segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Califa do Estado Islâmico ameaça Israel

Em mensagem de som divulgada na Internet, o autoproclamado califa do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Abu Bakr al-Baghdadi, ameaçou Israel, declarando que "a Palestina será seu túmulo", informou o Projeto Clarim, que denuncia o extremismo e promove o diálogo pela paz.

Além da advertência, a mensagem repete o discurso jihadista, convocando todos os muçulmanos para a guerra contra todos os infiéis, e questiona a legitimidade da aliança sunita antiterrorismo anunciada pela Arábia Saudita para combater grupos extremistas.

"Se a coalizão saudita fosse realmente islâmica, teria entre seus objetivos a libertação da Palestina, ajudaria o povo do Levante [Grande Síria] e declararia guerra aos rafida [xiitas]. Se fosse islâmica, a China ateia não teria aderido", acusou Al-Baghdadi.

Pela primeira vez, o Estado Islâmico declarou explicitamente guerra a Israel: "Deus fez todos os judeus do mundo se reunirem em Israel e a guerra contra eles se tornou mais fácil. É obrigação de todo muçulmano lutar a guerra santa", afirmou o califa.

"Judeus, vocês não vão desfrutar da Palestina. Deus os juntou na Palestina para que os mujahedin possam atingi-los logo e vocês vão se esconder atrás das rochas e das árvores. A Palestina será seu túmulo", vociferou.

As ameaças a Israel indicam uma mudança. O Estado Islâmico sempre foi antissemita, mas não atacou Israel até agora. Agora, promete passar das palavras à ação.

Sob intenso bombardeio dos Estados Unidos e da Rússia, à medida que perde terreno na Síria e no Iraque, onde o governo acaba de anunciar a reconquista de Ramadi, capital da província de Ambar, o Estado Islâmico procura novos alvos, como mostrou a onda de terror em Paris. Um ataque a Israel ajudaria a recuperar a legitimidade perante as massas árabes despossuídas.

Por poupar Israel, o Estado Islâmico já foi acusado de manter uma aliança secreta com o Estado judaico para desmoralizar e matar muçulmanos.

Com tantos inimigos, é impossível prever onde o Estado Islâmico lançará o próximo ataque. Na guerra da comunicação, enfrenta Israel em busca de apoio político e de novos voluntários para o martírio.

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