terça-feira, 7 de abril de 2015

Arqueólogo acredita ter encontrado tribunal do julgamento de Cristo

Quando a escavação começou, em 1999, era apenas uma inspeção numa área a ser transformada em local de eventos perto da Torre do Museu David na Velha Jerusalém. Mas o arqueólogo Amit Re'em desenterrou ali restos de 2,7 mil anos da história da Israel, inclusive uma parede do palácio de Herodes onde Jesus Cristo teria sido julgado pelo governador romano Pôncio Pilatos, revela o jornal israelense The Times of Israel.

Numa área de 49 por nove metros, Re'em desencavou camada sobre camada da história da cidade sagrada para três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Do tempo do Primeiro Templo de Jerusalém, passando pelos impérios Romano e Otomano e as Cruzadas, até a independência de Israel, em 1948, ali estava a história enterrada da cidade.

"É como um livro aberto", declarou o arqueólogo. "Toda a sequência arqueológica e histórica de Jerusalém está diante de nossos olhos."

Ao iniciar a escavação, Re'em estava diante de uma prisão abandonada construída no século 19 pelo Império Otomano (turco), que dominou o Oriente Médio até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18). Nos anos 1940s, o Império Britânico, que controlava a Palestina até a independência de Israel, usou-o como prisão para os guerrilheiros judeus. Numa parede, há um mapa da Grande Israel feito por um prisioneiro da milícia Irgun, acusada de terrorismo pelos britânicos.

Abaixo da prisão otomana, estão os alicerces de uma muralha fortificada construída no século 8 antes de Cristo pelo rei judeu Ezequias. Outra muralha para defender Jerusalém foi erguida ali 600 anos depois pelos hasmoneus, que governaram Israel depois da Revolta dos Macabeus  (167-160 AC) até a conquista romana, em 37 AC.

Por volta do início da era cristã, o governador romano Herodes construiu um grande palácio, que viria a ser usado pelos cruzados durante o Reino Cristão de Jerusalém (1099-1291), fundado quando a primeira cruzada reconquistou a cidade, tomada pelos muçulmanos no século 8 na grande expansão do islamismo depois da morte do profeta Maomé.

As atuais muralhas da Velha Jerusalém foram construídas pelo Império Otomano no século 16 em cima das muralhas de Herodes e serviram de muro externo da prisão. Re'em acredita que Jesus Cristo tenha sido julgado ali, num ligar importante como o palácio de Herodes. A rota original da Via Sacra passava pelo lugar onde hoje ficam as ruínas da prisão otomana.

Re'em conclui que Jesus foi julgado ali com base em técnicas de datação e textos de Flávio Josefo (37-100), o grande historiador judaico-romano.

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