A gigante anglo-holandesa Shell acertou a compra do BG Group, a antiga British Gas, por 47 bilhões de libras, cerca de US$ 70 bilhões ou R$ 216,5 bilhões em dinheiro e ações. É mais um sinal de que impacto na queda dos preços internacionais do petróleo no setor de energia, observa o jornal americano The Wall St. Journal.
É a primeira grande aquisição desde que o barril de petróleo do tipo Brent, padrão da Bolsa de Mercadorias de Londres, caiu de US$ 114, em julho de 2014, para cerca de US$ 600 hoje, e a segunda maior no setor, superada apenas pela compra da Mobil Oil pela Exxon por US$ 81,65 bilhões, em 1998.
A nova companhia deve ser a maior produtora privada de gás natural liquefeito. A Shell produz hoje mais de 255 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Com as jazidas do BG Group na Austrália e no Leste da África, deve chegar a 311 milhões de metros cúbicos.
"O gás liquefeito é uma parte importante do negócio", declarou o diretor-presidente da Shell, Ben van Beurgen. Ele disse ter feito a proposta em telefonema ao presidente do BG Group, Andrew Gould: "Tivemos uma discussão muito boa e construtiva, e rapidamente ela começou a fazer sentido para nós dois."
A Shell pagou um prêmio de 50% acima do valor das ações do BG Group no fechamento de ontem. Mas alguns analistas são céticos em relação ao negócio: "O histórico das aquisições da Shell na última década não tem sido estelar", observou Michel Hulme, gerente de um fundo de investimentos em produtos primários da Carmignac Gestion.
"Para presumir que a Shell possa pagar 50% de prêmio pela BG e extrair sinergias significativas, aumentar seu valor para os acionistas e manter os dividendos com uma base de acionistas maior exige um grau de otimismo mais do que saudável", acrescentou Hulme.
Na Bolsa de Valores de Londres, as ações da Shell começaram o dia em queda de 5%, enquanto as ações do BG Group subiram 37%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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