quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Voluntários da ex-URSS aderem em massa ao Estado Islâmico

Milhares de voluntários da Rússia e das ex-repúblicas soviéticas muçulmanas da Ásia Central estão aderindo ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante. O ritmo cresceu 300% desde junho de 2014, quando foi proclamada a fundação de um califado extremista, estima a empresa de consultoria estratégica e inteligência Soufan Group, com sede em Nova York.

Até junho de 2014, pouco mais de 800 russos e ex-soviéticos haviam se tornado voluntários do martírio. Em setembro de 2015, eram cerca de 2,4 mil, noticiou a TV a cabo americana CNBC.

Com a intervenção da Rússia na guerra civil da Síria a pretexto de combater o Estado Islâmico, esse fluxo de guerreiros deve aumentar ainda mais. Na volta dos campos de batalha do Oriente Médio, com experiência em guerra e no uso de armas e explosivos, esses jovens atacam seus próprios países em nome de Alá, como aconteceu nos atentados terroristas de 13 de novembro em Paris.

Uma das maiores preocupações dos serviços ocidentais hoje é monitorar as atividades desses voluntários do martírio. Na Rússia, não será diferente.

Embora a doutrina estratégica oficial ainda aponte a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como maior ameaça estratégica à Rússia, o presidente Vladimir Putin conhece bem a ameaça do fundamentalismo islâmico, que ajudou a acabar com a invasão da União Soviética no Afeganistão.

Na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96), a primeira depois do fim da URSS, o Exército da Rússia foi derrotado. Em 1999, Putin aproveitou uma revolta muçulmana no Daguestão e uma série de atentados suspeitos em Moscou atribuídos a extremista chechenos para deflagrar a Segunda Guerra da Chechênia e se impor como novo homem-forte do Kremlin.

A Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000) foi mais um conflito brutal, com pelo menos 50 mil mortos. É daquela região, do Norte do Cáucaso, que saem os voluntários do martírio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os EUA já tinham percebido, os russos agora também vão jogar a mesma política do equilíbrio instável do terror, ou seja, garantir que ninguém ganhe e de quebra, matar alguns milhares de extremistas. Haverá ganhos adicionais como treino dos pilotos e estado-maior, teste de armas com marketing, uma atuação política mais ativa, etc...