Apesar dos apelos internacionais, a Indonésia executou hoje oito condenados por tráfico de drogas, inclusive o paranaense Rodrigo Gularte, preso em 2004 ao entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, informou o jornal The Jakarta Post. Seu último pedido foi ser enterrado no Brasil.
Gularte foi condenado à morte no ano seguinte. Desde então, travava uma batalha judicial para obter indulto. A presidente Dilma Rousseff fez um apelo pessoal ao presidente indonésio, Joko Widodo, mas ele faz campanha prometendo pena de morte para o tráfico e nem respondeu.
Em retaliação, a presidente brasileira se negou a receber as credenciais do novo embaixador da Indonésia em Brasília, que chegou a ir até o Palácio do Planalto no início do ano, quando foi avisado que não seria atendido. Hoje o governo considerou a execução um "fato grave".
Durante entrevista à televisão americana CNN, Jokowi, como é conhecido o presidente indonésio, alegou que 50 pessoas morrem por dia no país por uso de drogas, por isso a pena de morte seria justificada.
A família ainda apelou para um laudo médico, alegando que Gularte era esquizofrênico e que a doença havia se agravado durante os anos em que ele ficou no corredor da morte. Outro brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira, havia sido executado por tráfico de cocaína em 18 de janeiro de 2015.
Dos oito traficantes executados hoje, três eram nigerianos, dois australianos, um brasileiro, um ganês e um indonésio. Eles foram fuzilados às 0h30 desta quarta-feira pela hora local, na ilha-presídio de Nusakambangan. A filipina Mary Jane Fiesta Veloso foi poupada a pedido do presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, para que ela possa depor num processo sobre tráfico de pessoas.
Em protesto, a Austrália, um dos maiores parceiros comerciais da Indonésia, retirou seu embaixador de Jacarta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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