Antes de melhorar as relações com a Turquia, o Egito precisa libertar o presidente Mohamed Mursi, deposto num golpe de Estado em 3 de julho de 2013, declarou hoje o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, citado pela agência Reuters.
O Egito não manifestou publicamente a intenção de restaurar as relações com a Turquia. O governo do Cairo participa da intervenção militar da Arábia Saudita contra os rebeldes hutis do Iêmen, que são xiitas zaiditas apoiados pelo Irã.
A Turquia apoia a intervenção saudita, mas, no Egito, estava ao lado da Irmandade Muçulmana, o movimento político de Mursi, primeiro e único presidente eleito democraticamente na história do país. Depois do golpe, a Irmandade foi declarada terrorista e ilegal.
Mais de mil ativistas foram mortos em protestos contra a ditadura do general Abdel Fattah al-Sissi, atual presidente do Egito. A repressão atinge não somente os islamitas, mas também os liberais e socialistas que se uniram na Praça da Libertação, no centro do Cairo, para protestar e forçar a renúncia do ditador Hosni Mubarak durante a Primavera Árabe, em 11 de fevereiro de 2011.
Único movimento político de oposição realmente organizado no Egito, a Irmandade relutou em ir para a rua na revolução contra Mubarak. Foi a maior beneficiária da democracia, que logo conspirou para extinguir. Com o golpe, o Egito regrediu à era Mubarak.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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