Depois do texano Ted Cruz, mais um senador de extrema direita anunciou hoje a intenção de disputar a candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2016. Rand Paul, do estado do Kentucky, filho do ex-deputado libertário Ron Paul, se lançou como um defensor da liberdade individual e do Estado mínimo, informou o jornal The Washington Post.
É mais um a disputar o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá.
"Temos de tomar nosso país de volta", declarou o senador na cidade de Louisville, no Kentucky, seguindo a linha da ultradireita branca que considera o presidente Barack Obama um estranho no ninho, se não um estrangeiro.
De quem Paul quer livrar os EUA? "Dos interesses especiais que usam Washington como seu cofrinho, os interesses especiais mais interessados no seu bem-estar pessoal do que com o bem-estar geral", como se os republicanos não fossem os maiores defensores do centro financeiro de Wall Street e das grandes empresas americanas.
Cercado de bandeiras dos EUA, Paul tentou vender a imagem de um Partido Republicano diferente com uma mensagem de diversidade e inclusão social: "A mensagem de oportunidade, liberdade e justiça é para todos os americanos, use você um terno, uniforme ou avental, seja branco ou negro, rico ou pobre. Muitos americanos estão sendo deixados para trás. A recompensa pelo trabalho parece além de seu alcance. Sob ambos os partidos, os podres parecem ficar mais pobres e os ricos mais ricos."
Como terá de enfrentar as eleições primárias do partido, seus correligionários não foram poupados: "Com frequência, quando os republicanos ganham, desperdiçam a vitória se tornando parte da máquina de Washington. Eu não sou assim. Não é por isso que concorri a um cargo eletivo pela primeira vez anos atrás. Parece-me que ambos os partidos e todo o sistema político são culpados. O governo grande e a dívida dobraram sob um governo republicano. E agora estão triplicando sob Obama."
Paul apelou para o discurso clássico dos políticos americanos, criticar o governo central como se Washington ficasse em outro país e todos eles não quisessem chegar lá.
Em política externa, Rand Paul recuou um pouco das posições anti-intervencionistas adotadas pelo pai, duas vezes pré-candidato sem sucesso. Ele apoiou a participação americana na guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Para atingir o eleitorado jovem e fazer uma campanha mais austera, Paul pretende usar a Internet e as redes sociais. Ele é contra a regulamentação da maconha e do casamento pelo governo federal, embora ultimamente tenha hesitado na questão do casamento gay, e promete fechar a Agência de Segurança Nacional, que anda espionando americanos e estrangeiros.
Médico oftalmologista que ainda faz cirurgias, Rand Paul tem uma visão de futuro que agrada à ultraidireita. Suas chances na próxima eleição presidencial são consideradas mínimas. Ele tende a empurrar o partido mais para a direita durante as primárias, alienando os eleitores de centro, essenciais para a vitória que interessa contra o candidato do Partido Democrata.
O favorito no partido até o momento é o ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho e irmão dos ex-presidentes George Herbert Walker Bush (1989-93) e George Walker Bush (2001-9). A ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, do Partido Democracta, lidera a corrida à Casa Branca.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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