O cientista escolhido pela revista americana Time o Homem do Século 20 foi um aluno medíocre do
Albert Einstein: 1879-1955 |
"A educação e, em geral, a busca da verdade e da beleza formam uma área onde podemos continuar sendo criança pela vida inteira", escreveu o gênio da física moderna.
Einstein criticou sobretudo a chamada decoreba, o estudo baseado apenas na memorização de conteúdos: "O ensino deve ser recebido como e melhor presente e não como uma obrigação amarga."
Nas Notas Autobiográficas, ele comenta as contradições entre seu método seletivo e as exigências acadêmicas: "Aprendi muito cedo a descobrir aquilo que podia conduzir às entranhas, prescindindo de uma multiplicidade de coisas que embaçam a mente e desviam a atenção do essencial. A regra era que para os exames se devia embutir todo aquele material na cabeça, querendo ou não."
Para Einstein, "é um grave erro crer que a ilusão de observar e buscar possam ser fomentadas a golpes de coação e do sentido do dever. Penso que mesmo o animal predador são poderia ser privado de sua voracidade se for obrigado a comer continuamente quando não tem fome."
A educação pela coação cria seres submissos e dependentes, "utiliza como fundamento o temor, a força e a autoridade. Este tratamento destrói os sentimentos sólidos, a confiança do aluno em si mesmo." Ele observou que "a maior insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente." Por outro lado, "quem nunca cometeu um erro é porque nunca arriscou nada diferente."
O uso da força "não desperta a produtividade porque não faz surgir os poderes psicológicos do aluno, já que para a instituição é mais fácil usar a força do que despertar a ambição individual", criticou o cientistas judeu alemão que fugiu do nazismo para os Estados Unidos.
"A escola deve estimular a inclinação da criança pela brincadeira e pelo desejo infantil de reconhecimento. Deve guiar a criança para os domínios que sejam benéficos para a sociedade. A educação se basearia assim numa atividade fecunda e de reconhecimento, e o professor seria uma espécie de artista em sua atividade", recomendou.
Em carta a seu filho, o genial cientista apontou o prazer como o segredo da educação: "Toque no piano principalmente o que você gosta, mesmo que a professora não te peça. É a melhor maneira de aprender, quando está fazendo algo com tal prazer que não te dás conta de que o tempo passa."
Outro segredo fundamental é valorizar a experiência, colocando a prática antes da teoria: "As grandes personalidades não se formam com o que ouve ou se diz, mas através do trabalho e da atividade. Em consequência, o melhor método de educação é sempre aquele em que se exige do aluno a realização da tarefas concretas. Isto se aplica tanto às primeiras tentativas de escrever de uma criança como a uma tese acadêmica (...), a interpretar ou traduzir um texto ou à prática de um esporte", escreveu em Minhas Crenças (1939).
"Se um jovem treinou seus músculos e sua resistência física fazendo ginástica, mais tarde estará preparado para qualquer trabalho físico", argumentou. "Isto é análogo à mente. Não estava enganado quando disse que 'educação é o que sobra quando esquecemos tudo o que aprendemos na escola'."
O desenvolvimento da individualidade era visto por ele como um valor necessário à coletividade: "Deveriam se cultivar no indivíduo as qualidades para o bem comum. Isto não significa que ele se converta num simples instrumento da coletividade como uma abelha. O objetivo é formar indivíduos que atuem com independência e considerem como interesse vital o serviço à comunidade."
Na sua opinião, a fama e o dinheiro não podem ser as únicas medidas do sucesso na vida: "Temos de nos prevenir contra quem apresenta aos jovens o êxito como objetivo de vida. O valor de um homem deveria ser julgado em função do que ele dá e não do que recebe. A tarefa decisiva da educação é despertar estas forças psicológicas no jovem."
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