar uma reunião quadripartite com os Estados Unidos e a China para traçar um roteiro para a paz no Afeganistão, informou ontem a rádio Voz da Alemanha citando como fonte um porta-voz militar paquistanês.

A reunião foi acertada há dois dias num encontro do comandante do Exército do Paquistão, general Rahil Sharif, com o presidente do Afeganistão, Achraf Ghani, e o primeiro-ministro afegão, Abdullah Abdullah. O objetivo é reiniciar as negociações de paz com a Milícia dos Talebã (Estudantes).

O primeiro encontro quadripartite foi realizado em 9 de dezembro. A China confirmou sua participação no processo.

Em 26 de dezembro, o Parlamento do Afeganistão rejeitou a mediação da Rússia nas negociações de paz com os Talebã. A milícia voltou a mostrar força durante o verão no Hemisfério Norte e ocupa hoje mais territórios do que em qualquer momento desde que a invasão americana de outubro de 2001 a tirou do poder.

A luta interna pela liderança depois do anúncio da morte de seu líder e fundador, o mulá Mohamed Omar, dificulta o processo de paz.

Rússia amplia sanções retaliatórias contra a Turquia

O presidente Vladimir Putin assinou ontem um decreto ampliando as sanções contra a Turquia em retaliação pelo abate de um avião de guerra da Rússia acusado de invadir o espaço aéreo turco em 24 de novembro de 2015, revelou a agência estatal russa Sputnik.

Desde 30 de setembro de 2015, a Rússia intervém na guerra civil da Síria bombardeando grupos rebeldes para sustentar a ditadura de Bachar Assad. Esse foi o primeiro avião derrubado.

As novas medidas incluem uma lista negra de empresas controladas por cidadãos turcos, ampliando sanções anteriores contra companhias com sede na Turquia, mas excluem as exportações de grãos, declarou o vice-primeiro-ministro Arkadi Dvorkovich.

O único setor onde as sanções podem afetar de verdade a economia turca é o de energia. Mas, com o excesso de oferta de petróleo e gás natural no mercado internacional, a Turquia tem a opção de diversificar suas fontes de fornecimento.

Duas explosões matam 32 pessoas em Homs

Pelo menos 32 pessoas morreram e 90 saíram feridas de duas explosões de bombas ontem na cidade de Homs, na Síria, noticiou a agência Reuters citando como fonte a organização não governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres.

Uma explosão foi de carro-bomba e a outra de um terrorista suicida, ambas no bairro de Zahra, próximo ao centro da terceira maior cidade síria, considerada o berço da revolução que degenerou em uma guerra civil. Desde 15 de março de 2011, mais de 250 mil pessoas foram mortas na Síria.

Foi o segundo grande incidente depois de um cessar-fogo em vigor desde o início de dezembro que permitiu a saída de 700 rebeldes e seus familiares para que a ditadura de Bachar Assad retomasse o controle total de Homs.

O primeiro foi em 12 de dezembro, quando duas explosões mataram 16 pessoas, em atentados reivindicados pela milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Essas tréguas locais são a estratégia das Nações Unidas para acabar com a guerra civil na Síria. Em janeiro, devem começar negociações entre o regime e alguns grupos rebeldes, mas não o Estado Islâmico nem a Frente para a Vitória (Jabhat al-Nusra), o braço da rede terrorista Al Caeda no conflito.

Sob pressão dos EUA, a Arábia Saudita formou uma coalizão antiterrorismo que poderia articular uma força terrestre para desalojar o Estado Islâmico das regiões que ocupa na Síria.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Força Desperta é o filme a ganhar US$ 1 bilhão em menos tempo

A Força Desperta, o último filme da série Guerra nas Estrelas, faturou US$ 1 bilhão em 12 dias, batendo o recorde anterior, de Mundo Jurássico, que atingiu esta marca fabulosa em 13 dias com a ajuda das bilheterias da China.

"É quase necessário reescrever todos os livros de recordes por causa deste filme", declarou o analista do mercado cinematográfico Paul Dergarabedian. "É um espanto que Guerra nas Estrelas possa ter faturado US$ 1 bilhão em 12 dias sem estrear na China, o segundo maior mercado do mundo."

O filme estreia na China em 9 de janeiro de 2016.

Japão promete indenizar escravas sexuais da Segunda Guerra Mundial

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu perdão hoje à Coreia do Sul pela escravidão sexual de mulheres coreanas durante a Segunda Guerra Mundial e prometeu uma indenização de 1 bilhão de ienes (US$ 8,3 milhões ou R$ 32 milhões), noticiou o jornal americano The Wall Street Journal.

As chamadas mulheres de conforto, que confortavam os soldados japoneses, já receberam compensações de doações privadas feitas por japoneses, mas o governo sul-coreano sempre cobrou uma indenização governamental.

Restam hoje 46 escravas sexuais sobreviventes. Só uma aceitou o acordo, descrito pelo Conselho Coreano para Mulheres Forçadas à Escravidão Sexual como uma "humilhação diplomática".

Neste mês, os dois países celebraram 50 anos do reatamento de relações diplomáticas. O Japão invadiu a Coreia em 1910. No fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o Sul foi ocupado pelos Estados Unidos e o Norte pela União Soviética, dando origem à divisão do país e à fundação da Coreia do Norte e da Coreia do Sul em 1948.

Os EUA estimulam a melhoria das relações bilaterais entre o Japão e a Coreia do Sul como forma de conter o crescente poderio chinês. A China é a maior parceira comercial da Coreia do Sul e a única aliada do regime comunista da Coreia do Norte.

Califa do Estado Islâmico ameaça Israel

Em mensagem de som divulgada na Internet, o autoproclamado califa do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Abu Bakr al-Baghdadi, ameaçou Israel, declarando que "a Palestina será seu túmulo", informou o Projeto Clarim, que denuncia o extremismo e promove o diálogo pela paz.

Além da advertência, a mensagem repete o discurso jihadista, convocando todos os muçulmanos para a guerra contra todos os infiéis, e questiona a legitimidade da aliança sunita antiterrorismo anunciada pela Arábia Saudita para combater grupos extremistas.

"Se a coalizão saudita fosse realmente islâmica, teria entre seus objetivos a libertação da Palestina, ajudaria o povo do Levante [Grande Síria] e declararia guerra aos rafida [xiitas]. Se fosse islâmica, a China ateia não teria aderido", acusou Al-Baghdadi.

Pela primeira vez, o Estado Islâmico declarou explicitamente guerra a Israel: "Deus fez todos os judeus do mundo se reunirem em Israel e a guerra contra eles se tornou mais fácil. É obrigação de todo muçulmano lutar a guerra santa", afirmou o califa.

"Judeus, vocês não vão desfrutar da Palestina. Deus os juntou na Palestina para que os mujahedin possam atingi-los logo e vocês vão se esconder atrás das rochas e das árvores. A Palestina será seu túmulo", vociferou.

As ameaças a Israel indicam uma mudança. O Estado Islâmico sempre foi antissemita, mas não atacou Israel até agora. Agora, promete passar das palavras à ação.

Sob intenso bombardeio dos Estados Unidos e da Rússia, à medida que perde terreno na Síria e no Iraque, onde o governo acaba de anunciar a reconquista de Ramadi, capital da província de Ambar, o Estado Islâmico procura novos alvos, como mostrou a onda de terror em Paris. Um ataque a Israel ajudaria a recuperar a legitimidade perante as massas árabes despossuídas.

Por poupar Israel, o Estado Islâmico já foi acusado de manter uma aliança secreta com o Estado judaico para desmoralizar e matar muçulmanos.

Com tantos inimigos, é impossível prever onde o Estado Islâmico lançará o próximo ataque. Na guerra da comunicação, enfrenta Israel em busca de apoio político e de novos voluntários para o martírio.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Exército do Iraque retoma sede do governo de Ramadi

Com a cobertura aérea dos Estados Unidos, o Exército do Iraque entrou hoje no complexo governamental de Ramadi, capital da província de Ambar, que estava sob o controle do Estado Islâmico do Iraque e do Levante desde maio de 2015, noticiou a televisão pública britânica BBC citando fontes locais.

As forças de segurança iraquianas acreditam que os jihadistas fugiram para um bairro do Nordeste da cidade. Se a reconquista se confirmar, será a segunda grande cidade do Iraque retomada do Estado Islâmico, depois de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto na invasão americana de 2003.

Quando a retoma for concluída, o controle de Ramadi deve ser entregue à polícia local e a milícias tribais sunitas aliadas ao governo de Bagdá. A ofensiva do Exército deve avançar em direção a Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, em poder do Estado Islâmico desde 10 de junho de 2014.

A operação para recapturar Ramadi começou no início de novembro e avançou lentamente. O governo preferiu não usar milícias xiitas para evitar um agravamento do conflito sectário.

Política do filho único acaba oficialmente na China

O regime comunista da China sancionou hoje a lei que acaba com a política do filho único, em vigor desde 1978 para impedir uma explosão populacional. A partir de 1º de janeiro de 2016, os casais chineses serão autorizados a ter dois filhos.

A reforma está sendo criticada por não liberar os chineses para terem tantos filhos quanto quiserem. Uma das maiores experiências de engenharia social da história da humanidade, a política foi adotada quando já havia um declínio da taxa de natalidade.

Ao limitar a família a ter um só filho, criou desequilíbrios de gênero porque a maioria queria ter filhos homens. Houve infanticídio de meninas, levando o governo a admitir um segundo filho em zonas rurais.

Em algum momento do futuro próximo, a política do filho único vai causar uma escassez de mão de obra no país mais populoso do mundo, distorcendo a relação entre a população economicamente ativa, os idosos e as crianças.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Exército do Islã indica novo líder

A milícia extremista muçulmana Jaish al-Islam (Exército do Islã) indicou hoje Essam al-Buwaydhani como novo líder em substituição a Zahran Allouch, morto ontem num bombardeio da Força Aérea da Rússia contra o quartel-general do grupo, situado na região de Ghuta, nos arredores de Damasco, reportou a agência de notícias Associated Press.

O ataque também matou os líderes das milícias Ahrar al-Sham (Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante) e Faylak al-Rahman. Os três grupos fazem parte da aliança jihadista autointitulada Exército da Conquista.

Desde 30 de setembro de 2015, a Rússia intervém na guerra civil na Síria para sustentar o regime de Bachar Assad. A história indica que a morte de líderes de milícias jihadistas não afeta a capacidade de combate do grupo.

As negociações entre representantes da ditadura de Assad e grupos rebeldes sobre a paz na Síria devem começar no fim de janeiro com em Genebra com mediação das Nações Unidas.

Rebeldes islamitas abandonam áreas da Zona Sul de Damasco

Cerca de 2 mil rebeldes jihadistas devem deixar áreas do Sul de Damasco, a capital da Síria, sitiadas por forças leais à ditadura de Bachar Assad num acordo mediado pelas Nações Unidas, anunciou ontem a televisão da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).

O acordo é mais uma vitória do regime de Assad, revigorado pela intervenção militar da Rússia iniciada em 30 de setembro, quando parecia à beira de um colapso. Também é um sinal dos esforços da sociedade internacional para negociar tréguas locais como pequenos passos rumo a um cessar-fogo geral capaz de criar condições para o fim da guerra síria, que matou mais de 250 mil pessoas nos últimos 4 anos e 9 meses.

Entre os rebeldes que estão saindo da Zona Sul de Damasco, há milicianos do Estado Islâmico e da Frente para a Vitória (Jabhat al-Nusra), braço da rede terrorista Al Caeda (A Base) na Síria.

As negociações diretas entre o governo Assad e grupos rebeldes patrocinadas pela ONU devem começar em 1º de janeiro de 2016. Os grupos mais extremistas, como o Estado Islâmico e a Jabhat al-Nusra não participam.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Exército do Iraque vai atacar Mossul após retomar Ramadi

Depois de recapturar Ramadi, capital da província de Ambar, o Exército do Iraque e milícias aliados planejam atacar Mossul, a segunda maior cidade do país, tomada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante em 10 de junho de 2014, anunciou hoje o primeiro-ministro Heidar al-Abadi.

A reconquista de Mossul tiraria do Estado Islâmico seu maior centro populacional, uma cidade de 2 milhões de habitantes, que deu origem à palavra muçulmano. As duas cidades ficam a 420 quilômetros de distância.

O Exército do Iraque chegou em 22 de dezembro ao centro de Mossul e prometeu acabar com a resistência em dias.

A queda do Mossul foi o marco da grande expansão do território sob o controle do Estado Islâmico. Os soldados iraquianos simplesmente desertaram, abandonando armas de última geração compradas dos Estados Unidos. Em 29 de março de 2014, o grupo terrorista proclamou a fundação de um califado com reivindicação de soberania sobre o mundo inteiro.

Dois meses depois, os EUA entraram na guerra. O presidente Barack Obama prometeu "degradar e destruir" o Estado Islâmico, sem apresentar grandes resultados até agora. A retomada de Ramadi e Mossul seria um passo importante para negar ao EI uma base territorial que o permita de apresentar como um Estado Nacional e não apenas uma milícia terrorista.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Governo do Japão aprova orçamento militar recorde

O governo do Japão aprovou hoje um orçamento de US$ 800 bilhões, com um recorde de US$ 42 bilhões destinados à defesa nacional, uma alta de 1,5% em relação a 2015, informou o jornal Japan Times.

Foi o quarto aumento anual do governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, que está preocupado com o crescente poderio militar da China. O dinheiro será destinado à compra de aviões de caça F-35, aviões espiões, construção de submarinos, desenvolvimento de mísseis e fabricação de um submarino.

Ao assumir um papel maior na segurança regional, em alianças com a Índia e o Vietnã, o Japão corre o risco de novos atritos com a China, além da disputa territorial das lhas Senkaku, que os chineses chamam de Diaoyu.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

França prepara ataque ao Estado Islâmico na Líbia

A França está preparando uma ação militar na Líbia contra a milícia Estado Islâmico do Iraque e do Levante na Síria a ser lançada no primeiro semestre de 2016, revelou hoje o jornal conservador francês Le Figaro.

Na Líbia, o Estado Islâmico se concentra na cidade de Sirte, terra natal do ditador Muamar Kadafi, deposto e morto em 2011. Já degolou um grupo de cristãos egípcios para impor seu reino do terror.

O governo francês tenta articular uma aliança com seus parceiros europeus. A Itália já teria se comprometido a participar. Há discussões em andamento com o Reino Unido e países do Norte da África e do Oriente Médio, entre eles Argélia, Tunísia e Egito.

Paris apoia as negociações entre os dois governos paralelos conduzidas pelas Nações Unidas. Ao mesmo tempo, planeja uma ação militar contra o Estado Islâmico, responsável pelos atentados terroristas que mataram 130 pessoas na capital francesa em 13 de novembro.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Exército do Iraque entra no centro de Ramadi

Depois de uma longa e lenta ofensiva em que teve de enfrentar vários atentados terroristas suicidas, o Exército do Iraque e milícias aliadas chegaram hoje ao centro de Ramadi, capital da província de Ambar, que estava desde março em poder da milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, anunciou a agência Shafaq News. 

Ainda há resistência. O Exército iraquiano estima que ainda haja até 300 rebeldes na cidade. Um porta-voz militar iraquiano prometeu expulsar os últimos jihadistas em 72 horas.A maior resistência foi feita por francoatiradores, terroristas suicidas e carros-bomba.

EUA cresceram em ritmo de 2% ao ano no terceiro trimestre

A maior economia do mundo se expandiu no terceiro trimestre de 2015 num ritmo que projeta um crescimento anual de 2% ao ano, revelou hoje o Birô de Análises Econômicas dos Estados Unidos ao apresentar a terceira estimativa para o produto interno bruto do período. No segundo trimestre, o avanço foi de 3,9% ao ano.

Na segunda estimativa, o crescimento havia sido de 2,1% ao ano. O investimento das empresas na formação de estoques caiu mais do que estimado anteriormente.

A desaceleração em relação ao segundo trimestre se deve ao investimento menor na formação de estoques, desaceleração nas exportações, no consumo pessoal, nos investimentos fixos das empresas e nos gastos de governos municipais e estaduais.

O crescimento no terceiro trimestre foi resultado do consumo pessoal, dos investimentos e dos gastos governamentais, mas o ritmo foi mais fraco do que de abril a junho.

Avalanche de lixo industrial deixa 91 desaparecidos na China

Pelo menos 91 pessoas estão desaparecidas depois de uma avalanche de lama e restos de material de construção escapou de um depósito de lixo industrial sobrecarregado na cidade de Xenzen, no Sul da China.

O depósito deveria ter sido fechado em fevereiro de 2015, mas os dejetos industriais continuaram a ser deixados lá, admitiu um portal de notícias do governo municipal.

A lama veio em "grandes ondas", enquanto os moradores fugiam, contou Peng Jinxin à agência oficial de notícias Nova China. "Num momento a lama esteve a apenas 10 metros de mim."

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Bombardeio da Rússia mata pelo menos 73 pessoas na Síria

Seis bombas despejadas por aviões da Força Aérea da Rússia atingiram um mercado público da cidade de Idlibe, no Noroeste da Síria, matando pelo menos 73 pessoas. Outras 150 pessoas saíram feridas. Algumas foram levadas para a Turquia.

"Há muitos cadáveres sob os escombros", declarou Yasser Hammo, um funcionário da defesa civil. As buscas continuem.

Uma testemunha viu corpos destroçados na rua Jalá, uma das principais do centro da capital da província de Idlibe, que se tornou um importante centro rebelde. "Todo mundo está com medo de que seja apenas o começo", disse Sameh al-Muazim, um morador local.

Em março de 2015, Idlibe foi tomada por uma aliança de milícias extremistas muçulmanas reunidas no Exército da Conquista, inclusive a Frente para a Vitória (Jabhat al-Nusra), braço da rede terrorista Al Caeda na Guerra Civil da Síria.

A pretexto de combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a Rússia intervém militarmente na Síria com bombardeios aéreos desde 30 de setembro de 2015, mas ataca mais outros grupos para sustentar a ditadura de seu aliado Bachar Assad.

Atentado suicida mata seis soldados da OTAN no Afeganistão

Um atentado terrorista suicida da milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) perto da base militar de Bagram matou seis soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e deixou três feridos, noticiou hoje a rede de televisão americana NBC.

O alvo do terrorista era uma patrulha conjunta da OTAN e do Exército afegão numa vila próxima à base aérea.

Na província de Helmande, no Sul do Afeganistão, os Talebã tomaram o distrito estratégico de Sangin e cercaram a chefiatura da polícia, onde cerca de 170 policiais ficaram isolados. O governador advertiu que toda a província está prestes a cair em poder dos rebeldes islamitas.

Apesar da luta interna depois da notícia da morte do mulá Mohamed Omar, fundador e líder da milícia, os Talebã dominam hoje uma fração maior do território afegão do que em qualquer momento desde que seu governo foi derrubado, em outubro de 2001, por uma invasão dos Estados Unidos para punir a rede terrorista Al Caeda e o regime que a acobertava pelos atentados de 11 de setembro.

A Guerra do Afeganistão já é a mais longa da história dos EUA. Mais de 2,3 mil soldados e mais de 1,1 civis foram mortos. Dois terços das mortes ocorreram depois que o presidente Barack Obama dobrou a número de soldados americanos no país, em 2009.

Guerra nas Estrelas fatura mais de US$ 500 milhões no fim de semana

O novo filme da série Guerra nas Estrelas, O Despertar da Força, bateu o recorde de faturamento no fim de semana de estreia arrecadando mais de meio bilhão de dólares, mais de R$ 2 bilhões. 

Foram US$ 247 milhões (R$ 993,6 milhões) nos Estados Unidos e no Canadá, onde o recorde anterior era Mundo Jurássico com US$ 209 milhões (R$ 830 milhões), e US$ 279 milhões (R$ 1,108 bilhão) no exterior, na terceira melhor estreia internacional.

Dos mercados importantes, o filme só não estreou na China, na Índia e na Grécia. Como a China marcha para ser o maior mercado do mundo, a expectativa é que a produção, que custou pouco mais de US$ 200 milhões, fature mais de US$ 1 bilhão.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Direita vence na Espanha sem maioria absoluta

O Partido Popular, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, venceu as eleições parlamentares deste domingo na Espanha, mas perdeu a maioria absoluta. Com 27% dos votos, o PP elegeu 123 dos 350 deputados.

Em segundo lugar, ficou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 90 cadeiras, batendo o novo partido Podemos, da esquerda radical, surgido em resposta à crise econômica, que terá 69 deputados.

Outro partido novo, Cidadãos, de centro, elegeu 40 deputados. Esse resultado marca o fim do bipartidarismo em vigor desde 1982, com o rodízio do PSOE e do PP no poder, e torna difícil a formação de um governo de coalizão com maioria absoluta de 176 deputados. O PSOE já anunciou que vai votar contra um novo governo Mariano Rajoy.

sábado, 19 de dezembro de 2015

ONU aprova por unanimidade resolução pela paz na Síria

Por unanimidade, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou ontem uma resolução pedindo um cessar-fogo e o início de negociações para acabar com a guerra civil na Síria, que matou mais de 250 mil pessoas desde l5 de março de 2011, noticiou o jornal francês Libération.

As negociações começam em 1º de janeiro de 2016. Os grupos mais radicais, como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço armado da rede terrorista Al Caeda na guerra civil síria, não participam.

Até agora, a Rússia e a China haviam vetado vários projetos de resolução alegando que condenavam a ditadura de Bachar Assad e poderiam servir de base para uma intervenção militar como a que derrubou o ditador Muamar Kadafi na Líbia em 2011.

O regime de Assad sofreu novas acusações de atacar com armas químicas à base de cloro. Em agosto de 2013, o presidente Barack Obama não cumpriu a ameaça de mandar a Força Aérea dos Estados Unidos bombardear a Síria se o governo usasse armas químicas.

Seus adversários políticos o acusam de mostrar fraqueza, o que teria levado à intervenção militar da Rússia desde 30 de setembro de 2015.

Brasil veta embaixador designado por Israel

Depois de chamar o Brasil de "anão diplomático", o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, indicou em 5 de agosto um novo embaixador em Brasília, Dani Dayan, rejeitado pelo governo Dilma Rousseff por ser líder dos colonos assentados ilegalmente nos territórios árabes ocupados. O prazo-limite é o Natal, revelou na semana passada o jornal The Times of Israel.

A nomeação de Dayan foi elogiada até mesmo pelo Partido Trabalhista, de esquerda, favorável a uma paz negociada com a criação de um Estado Nacional para o povo palestino, com a retirada israelense dos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em

Imediatamente, no Brasil e em Israel, começou um movimento para pressionar o governo brasileiro a rejeitar a indicação. Em 20 de setembro, o mesmo jornal noticiou que a presidente Dilma Rousseff vetou Dayan, que tivera a nomeação aprovada pelo governo em 6 de setembro.

"O Brasil não vai aceitar Dayan", comentou anonimamente um ex-diplomata israelense. "Eles não nos deram nenhuma resposta, o que significa que esperam que a gente entenda a mensagem por nós mesmos. Para o Brasil, é um escândalo que mande um líder dos colonos como embaixador."

Desde a indicação, Dayan estuda português e mantém contato com organizações judaicas e parlamentares brasileiros. Terá tempo de sobra para aprender a língua, mas talvez não tenha onde usá-la.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Economia da França cresce menos sob impacto do terrorismo

A economia da França deve crescer apenas 0,2% no último trimestre, em vez de dos 0,4% previstos antes, por causa do impacto dos atentados terroristas que mataram 130 pessoas em Paris em 13 de novembro, anunciou hoje o Insee (Instituto de Estatísticas e Estudos Econômicos).

No segundo trimestre, a alta foi de 0,3%. A previsão para 2015 é de uma expansão de 1,1%, a maior em quatro anos, mas que deverá ficar abaixo do crescimento da Zona do Euro, que deve ficar em torno de 1,5%.

O impacto dos atentados terroristas, especialmente nos serviços de hotelaria e restaurantes, reduziu o crescimento em 0,1 ponto percentual.

Banco do Japão amplia programa de compra de títulos

Numa surpresa para o mercado, o banco central do Japão anunciou hoje uma expansão do programa de estímulo à economia do país. O Banco do Japão vai comprar mais US$ 2,5 bilhões em títulos públicos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.

Até agora, o banco central japonês tinha o compromisso de comprar títulos no valor anual de 3 trilhões de ienes, cerca de US$ 25 bilhões.

A abeconomia, a política econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe, pretende acabar com a estagnação e a deflação, duas pragas da economia japonesa nas últimas duas décadas. O país escapou por pouco da recessão com a revisão do crescimento do produto interno bruto no terceiro trimestre, com alta anualizada de 1%.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Delegados dos parlamentos rivais assinam acordo de paz na Líbia

Deputados dos dois parlamentos rivais da Líbia, sediados em Trípoli e em Tobruk, assinaram hoje um acordo de paz negociado pelas Nações Unidas, reportou a agência Reuters.

As potências ocidentais apostam no acordo para acabar com a anarquia em vigor desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011, mas há sérias dúvidas. Anteontem, em entrevista coletiva em Malta, os presidentes dos dois parlamentos pediram o adiamento da assinatura.

O acordo é resultado de mais de um ano de negociações para restaurar a estabilidade depois que a aliança de milícias islamitas Amanhecer da Líbia tomou o controle da capital líbia, Trípoli, forçando o governo reconhecido internacionalmente a se reinstalar em Tobruk.

ONU aprova resolução para cortar renda do Estado Islâmico

Os ministros das Finanças dos 15 países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas devem aprovar hoje uma resolução destinada a cortar os fundos de financiamento da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que incluem contrabando de petróleo e de relíquias históricas, extorsão mediante sequestro e outras atividades criminosas.

A resolução proposta pelos Estados Unidos e a Rússia eleva o Estado Islâmico ao nível da ameaça da rede terrorista Al Caeda, especialmente no Oriente Médio e no Norte da África, mas também no resto do mundo, como mostraram os atentados terroristas de 13 de novembro em Paris.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Banco central dos EUA volta a aumentar as taxas de juros

O Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos, decidiu hoje elevar suas taxas básicas de juros em 0,25 ponto percentual para uma faixa de 0,25% a 0,5% ao ano, revelou há pouco o jornal The Wall Street Journal.

É a primeira alta desde 2006. Em 16 de dezembro de 2008, o Fed baixou os juros para uma faixa de zero a 0,25% ao ano para combater os efeitos da Grande Recessão de 2008-9.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo Fed. Com base nos dados recebidos desde a reunião de outubro, o comitê conclui que a economia americana cresce em "ritmo moderado. O consumo doméstico e os investimentos das empresas aumentaram em ritmo sólido nos últimos meses, e o setor habitacional melhorou ainda mais; no entanto, as exportações.

"Uma série de indicadores recentes do mercado de trabalho, incluindo novos ganhos e o declínio do desemprego, mostram melhoria e confirmam que a subutilização dos recursos trabalhistas diminuiu apreciavelmente desde o início do ano. A inflação continua abaixo da meta informal de longo prazo, em parte refletindo declínio nos preços de energia e nos preços de importações não energéticas", declararam os diretores do Fed.

Em entrevista coletiva, a presidente do Fed, Janet Yellen, afirmou que a alta de juros será gradual. A expectativa do mercado é de quatro aumentos em 2016.

Turquia terá no Catar primeira base militar no exterior

Como parte de um pacto de defesa contra "inimigos comuns", a Turquia vai instalar no emirado árabe do Catar sua primeira base militar no exterior, anunciou o embaixador turco no país, citado pela agência Reuters.

Cerca de 3 mil soldados, unidades aéreas e navais serão estacionados na base, acrescentou o diplomata. É mais um passo importante para a Turquia se tornar uma potência regional do Oriente Médio.

A Turquia e o Catar têm posições comuns em várias questões. Ambos apoiam a Irmandade Muçulmana no Egito, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), na Palestina, e os mesmos grupos rebeldes islamitas na guerra civil síria. Também condenaram a intervenção militar da Rússia na Síria.

Parlamentos rivais rejeitam plano de paz da ONU para a Líbia

Os líderes dos dois Parlamentos rivais da Líbia se encontraram hoje e rejeitaram um plano de paz feito pelas Nações Unidas, um dia antes da esperada assinatura do acordo por líderes moderados, noticiou a agência Reuters.

A proposta da ONU inclui um cessar-fogo e a formação de um governo de união nacional. Não foi esclarecido se a cerimônia de assinatura será realizada. Dentro da Líbia, o plano é questionado sob a acusação de que a ONU não é neutra.

Em 31 de março de 2011, o Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou o uso da força para impedir que o ditador Muamar Kadafi massacre seu próprio povo em meio a uma revolta deflagrada pela chamada Primavera Árabe.

Desde a queda e morte de Kadafi, naquele ano, as milícias que o derrubaram disputam o poder. A Líbia vive em estado de anarquia e recentemente houve infiltração no país do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Arábia Saudita forma aliança militar sunita para combater o terrorismo

A Arábia Saudita formou uma coalizão de 34 países sunitas para combater o terrorismo no Oriente Médio e no Norte da África, noticiou ontem a televisão saudita Al Arabiya, citando como fonte o segundo príncipe herdeiro e ministro da Defesa, Mohamed ben Salman al-Saud. O objetivo é lutar contra extremistas no Afeganistão, no Egito, no Iraque, na Líbia e na Síria.

Desde 25 de março de 2015, a Arábia Saudita intervém militarmente junto com outros nove países de maioria sunita na guerra civil do Iêmen em apoio ao governo deposto contra os rebeldes hutis apoiados pelo Irã. A intervenção gerou um impasse.

Entre os países da nova aliança, estão o Egito, o Catar, os Emirados Árabes Unidos, a Turquia, o Paquistão e a Malásia. Num Oriente Médio mais instável com o recuo dos Estados Unidos e uma disputa de poder entre os candidatos a potências regionais - Arábia Saudita, Egito, Irã, Israel e Turquia -, há o temor de que os sauditas aproveitem a aliança para avançar seus próprios interesses.

Hoje há conflitos entre sunitas e xiitas com interferência da Arábia Saudita e do Irã no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria. Trazem o risco de uma conflagração geral no Oriente Médio.

A República Islâmica do Irã é vista como inimigos pela Arábia Saudita e seus aliados no Conselho de Cooperação do Golfo como o Catar, os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait. Mas o Estado Islâmico do Iraque e do Levante é considerado a maior ameaça às monarquias petroleiras do Golfo Pérsico desde que o Iraque de Saddam Hussein invadiu o Kuwait em 2 de agosto de 1990.

Outra questão central no combate ao terrorismo é a luta ideológica. Grupos como Al Caeda e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante são salafistas, uma corrente do islamismo próxima do wahabismo, a religião oficial saudita.

Sem um programa educacional que enfrente o radicalismo e ensine aos estudantes nas escolas dos países muçulmanos que o Islã é uma religião de paz, a sedução mortal do terrorismo vai continuar assombrando o Oriente Médio e o mundo, e conquistando corações e mentes de jovens em busca de aventura. Este seria o passo mais importante para os sauditas na luta contra o terrorismo, deslegitimar o extremismo muçulmano.

Se até o direito de mulheres votarem e serem votadas foi aprovado e exercitado no último fim de semana pela ultraconservadora sociedade saudita, desafiar os clérigos radicais é outra etapa incontornável para sair da era medieval e entrar no mundo moderno.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Coalizão saudita anuncia cessar-fogo no Iêmen

Uma trégua entrou em vigor ao meio-dia de hoje na guerra civil do Iêmen, anunciou um porta-voz da aliança sunita liderada pela Arábia Saudita, que enfrenta os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, noticiou a agência Reuters citando como fonte a imprensa saudita.

O cessar-fogo deveria durar até 21 de dezembro, mas já há relatos de violações com 15 mortes. A trégua coincide com o reinício das negociações de paz mediadas pelas Nações Unidas.

A guerra civil do Iêmen entrou num impasse. Desde setembro de 2014, os rebeldes ocupam a capital, Saná. Em fevereiro, o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi fugiu para a Arábia Saudita, onde pediu ajuda para retomar o poder.

Desde 25 de março, uma aliança militar liderada pelos sauditas bombardeia os rebeldes hutis, que não conseguiram dominar todo o país historicamente dividido entre Norte e Sul, e unificado em 1990.

Barril do petróleo cai brevemente abaixo de US$ 35

Com a volta do Irã a um mercado internacional de petróleo com excesso de oferta de grandes produtores como Arábia Saudita, Estados Unidos e Rússia, o barril do tipo Brent, do Mar do Norte, padrão da Bolsa Mercantil de Londres, caiu até US$ 36,33 por barril, abaixo dos US$ 36,61 de dezembro de 2008, mas fechou em US$ 37,92. Nos EUA, o petróleo tipo West Texas Intermediate, padrão da Bolsa Mercantil de Nova York, chegou a ser vendido a US$ 34,53. Fechou em US$ 36,31.

As duas cotações caíram mais de 10% na semana passada. Os analistas esperam que nos próximos dias, o petróleo teste os mínimos desde 2008 e 2004. Se o Congresso dos EUA levantar a proibição de exportar petróleo, as duas cotações poderiam se aproximar. 

O gás natural também caiu com a baixa generalizada no setor de energia. Nos EUA, o preço recuou 4,8% pra US$ 1,894 por milhão de BTUs (British Thermal Units). Como até agora o inverno que se aproxima no Hemisfério Norte foi suave, não há pressão de aumento do consumo capaz de elevar os preços.

No mercado futuro, o óleo diesel perdeu 1,6%, passando para US$ 1,1277 por galão (3,785 litros), o menor preço desde agosto de 2004. Na bomba, a gasolina está sendo vendida a US$ 2 por galão.

A maioria dos analistas ouvidos pelo jornal The Wall Street Journal espera um barril de petróleo em torno de US$ 55 em 2016 nos EUA, mas alguns preveem preços médios abaixo dos registrados em 2015.

Mais de 190 países assinaram no sábado passado um acordo para conter o aquecimento global que, na opinião dos ecologistas, obrigaria a manter 80% das reservas de petróleo, carvão e gás natural intocadas. O Acordo de Paris teve pouco impacto nos preços porque o mercado não acredita que seja rigoroso.

Os países apresentaram metas voluntárias de redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa, que serão revisadas a cada cinco anos a partir de 2023. Não há sanções ou punições previstas para quem não cumprir as metas. É o acordo possível, ainda insuficiente.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Colômbia e FARC chegam a acordo sobre reparações às vítimas

Em mais um passo decisivo rumo à paz, o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram a um acordo nas negociações de Havana sobre reparações às vítimas da guerra civil iniciada em 1964, revelou um negociador da guerrilha.

As negociações agora devem se concentrar na última questão em pauta, o desarmamento dos rebeldes. Um acordo definitivo deve ser anunciado em março de 2016.

Mesmo que os rebeldes deponham as armas, a julgar por processos de paz anteriores, por exemplo, na América Central, a tendência é que muitos ex-guerrilheiros não se reintegrem à vida civil, passando a fazer parte de grupos do crime organizados envolvidos no contrabando, tráfico de drogas e tráfico de armas.

Rússia cresce como exportadora mundial de armas

Os fabricantes dos Estados Unidos ainda têm mais da metade do mercado mundial de armas e junto com a Europa mais de 80%, mas suas vendas estão em queda, enquanto seus concorrentes da Rússia avançam, anunciou hoje  na Suécia o Instituto de Pesquisas sobre a Paz Internacional de Estocolmo (SIPRI).

Pelo quarto ano consecutivo, o faturamento dos cem maiores fabricantes de armas do mundo recuou. De 2013 para 2014, a queda foi de 1,5%. O total de negócios dessas empresas somou US$ 401 bilhões, mais de cem vezes o orçamento anual das missões de paz das Nações Unidas.

As indústrias dos EUA e da Europa, que dominam 80% do mercado viram suas vendas caírem 3,2%, enquanto fábricas de armas de outras regiões cresceram.

Os EUA lideram a lista das cem maiores fábricas de armas, com 54,4% do total. Suas vendas baixaram 4,1% em 2014, quase o mesmo ritmo de queda de 2013.

Contrariando a tendência, a maior empresa do setor bélico no mundo inteiro, a Lockheed Martin, faturou 3,9% mais no ano passado, num total de US$ 37,5 bilhões. A Boeing ficou em segundo, com vendas de US$ 28,3 bilhões e crescimento de US$ 4,4 bilhões em 2014.

"Com a compra da fábrica de helicópteros Sikorsky Aircraft em 2015, a distância entre a Lockheed Martin e as outras vai aumentar ainda mais", prevê a diretora do Programa de Despesas Militares e Armas do SIPRI, Aude Fleurent.

Na Europa Ocidental, as vendas do setor de defesa caíram 7,4% em 2014. Só houve crescimento na Alemanha (9,4%), graças principalmente ao estaleiro ThyssenKrupp (29,5%), e na Suíça (11,2%).

As 36 empresas do resto do mundo registraram alta de 25%, com um salto de 50% nas vendas da indústria russa.

Apesar da recessão econômica agravada pela forte baixa nos preços do petróleo, a indústria bélica da Rússia manteve um forte crescimento em 2014. O número de empresas russas entre as 100 maiores do setor de defesa subiu de 9 para 11, com uma fatia de 10,2% do mercado.

As duas novas empresas russas se chamam Sistemas de Alta Precisão e RTI.

O Brasil, a Índia, a Coreia do Sul e a Turquia foram agrupados como "produtores emergentes", com 3,7% do total e crescimento de 5,1% no ano passado.

PP lidera na reta final da campanha eleitoral na Espanha

A seis dias das eleições parlamentares na Espanha, o governante Partido Popular, de direita, lidera as pesquisas com 25,3%, seguido pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) com 21% e pelos novos partidos de esquerda Podemos (19,1%) e de centro Cidadãos (18,2%), noticia hoje o jornal espanhol El País.

Depois da pior crise econômica desde a redemocratização da Espanha, em que o desemprego atingiu um quarto da população ativa, estas eleições marcam o fim do bipartidarismo. A partir da eleição do socialista Felipe González, em 1982, PSOE e PP se alternaram no poder. Agora, terão de formar coligações para governar com os novos partidos nascidos da crise.

Com base nos números da pesquisa do instituto Metroscopia, o PP deve eleger 109 dos 350 deputados, ficando bem abaixo da maioria simples, de 176 cadeiras. O PSOE teria 90, Podemos e Cidadãos 60 deputados cada e a Esquerda Unida, dois parlamentares.

Em relação à sondagem anterior, o PP se consolida em primeiro lugar, mesmo com o primeiro-ministro Mariano Rajoy fugindo dos debates. O PSOE, liderado por Pedro Sánchez, caiu um pouco. Podemos, liderado por Pablo Iglesias, avançou dois pontos e Cidadãos, liderado por Albert Rivera, caiu quatro pontos.

Com tanto em jogo, a expectativa é de uma taxa de abstenção em torno de 20%.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Extrema direita perde eleições regionais na França

Depois de vencer o primeiro turno em seis regiões e de obter no segundo turno a maior votação de sua história (6,82 milhões ou 28%), a Frente Nacional, de extrema direita, não conseguiu no segundo turno, realizado neste domingo, conquistar o governo de nenhuma das 13 regiões da França metropolitana. 

Com 40% da votação total, a coalizão de centro-direita comandada pelo partido Os Republicanos ganhou em sete regiões e a aliança de centro-esquerda liderada pelo Partido Socialista em cinco com 29,3%. Os nacionalistas venceram na ilha da Córsega. A taxa de participação foi de 59%.

O primeiro-ministro socialista Manuel Valls saudou "os eleitores que responderam ao apelo claro, nítido e corajoso da esquerda para barrar a extrema direita, que não conquistou nesta noite nenhuma região." Ao mesmo tempo, ele advertiu para o risco da complacência e do "triunfalismo. A ameaça da extrema direita não está afastada."

Nas duas regiões onde a FN tinha mais chance, o PS retirou suas listas de candidatos para barrar a ultradireita, recomendando a seu eleitorado votar na aliança de centro-direita liderada pelo partido Os Republicanos, do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

A própria líder neofascista, Marine Le Pen, era candidata na região do Norte-Passo de Calais-Picardia. A lista da FN teve 43% dos votos, sendo superada pelos Republicanos em aliança com a União Democrática Independente (UDI), sob a liderança de Xavier Bertrand, que receberam 57% da votação.

Na região da Provença-Alpes-Costa Azul, a cabeça da chapa da FN era Marion Maréchal-Le Pen, sobrinha da chefe do partido. Ficou em 47,8%. Perdeu para a coalizão de centro-direita, chefiada na região por Christian Estrosi, que levou 52,2%.

A centro-direita também ganhou na Ilha da França, a região mais populosa, que inclui Paris, na Alsácia-Champanhe-Ardenas-Lorena, no País do Loire, em Auvergne-Rhône-Alpes e na Normandia.

O PS e aliados ganharam na Bretanha, onde a lista foi liderada pelo ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, na Aquitânia-Limousine-Poitou-Charantes, na Borgonha-Franco-Condado, em Languedoc-Roussillion-Meio-Pirineus e no Centro-Vale do Loire

Irritada, Marine atacou o "regime falido" e voltou a falar na "ascensão irresistível" do que chama de movimento nacionalista. Ela sonha com o Palácio do Eliseu, mas deve enfrentar a mesma frente republicana na eleição presidencial de 2017.

Trump sobe em pesquisa da NBC e do Wall Street Journal

Apesar das críticas à sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, o magnata imobiliário Donald Trump avançou na pesquisa da rede de televisão NBC e do jornal The Wall Street Journal sobre a disputa da candidatura do Partido Republicano à Casa Branca em 2016.

Depois de atingir impressionantes 35% em pesquisa da rede de TV CBS e do jornal The New York Times, Trump teve o apoio de 27% dos entrevistados, ultrapassando o médico-cirurgião Ben Carson, que sofreu uma queda forte e foi superado pelos senadores Ted Cruz e Marco Rubio.

Cruz, o mais conservador entre os políticos profissionais aspirantes à candidatura da oposição, ficou em segundo lugar com 22%. Ele tem o cuidado de não criticar Trump na expectativa de herdar os votos do magnata quando este sair da corrida à Casa Branca.

Trump não parece disposto a desistir. Se for boicotado pela cúpula do partido, ameaça concorrer como candidato independente. Isso dividiria o eleitorado conservador, facilitando a vitória da ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, franca favorita no Partido Democrata.

O senador Marco Rubio, da Flórida, filho de imigrantes cubanos, que hoje seria o favorito dos caciques republicanos, ficou em terceiro com 15%.

Carson desabou de 29% no fim de outubro, quando liderava a disputa, para 11%, em parte pelas besteiras que falou depois dos atentados terroristas em Paris e em San Bernardino, na Califórnia, que trouxeram a política externa e a segurança nacional para o centro do debate. O cirurgião aposentado chegou a dizer que as Pirâmides do Egito eram silos para estocar grãos.

A pesquisa não dá muita esperança ao favorito no início da campanha, o ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes dos EUA. Jeb teve 7%. A ex-diretora-executiva da transnacional Hewlett-Packard Carli Fiorina ficou com 5%. O ex-governador de Arkansas Mike Huckabee e o governador de Nova Jérsei, Chris Christie, não passaram de 3%. O governador de Ohio, John Kasich, e o senador Rand Paul encerraram a fila com 2%.

As eleições primárias que vão apontar os candidatos começam em 1º de fevereiro de 2016.

Império do Terror tem origem no Afeganistão

O moderno jihadismo sunita nasce da resistência contra a invasão soviética no Afeganistão, no Natal de 1979. Uma aliança entre os Estados Unidos, a Arábia Saudita, a China e o Paquistão financiou, armou e treinou uma guerrilha que está na origem do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a mais poderosa organização terrorista não estatal da história.

Depois da vitória sobre a União Soviética, os chamados árabes afegãos fundaram a rede terrorista al Caeda (a Base), em 1988, sob a liderança de Ossama ben Laden, e se voltaram contra os EUA, principalmente depois que forças americanas foram para a Arábia Saudita defender o reino da ameaça de Saddam Hussein, que invadira o vizinho Kuwait em 1990. 

Quando as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia foram atacadas, em agosto de 1998, o então presidente Bill Clinton mandou bombardear os campos da Caeda no Afeganistão, mas não foi além disso.

A resposta veio com os atentados de 11 de setembro de 2011, um marco da globalização do terrorismo. Até então, os atos de terrorismo era cometidos por regimes ditatoriais ou por grupos rebeldes armados movidos por interesses nacionalistas, como os movimentos de libertação nacional do pós-guerra.

Com a guerra declarada por George W Bush contra o terrorismo e as invasões do Afeganistão e do Iraque, no período de 2005-10, al Caeda se dispersou em ramos nacionais mais interessados em atacar o “inimigo próximo”, ou seja, governos locais ou nacionais. A morte de Ben Laden, em 2 de maio de 2011, foi outro duro golpe na organização.

Neste sentido, no livro Estado Islâmico: uma breve introdução, publicado em 2015, Charles Lister argumenta que, “embora as conspirações terroristas contra alvos ocidentais continuem, a principal ameaça aos interesses do Ocidente hoje está na crescente instabilidade do Oriente Médio, que os grupos jihadistas exploram em seu próprio benefício.”

Esta zona de instabilidade inclui hoje o Iraque, a Síria, o Líbano, o Sul da Turquia e o Norte da Jordânia, para não falar da guerra civil no Iêmen, que é distante geograficamente, fica do outro lado da Arábia Saudita, no Sul da Península Arábica.

Tanto a invasão o Iraque de 2003 quanto a guerra civil na Síria tiveram grande peso na desestabilização do Oriente Médio, mas “o maior risco à estabilidade em longo prazo brota da visão dos jihadistas que formaram em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante ou Daech (acrônimo árabe), também conhecido pelas siglas em ingles ISIS ou ISIL.

Em 29 de junho de 2014, no primeiro dia do sagrado mês  do Ramadã, o porta-voz do EIIL, Taha Subi Falaha (Abu Muhammad al Adnani) proclamou a restauração do Califado sob a liderança de Ibrahim Awwad Ibrahim Ali al-Badri (Abu Bakr al-Baghdadi).

Na mesma data, o grupo mudou seu nome para Estado Islâmico e passou a chamar seu líder de Califa Ibrahim.

A refundação do califado aconteceu dias depois de uma grande vitória militar. Em 9 e 10 de junho, o Estado Islâmico tomou em menos de 24 horas Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, inflamando a revolta da minoria sunita, que estava no poder durante a ditadura de Saddam Hussein, contra o governo do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki

Quando o Califa Ibrahim fez sua primeira e única aparição em pública, em 4 de julho, na mesquita central de Mossul, o território controlado Estado Islâmico ia de al-Babe, na província de Alepo, na Síria, até Suleiman Bek, na província de Saladino, no Iraque, a mais de 600 quilômetros de distância.

Antes de conquistar Mossul, os ativos do EI somavam pelo menos US$ 875 milhões, estimou o jornal inglês Financial Times. Em setembro, o total subiu para cerca de US$ 2 bilhões com o equipamento tomado do Exército do Iraque, que desertou, a cerca de US$ 2 milhões por dia ganhos com o contrabando de petróleo.

O Estado Islâmico virou uma séria ameaça tanto para a segurança regional quanto para a internacional e um concorrente direta da rede al Caeda na luta pela liderança do movimento jihadista internacional na busca de legitimidade, recursos e voluntários para o martírio.

Depois da uma campanha genocida com o povo yazidi e a degola de reféns ocidentais, em agosto de 2014, o presidente Barack Obama anunciou a articulação de uma coalizão aérea para bombardear o Estado Islâmico com o objetivo de “degradar e destruir” o EI.

A aliança tem hoje 65 países. Desde 30 de setembro de 2015, a Rússia intervém na guerra civil da Síria atacando grupos que lutam contra a ditadura de Bachar Assad. A França passou a atacar também na Síria depois dos atentados que mataram 130 pessoas em Paris em 13 de novembro.

Apesar da intensa pressão, o EI ainda se mostra capaz de realizar operações ofensivas, embora não tenha obtido vitórias importantes desde a tomada de Palmira, na Síria, e de Ramadi, no Iraque, em maio de 2015.


“Qualquer estratégia para conter o EI deve atacar os problemas políticos e sociais do Iraque e da Síria”, conclui Lister. Além da guerra para negar território ao califado, será necessário combater as ações terroristas do grupo, cortar suas fontes de financiamento e travar uma guerra ideológica contra o extremismo muçulmano.

sábado, 12 de dezembro de 2015

ONU aprova primeiro acordo universal contra aquecimento global

No fim de duas semanas de negociações, os representantes de 195 países acabam de aprovar por aclamação em Paris o primeiro acordo universal para combater o aquecimento global. O objetivo é manter o aumento da temperatura média do planeta "bem abaixo" de dois graus centígrados em comparação com a era pré-industrial e fazer esforços para limitar a alta em 1,5ºC.

Mais de 180 países apresentaram metas voluntárias de controle das emissões de gás carbônico, o principal vilão do agravamento do efeito estufa. De cinco em cinco anos, esses compromissos serão avaliados.

A partir de 2020, os países desenvolvidos se comprometem em dar uma ajuda anual de US$ 100 bilhões para financiar a transição dos países em desenvolvimento para uma economia com baixo consumo de carbono, com menor queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo.

A acordo de Paris é resultado de um longo processo de negociações que começou em 1992 na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), quando foi aprovada a Convenção da ONU sobre Mudança do Clima.

Desde 1995, ONU realiza conferência anuais sobre mudança do clima. Esta é a 21º CoP (Conferência das Partes da Convenção do Clima). Em 1997, foi aprovado o Protocolo de Quioto, o primeiro tratado internacional para conter as emissões de gases de efeito estufa, mas só se aplicava aos países industrializados.

Além de não dar resultado, o Protocolo de Quioto expirou em 2012. Neste período, o extraordinário desenvolvimento industrial da China tornou este país o maior emissor de gases poluentes. Era necessário então um acordo que englobasse todos os países.

Como líder de um bloco de 136 países em desenvolvimento, a China insistiu na questão da "responsabilidade comum, mas diferenciada", já que os países de industrialização recente não podem ser acusados pelo aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera.

Outra questão delicada é o financiamento da ações contra o aquecimento global. Esse compromisso dos países ricos de dar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para financiar o combate à mudança do clima vem da CoP-15, realizada em 2009 em Copenhague, na Dinamarca. Foi reafirmado em Paris.

Oposições sírias formam equipe para negociar a paz

Apesar das divergências, várias facções que lutam contra a ditadura de Bachar Assad, reunidas em Riade, na Arábia Saudita, conseguiram formar uma equipe para participar das negociações para acabar com a guerra civil na Síria, a serem iniciadas em 1º de janeiro de 2016 com o patrocínio dos Estados Unidos, da Rússia e das Nações Unidas.

Fazem parte do grupo representantes de facções rebeldes importantes como o Exército da Síria Livre, apoiado pelo Ocidente; e grupos radicais islâmicos como Ahrar al-Sham (Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante) e Jaish al-Islam (Exército do Islã).

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a Jabhat al-Nusra (Frente da Vitória), braço da rede terrorista al Caeda na guerra civil da Síria e as Forças Democráticas Sírias, que incluem assírios, turcomanos e outras minorias, foram excluídas da reunião na Arábia Saudita.

Em Genebra, na Suíça, o Palácio das Nações, a sede da ONU na Europa, está sob forte vigilância e a cidade inteira em estado de alerta. Uma célula do Estado Islâmico estaria planejando atentados na cidade, onde o secretário de Estado americano, John Kerry, o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, e um representante da ONU se encontrariam ontem para preparar as negociações de paz.

A reunião entre EUA, Rússia e ONU foi transferida para local não revelado por razões de segurança

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Tigre econômico europeu está de volta

Para o Brasil e a maioria dos países da Europa, um crescimento anual de 1,4% seria uma festa. A Irlanda cresceu isso só no terceiro trimestre de 2015. Em 12 meses, o avanço foi de 7%. Seu produto interno bruto já ultrapassou o pico de 2007, anterior à crise financeira internacional.

Antes da Grande Recessão (2008-9), a Irlanda era chamada de tigre europeu em comparação com os chamados tigres asiáticos (Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan). Essas economias alcançaram taxas médias anuais de crescimento econômico de 7% dos anos 1960s aos 1990s. Foram abaladas pela crise da Ásia de 1997-98, mas se recuperaram.

Com carga fiscal mais baixa que os sócios europeus, a Irlanda aproveitou a língua inglesa e outros estímulos para se tornar a sede de várias empresas transnacionais americanas no mercado comum europeu. Em 2007, sua renda per capita superava as da Alemanha e do Reino Unido.

Uma das consequências negativas do sucesso foi uma especulação imobiliária, estimulada pelo aumento da imigração, especialmente de jovens ligados no mercado de alta tecnologia, e pelos impostos baixos que levaram vários cidadãos europeus a ter domicílio fiscal na Irlanda.

Quando a bolha estourou, todo o sistema financeiro irlandês quebrou. Para evitar a total desnacionalização do setor, o governo assumiu a dívida dos bancos, elevando o déficit do setor público para 32% do PIB.

Durante a crise das dívidas públicas dos países da periferia da Zona do Euro deflagrada pelo colapso das contas públicas da Grécia, no fim de 2009, o governo da Irlanda assumiu uma dívida bancária de 100 bilhões de euros.

Em 21 de novembro de 2010, o então primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, pediu ajuda aos sócios da Eurozona e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e pouco depois recebeu empréstimos no valor de 67,5 bilhões de euros.

A dívida pública da Irlanda chegou ao pico de 123% do PIB em 2013, mas caiu para 97%. Três anos depois do resgate, a Irlanda abandonou o programa de ajuste fiscal. Pelo quinto ano seguido, vai bater as metas oficiais de déficit orçamentário.

Com desemprego de 8,9% e a dívida pessoal e familiar equivalente a 1,8 vez a renda disponível, o tigre europeu ainda têm pontos vulneráveis. Mas deve ser o país que mais crescerá na Europa nos próximos anos com grande vantagem sobre os outros.

Talebã atacam Embaixada da Espanha no Afeganistão

A milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) reivindicou a autoria de um ataque contra a Embaixada da Espanha em Cabul, noticiou a Agência France Presse (AFP). A nota foi divulgada hoje no Twitter, depois de troca de tiros e explosões perto de uma das casas de hóspedes da embaixada.

A explosão de um carro-bomba teria dado início à ação. De acordo com uma agência de notícias local TOLO News, há rebeldes dentro da embaixada. A Espanha confirmou o ataque. As autoridades afegãs anunciaram que há pelo menos sete mortos, entre eles dois guardas da embaixada. A batalha ainda estaria em andamento.

O governo afegão e os Estados Unidos apostavam em negociações de paz, mas uma disputa pela liderança dos Talebã depois da confirmação neste ano da morte de seu líder, o mulá Mohamed Omar, ocorrida em 2013, aumentou a agressividade do grupo terrorista.

Um acordo de paz era a esperança do governo Barack Obama para acabar com a mais longa guerra da história dos EUA.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Macri assume pedindo união e fim de enfrentamentos inúteis

Sem maioria no Congresso e sob boicote da ex-presidente Cristina Kirchner, o empresário Mauricio Macri tomou posse hoje como presidente da Argentina com um discurso de conciliação pedindo a união de todos para acabar com os "enfrentamentos inúteis", noticiou o jornal espanhol El País.

"Buscamos um país unido na diversidade, queremos a contribuição de todos, de direita e de esquerda, peronista e não peronistas", declarou Macri depois de prestar juramento num Congresso com boa parte das cadeiras vazias por causa do boicote do kirchnerismo.

A presidente Cristina Kirchner queria passar o cetro e a faixa presidenciais no Congresso para ser aplaudida pela sua claque e não na Casa Rosada, como é a tradição da política argentina. Houve então nos últimos dias um duelo em torno da cerimônia de posse.

Irritado com o boicote de Cristina, Macri recorreu à Justiça para saber a que horas terminava o mandato da ex-presidente. Em princípio, seria no momento da transmissão da faixa, por volta do meio-dia de 10 de dezembro. Se fosse assim, como presidente, Cristina teria o direito de organizar a cerimônia.

A juíza María Servini de Cubría decidiu que o governo Macri começava à meia-noite, então a responsabilidade passou para o novo presidente.

No seu último dia de governo, Cristina inaugurou um busto do falecido marido Néstor Kirchner na Casa Rosada e mudou a conta da Presidência da Argentina no Twitter, que passou a ser Presidência de Néstor e Cristina Kirchner (2003-15).

Em outro gesto de extrema mesquinharia, Cristina não ordenou o fechamento do espaço aéreo de Buenos Aires para facilitar a chegada dos chefes de Estado estrangeiros. O avião da presidente Dilma Rousseff teve de esperar na fila para aterrissar. Ela chegou atrasada.

Os maiores desafios de Macri são reequilibrar a economia da Argentina, onde a economia está em recessão, a inflação ronda os 30% ao ano, o déficit orçamentário passa de 7% do produto interno bruto e as reservas cambiais foram reduzidas a US$ 27 bilhões pelas políticas irresponsáveis do kirchnerismo. O Brasil tem US$ 370 bilhões de reservas em moeda forte.

Isso dificulta a liberalização do câmbio, que poderia provocar uma corrida por dólares capaz de esgotar as reservas do combalido Banco Central argentino, além de acelerar a inflação.

Depois de décadas de hiperinflação, os argentinos se habituaram a poupar em dólares, que circulam como moeda corrente, podendo ser usados até para comprar jornal numa banca.

Isolada do mercado financeiro internacional, Cristina passou a controlar o câmbio e dificultar as importações, afetando negativamente a economia argentina como um todo.

Para equilibrar as contas públicas, Macri terá de cortar os subsídios de energia e alimentos adotados depois que o colapso da dolarização da era Carlos Menem (1989-99), quando 58% caíram na pobreza. Apesar da recuperação de sua pior crise econômica recente, 25% a 30% dos argentinos ainda vivem na miséria.

Como o candidato de Cristina teve 48% dos votos, essa metade do país é a massa de manobra de que a ex-presidente dispõe para boicotar o governo Macri. Em seu último discurso, ela atacou o novo presidente, acusando-o de ser representante de interesses estrangeiros, a velha cantilena da esquerda atrasada latino-americana.

Voluntários da ex-URSS aderem em massa ao Estado Islâmico

Milhares de voluntários da Rússia e das ex-repúblicas soviéticas muçulmanas da Ásia Central estão aderindo ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante. O ritmo cresceu 300% desde junho de 2014, quando foi proclamada a fundação de um califado extremista, estima a empresa de consultoria estratégica e inteligência Soufan Group, com sede em Nova York.

Até junho de 2014, pouco mais de 800 russos e ex-soviéticos haviam se tornado voluntários do martírio. Em setembro de 2015, eram cerca de 2,4 mil, noticiou a TV a cabo americana CNBC.

Com a intervenção da Rússia na guerra civil da Síria a pretexto de combater o Estado Islâmico, esse fluxo de guerreiros deve aumentar ainda mais. Na volta dos campos de batalha do Oriente Médio, com experiência em guerra e no uso de armas e explosivos, esses jovens atacam seus próprios países em nome de Alá, como aconteceu nos atentados terroristas de 13 de novembro em Paris.

Uma das maiores preocupações dos serviços ocidentais hoje é monitorar as atividades desses voluntários do martírio. Na Rússia, não será diferente.

Embora a doutrina estratégica oficial ainda aponte a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como maior ameaça estratégica à Rússia, o presidente Vladimir Putin conhece bem a ameaça do fundamentalismo islâmico, que ajudou a acabar com a invasão da União Soviética no Afeganistão.

Na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96), a primeira depois do fim da URSS, o Exército da Rússia foi derrotado. Em 1999, Putin aproveitou uma revolta muçulmana no Daguestão e uma série de atentados suspeitos em Moscou atribuídos a extremista chechenos para deflagrar a Segunda Guerra da Chechênia e se impor como novo homem-forte do Kremlin.

A Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000) foi mais um conflito brutal, com pelo menos 50 mil mortos. É daquela região, do Norte do Cáucaso, que saem os voluntários do martírio.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Turquia acusa Rússia de fazer 'limpeza étnica' na Síria

A Rússia está fazendo uma operação de limpeza étnica no Norte da Síria, acusou hoje o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, dando a entender que se trata de uma retaliação pelo abate de um avião de guerra russo pela Turquia em 24 de novembro de 2015.

Em entrevista coletiva em inglês à imprensa internacional em Istambul, Davutoglu afirmou que a Rússia está usando seu poderio aéreo para expulsar as populações sunitas e turcomenas da província de Lataquia, um dos principais redutos da ditadura de Bachar Assad.

Num sinal da deterioração das relações bilaterais, o chefe de governo turco acusou Moscou de ajudar indiretamente o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, praticamente devolvendo a alegação do presidente russo, Vladimir Putin, de que a Turquia apoia o EI, comprando petróleo do grupo terrorista, além de servir de país de trânsito para voluntários internacionais entrarem na Síria e no Iraque.

Argélia anuncia que evitou atentado contra show musical

As autoridades da Argélia anunciaram hoje ter frustrado uma conspiração terrorista para explodir uma bomba durante um show de música popular na província de Anaba, noticiou a televisão saudita Al Arabiya.

Vários suspeitos foram presos por planejar o ataque contra o show de Cheb Khaled marcado para hoje.

A Argélia foi um dos primeiros países a enfrentar uma insurreição jihadista, a partir de 1992, quando o governo anulou as eleições parlamentares que seriam vencidas pela Frente Islâmica de Salvação (FIS). A guerra civil durou dez anos e matou mais de cem mil pessoas.

Embora o governo ainda lute contra jihadistas, houve grandes avanços na segurança das fronteiras e das grandes cidades, especialmente depois do ataque contra o campo de gás de Amenas, em 2013, quando 32 rebeldes e 38 reféns, inclusive trabalhadores estrangeiros, foram mortos.

Rebeldes deixam terceira maior cidade síria após trégua com governo

Depois de um cessar-fogo acertado com a ditadura de Bachar Assad, os rebeldes abandonaram hoje o último distrito de Homs, a terceira maior cidade da Síria, que ainda estava sob seu controle. Eles deixaram o distrito de Al-Wair no fim de um cerco de três anos e foram para a província de Idlibe, informou a televisão pública britânica BBC.

Local dos primeiros protestos da frustrada Primavera Árabe em março de 2011, Homs era conhecida como o "berço da revolução". A volta ao controle total do regime é uma vitória para Assad, conquistada com a ajuda da Força Aérea da Rússia, que intervém na guerra civil síria desde 30 de setembro de 2015.

Entre rebeldes e civis, umas 700 pessoas saíram hoje de Homs, anunciou o governador da província, Talal Barazi. A maioria dos cerca de 300 rebeldes é de grupos jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda. De 300 mil pessoas que viviam em Al-Wair antes do início da guerra, restam umas 75 mil.

O Crescente Vermelho, a Cruz Vermelha dos países muçulmanos, está negociando autorização do Estado Islâmico do Iraque e do Levante para levar ajuda humanitária de emergência nas áreas sob controle do grupo.

Moeda da China cai à menor cotação desde 2011

O Banco Popular da China fixou hoje a cotação do iuane no menor nível desde 2011, em 6,414 por dólar, 62 centavos a menos do que o valor de ontem, reportou a agência oficial de notícias Nova China.

Pelas regras do regime cambial chinês, o iuane pode oscilar numa faixa de mais ou menos 2%. Desde meados de agosto, a moeda chinesa perdeu 3,4% do valor.

A China assumiu o compromisso de manipular menos o câmbio para o iuane ser considerado moeda de reserva pelo Fundo Monetário Internacional, mas a desaceleração do crescimento pressiona o governo a tomar medidas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Oposição venezuelana conseguiu supermaioria parlamentar, diz jornal

A aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) elegeu 112 deputados e terá uma supermaioria de dois terços na futura Assembleia Nacional da Venezuela, de 167 deputados, a ser empossada em 5 de janeiro, anunciou hoje o jornal El Nacional.

Ontem à noite, a Comissão Nacional Eleitoral revelou que as oposições tinham eleito 110 deputados faltando ainda definir as duas últimas cadeiras. A expectativa é que divulgue o resultado final da apuração ainda hoje.

Uma supermaioria de dois terços acaba com o monopólio de poder do Partido Socialista Unido da Venezuela. A ser confirmada a notícia, a oposição terá condições de reformar a Constituição, mudar a composição do Tribunal Supremo de Justiça, dominado pelo regime chavista, e convocar um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro.

Revisão do PIB indica que Japão evitou recessão

A segunda estimativa do produto interno bruto do Japão no terceiro trimestre de 2015 apontou um crescimento de 0,3%, em vez do recuo de 0,2% anunciado na primeira estimativa. Com dois trimestres consecutivos de queda no PIB, a terceira maior economia do mundo estaria em recessão.

Com o pequeno avanço, que projeta uma expansão anual de 1%, o Japão escapou da recessão, definida por convenção dos economistas como dois trimestres consecutivos de queda na produção.

A revisão para cima se deveu ao maior investimento das empresas na formação de capital do que estimado inicialmente. O consumo das famílias, responsável por 60% do PIB, subiu apenas 0,4%, aumentando a preocupação do governo Shinzo Abe.

Através de uma série de medidas de estímulo como reformas estruturais e aumento da quantidade de dinheiro em circulação, a chamada abeconomia tenta combater a estagnação e a deflação, duas pragas da economia japonesa desde o início dos anos 1990s, quando estourou a bolha especulativa do Super-Japão dos anos 1980s.

Entre outras medidas, o governo está pressionando as empresas a aumentar os salários. Em 4 de dezembro, foi anunciada uma alta de 1,9% nos últimos 12 meses. A taxa de desemprego está em 3,1%. O salário mínimo deve ser reajustado em 2%.

Um problema que dificulta a adoção de mais estímulos econômicos é a dívida pública japonesa, de 240% do PIB.

Oposição soma 110 deputados na Assembleia Nacional da Venezuela

Em uma atualização dos resultados das eleições parlamentares de domingo, a Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que a aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) elegeu 107 deputados, o regime chavista 55 e a rede indígena três, noticiou o jornal El Nacional. Faltando definir duas cadeiras, a oposição soma 110 deputados, dois a menos do que a supermaioria de dois terços da Assembleia Nacional.

Com dois terços, a oposição teria poderes reais para reformar a Constituição, mudar a composição da Corte Suprema, fiel ao regime, e convocar um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro. Seria o fim da "revolução bolivarista" iniciada com a vitória do coronel Hugo Chávez na eleição presidencial de 1998.

O presidente prometeu respeitar o resultado das urnas, que atribuiu a um "momento passageiro" causado pela "guerra econômica". Continua fugindo de sua responsabilidade. Maduro convocou 980 delegados do Partido Socialista Unido da Venezuela para uma reunião de avaliação nos próximos dias no Palácio de Miraflores.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

EUA acusam Rússia por ataque contra base militar da Síria

A Rússia foi responsável por um bombardeio aéreo contra uma base militar do Exército da Síria em que três soldados morreram e outros 13 saíram feridos, noticiou a agência Reuters citando uma fonte militar dos Estados Unidos.

O governo sírio acusou a coalizão aérea de 65 países liderada pelos EUA para combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante pelo ataque que atingiu uma base na província de Deir el-Zur, no Leste do país.

Se a Rússia atingiu o próprio aliado, será um novo revés para a intervenção militar iniciada em 30 de setembro de 2015 a pretexto de combater o Estado Islâmico, mas, na verdade, para sustentar a ditadura de Bachar Assad. Desde então, um avião de passageiros com 224 civis russos a bordo foi derrubado pelo EI na Península do Sinai, no Egito, e a Turquia abateu um caça-bombardeiro russo acusado de invadir seu espaço aéreo.

Petróleo cai à menor cotação desde 2009

Com a expectativa de que a produção continue aumentando num mercado com excesso de oferta, os preços do barril de petróleo caíram ao menor valor desde fevereiro de 2009, no auge da Grande Recessão. 

Na Bolsa Mercantil de Nova York, a cotação do petróleo tipo West Texas Intermediate baixou 5,8% para US$ 37,65. Em Londres, o petróleo tipo Brent, do Mar do Norte, foi vendido a US$ 40,70.

A queda é resultado da decisão anunciada na última sexta-feira pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de manter os atuais níveis de produção, que superam 30 milhões de barris por dia.

Desde o ano passado, a Arábia Saudita, líder do cartel dos exportadores, aposta na baixa de preços para tirar do mercado a produção de alto custo, como o óleo de xisto betuminoso dos Estados Unidos. Como a produção americana e de outros países de fora do bloco, como a Rússia, permanece elevada, a tendência de queda é reforçada.

Produção industrial da Alemanha cresceu 0,2% em outubro

Depois de um recuo de 1,1% em setembro, a produção industrial alemã registrou uma pequena alta de 0,2% em outubro, em dados corrigidos em função das variações sazonais, revelou hoje o Destatis (Escritório de Estatísticas da República Federal da Alemanha).

As encomendas às fábricas aumentaram 1,8% em outubro, o que aponta para um crescimento maior à frente.

Em outubro de 2015, tirando os setores de construção civil e energia, a alta na produção industrial foi de 0,7%. A produção de bens de capital (máquinas industriais) avançou 2,7%, mas a de bens intermediários baixou 1,1% e a de bens de consumo final 0,1%.

A produção de energia caiu 5,9%, mas a construção cresceu 0,7%.