Os fabricantes dos Estados Unidos ainda têm mais da metade do mercado mundial de armas e junto com a Europa mais de 80%, mas suas vendas estão em queda, enquanto seus concorrentes da Rússia avançam, anunciou hoje na Suécia o Instituto de Pesquisas sobre a Paz Internacional de Estocolmo (SIPRI).
Pelo quarto ano consecutivo, o faturamento dos cem maiores fabricantes de armas do mundo recuou. De 2013 para 2014, a queda foi de 1,5%. O total de negócios dessas empresas somou US$ 401 bilhões, mais de cem vezes o orçamento anual das missões de paz das Nações Unidas.
As indústrias dos EUA e da Europa, que dominam 80% do mercado viram suas vendas caírem 3,2%, enquanto fábricas de armas de outras regiões cresceram.
Os EUA lideram a lista das cem maiores fábricas de armas, com 54,4% do total. Suas vendas baixaram 4,1% em 2014, quase o mesmo ritmo de queda de 2013.
Contrariando a tendência, a maior empresa do setor bélico no mundo inteiro, a Lockheed Martin, faturou 3,9% mais no ano passado, num total de US$ 37,5 bilhões. A Boeing ficou em segundo, com vendas de US$ 28,3 bilhões e crescimento de US$ 4,4 bilhões em 2014.
"Com a compra da fábrica de helicópteros Sikorsky Aircraft em 2015, a distância entre a Lockheed Martin e as outras vai aumentar ainda mais", prevê a diretora do Programa de Despesas Militares e Armas do SIPRI, Aude Fleurent.
Na Europa Ocidental, as vendas do setor de defesa caíram 7,4% em 2014. Só houve crescimento na Alemanha (9,4%), graças principalmente ao estaleiro ThyssenKrupp (29,5%), e na Suíça (11,2%).
As 36 empresas do resto do mundo registraram alta de 25%, com um salto de 50% nas vendas da indústria russa.
Apesar da recessão econômica agravada pela forte baixa nos preços do petróleo, a indústria bélica da Rússia manteve um forte crescimento em 2014. O número de empresas russas entre as 100 maiores do setor de defesa subiu de 9 para 11, com uma fatia de 10,2% do mercado.
As duas novas empresas russas se chamam Sistemas de Alta Precisão e RTI.
O Brasil, a Índia, a Coreia do Sul e a Turquia foram agrupados como "produtores emergentes", com 3,7% do total e crescimento de 5,1% no ano passado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário