O Ministério da Defesa da Rússia acusou a Turquia de comprar petróleo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a família do presidente Recep Tayyip Erdogan de se beneficiar diretamente dessas transações, informou o jornal russo editado em inglês The Moscow Times.
"A Turquia é o principal comprador do petróleo roubado pelo Estado Islâmico. O mais alto nível da liderança - o presidente Erdogan e sua família - estão envolvidos neste negócio criminoso", disparou o vice-ministro da Defesa da Rússia, Anatoli Antonov.
Os dois países estão com as relações abaladas desde 24 de novembro por causa do abate de um caça-bombardeiro russo Sukhoi Su-24 acusado pela Turquia de invadir seu espaço aéreo.
Nesta semana, o presidente Vladimir Putin sugeriu que a Turquia teria atacado o avião porque a Rússia estaria destruindo as instalações petrolíferas do EI que seriam de interesse de Erdogan.
"Se isso ficar provado, eu deixo o governo", respondeu o presidente turco, desafiando Putin a fazer o mesmo se a denúncia russa não for confirmada.
O Estado Islâmico ganha cerca de US$ 1,5 milhão por dia com a venda de petróleo e gás natural das áreas que controla no Iraque e na Síria. Grande parte segue pelas mesmas rotas de contrabando usadas por Saddam Hussein para driblar as sanções impostas pelas Nações Unidas.
Um dos compradores é a ditadura de Bachar Assad, em tese, inimiga do EI.
Desde os atentados que mataram 130 pessoas em 13 de novembro em Paris, os Estados Unidos, a França e a Rússia intensificaram os bombardeios contra as exportações de petróleo do EI, principal fonte de renda da organização.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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