A África do Sul fechou ontem e hoje seu consulado em Lagos, a maior cidade da Nigéria, por causa dos protestos contra a xenofobia e os ataques a imigrantes. Na Nigéria, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador sul-africano para pedir explicações sobre a onda de violência em que pelo menos sete estrangeiros foram mortos, informou o sítio sul-africano News24.
"O motivo da convocação é registrar o protesto da Nigéria contra os ataques xenofóbicos em andamento contra irmãos africanos na África do Sul", declarou em nota a chancelaria nigeriana.
Com a crise econômica e o desemprego elevado na África do Sul, os imigrantes e refugiados estão sendo alvo de ataques xenofóbicos na periferia de Joanesburgo, a maior cidade sul-africana. Moçambicanos, nigerianos e zimbabuenos estão entre os mais visados. Em resposta, os nigerianos têm protestado regularmente diante da embaixada sul-africana em Abuja e do consulado em Lagos.
Depois de um encontro com líderes civis, empresariais e religiosos, o presidente Jacob Zuma prometeu atacar as causas "subjacentes" da violência: "Os sul-africanos não são xenófobos. Se não lidarmos com as causas subjacantes, vai voltar."
Essas causas são o baixo crescimento, de 1,5% em 2014; o desemprego elevado, de 24,3% no fim de 2014; e a falta de políticas sociais efetivas para resgatar a dívida histórica de séculos de discriminação racial e dominação pela minoria branca.
Corrupto e incompetente, Zuma não se mostra à altura do desafio e da herança de Nelson Mandela. Como todo grande movimento de libertação nacional, talvez tenha chegado a hora de mudar para o Congresso Nacional Africano (CNA). A África do Sul foi ultrapassada pela Nigéria como maior economia da África e apresenta cada vez mais os vícios políticos observados em outros países africanos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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