O Ministério Público da Bolívia pediu ontem a prisão do ex-presidente Evo Morales por sedição, terrorismo e financiamento do terrorismo. A denúncia cita uma conversa telefônica de Morales com Faustino Yucra, dirigente do sindicato dos produtores de coca processado por tráfico de drogas, para articular manifestações de protesto e cercos a grandes cidades.
Evo Morales renunciou à Presidência da Bolívia em 10 de novembro sob pressão de uma revolta popular e do comandante das Forças Armadas por causa de uma fraude na eleição presidencial de 20 de outubro, denunciada pela missão observadora da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A renúncia coletiva, do presidente, do vice-presidente Álvaro García Linera e dos presidentes da Câmara e do Senado deixaram o país sem liderança, no que pareceu mais um golpe de Morales contra as instituições, depois de forçar uma terceira reeleição, quando a Constituição só admite duas, e fraudar a eleição.
Depois de deixar o cargo, Morales foi para sua região de origem, Chapare, no departamento de Cochabamba, e para o exílio no México, a convite do governo Andrés Manuel López Obrador, denunciando ter sido alvo de um golpe de Estado.
Na semana passada, depois da posse do novo presidente Alberto Fernández, Morales chegou a Buenos Aires. O ex-presidente deve ficar como asilado político na Argentina, de onde vai coordenar seu partido Movimento ao Socialismo na campanha para a eleição presidencial.
O novo governo peronista não reconhece a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, que era segunda vice-presidente do Senado. Não existe a menor chance de extraditar Morales.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo, do Jornal Nacional e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
domingo, 28 de julho de 2019
Líder da oposição na Rússia é envenenado na prisão
O principal líder da oposição na Rússia, o advogado e blogueiro anticorrupção Alexei Navalny, foi hospitalizado na manhã deste domingo depois de sofrer uma reação alérgica aguda. Uma médica levantou a suspeita de envenenamento, noticiou o jornal The Moscow Times.
Navalny, de 43 anos, foi preso na quarta-feira passada e condenado a 30 dias de reclusão por violar a lei de manifestações públicas ao convocar um protesto não autorizado para ontem em Moscou. A polícia dissolveu o protesto à força e prendeu 1.373 manifestantes.
Ele está "com o rosto inchado e a pele vermelha", descreveu a porta-voz do líder oposicionista, Kira Yarmich. A médica que suspeita de envenenamento já tratou de Navalny no passado e o viu rapidamente desta vez.
"Não podemos descartar danos por intoxicação na pele e em membranas mucosas por uma substância química desconhecida infligida por uma 'terceira parte'", escreveu no Facebook a média Anastassia Vassilieva.
A manifestação de ontem reuniu cerca de 3,5 mil no centro da capital russa para protestar contra a impugnação das candidaturas de mais de dez líderes da oposição às eleições de 8 de setembro para a Câmara Municipal de Moscou, entre eles, Navalny, Ilya Yashin e Liubol Sobol.
Navalny, de 43 anos, foi preso na quarta-feira passada e condenado a 30 dias de reclusão por violar a lei de manifestações públicas ao convocar um protesto não autorizado para ontem em Moscou. A polícia dissolveu o protesto à força e prendeu 1.373 manifestantes.
Ele está "com o rosto inchado e a pele vermelha", descreveu a porta-voz do líder oposicionista, Kira Yarmich. A médica que suspeita de envenenamento já tratou de Navalny no passado e o viu rapidamente desta vez.
"Não podemos descartar danos por intoxicação na pele e em membranas mucosas por uma substância química desconhecida infligida por uma 'terceira parte'", escreveu no Facebook a média Anastassia Vassilieva.
A manifestação de ontem reuniu cerca de 3,5 mil no centro da capital russa para protestar contra a impugnação das candidaturas de mais de dez líderes da oposição às eleições de 8 de setembro para a Câmara Municipal de Moscou, entre eles, Navalny, Ilya Yashin e Liubol Sobol.
quarta-feira, 8 de maio de 2019
Venezuela prende vice-presidente da Assembleia Nacional
Na primeira retaliação contra um dos líderes da fracassada rebelião de 30 de abril, o Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin) prendeu hoje o vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Edgar Zambrano.
Dez líderes da oposição são acusados de "traição, conspiração e rebelião" por terem convocado militares e a população em geral para um levante contra a ditadura de Nicolás Maduro, inclusive o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, e o líder de seu partido, Vontade Popular, Leopoldo López.
Guaidó reagiu no Twitter: "Estão tentando destruir o poder que representa todos os venezuelanos, mas não vão vencer."
O próprio Zambrano transmitiu sua prisão ao vivo. Seu carro foi cercado por agentes do Sebin. Como ele se recusou a sair, o carro foi guinchado até a prisão de Helicoide, onde o regime chavista mantém vários prisioneiros políticos.
A oposição obteve maioria de dois terços na Assembleia Nacional nas últimas eleições democráticas realizadas na Venezuela, em 6 de dezembro de 2015. Desde então, Maduro tomou várias medidas para anular a vitória da oposição, em especial a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte eleita sob medida pelo regime para usurpar o poder do parlamento eleito democraticamente.
Em maio do ano passado, Maduro foi reeleito com fraude generalizada. Os principais candidatos da oposição foram impedidos de concorrer. Depois da posse, em 10 de janeiro de 2019, a Assembleia Nacional o considerou um presidente ilegítimo e proclamou Guaidó como presidente interino até a realização de nova eleição.
Por três vezes, Guaidó tentou derrubar Maduro: ao se apresentar como presidente legítimo, em 23 de janeiro, ao tentar promover uma entrega de ajuda humanitária e no fim do mês passado, ao convocar a rebelião.
Apesar dos apelos da oposição e uma suposta negociação de seus líderes com os militares, a cúpula das Forças Armadas manteve o apoio a Maduro. A prisão de Zambrano marca o início de uma repressão mais dura contra os chefes da rebelião.
Dez líderes da oposição são acusados de "traição, conspiração e rebelião" por terem convocado militares e a população em geral para um levante contra a ditadura de Nicolás Maduro, inclusive o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, e o líder de seu partido, Vontade Popular, Leopoldo López.
Guaidó reagiu no Twitter: "Estão tentando destruir o poder que representa todos os venezuelanos, mas não vão vencer."
O próprio Zambrano transmitiu sua prisão ao vivo. Seu carro foi cercado por agentes do Sebin. Como ele se recusou a sair, o carro foi guinchado até a prisão de Helicoide, onde o regime chavista mantém vários prisioneiros políticos.
A oposição obteve maioria de dois terços na Assembleia Nacional nas últimas eleições democráticas realizadas na Venezuela, em 6 de dezembro de 2015. Desde então, Maduro tomou várias medidas para anular a vitória da oposição, em especial a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte eleita sob medida pelo regime para usurpar o poder do parlamento eleito democraticamente.
Em maio do ano passado, Maduro foi reeleito com fraude generalizada. Os principais candidatos da oposição foram impedidos de concorrer. Depois da posse, em 10 de janeiro de 2019, a Assembleia Nacional o considerou um presidente ilegítimo e proclamou Guaidó como presidente interino até a realização de nova eleição.
Por três vezes, Guaidó tentou derrubar Maduro: ao se apresentar como presidente legítimo, em 23 de janeiro, ao tentar promover uma entrega de ajuda humanitária e no fim do mês passado, ao convocar a rebelião.
Apesar dos apelos da oposição e uma suposta negociação de seus líderes com os militares, a cúpula das Forças Armadas manteve o apoio a Maduro. A prisão de Zambrano marca o início de uma repressão mais dura contra os chefes da rebelião.
quinta-feira, 7 de março de 2019
Facção do regime chavista impediu prisão de Guaidó
Se dependesse do ditador Nicolás Maduro, o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, teria sido preso ao voltar para a Venezuela. Uma facção do regime chavista impediu o Tribunal Supremo da Justiça de emitir um mandado de prisão, noticiou a rede de televisão americana ABC.
É uma indicação de que há uma divisão dentro do regime diante do colapso da economia da Venezuela, com queda de 50% desde a morte de Hugo Chávez e a ascensão de Maduro, há seis anos. Uma divisão interna é a grande esperança para o fim do atual governo e a abertura de negociações para uma transição para a democracia..
Desde a era Chávez (1999-2013), o Tribunal Supremo tem sido submisso ao Poder Executivo. Havia proibido Guaidó de sair da Venezuela. Ao ficar contra Maduro, indica que forças poderosas rejeitaram a prisão de Guaidó, capaz de inflamar uma situação extremamente tensa.
Ontem, o governo Maduro expulsou o embaixador da Alemanha, que estava entre o grupo de diplomatas que foi até o aeroporto para garantir que Guaidó não seria preso ao voltar a Venezuela. Dezesseis dos 28 países da União Europeia e um total de 52 países no mundo inteiro, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente legítimo da Venezuela.
É uma indicação de que há uma divisão dentro do regime diante do colapso da economia da Venezuela, com queda de 50% desde a morte de Hugo Chávez e a ascensão de Maduro, há seis anos. Uma divisão interna é a grande esperança para o fim do atual governo e a abertura de negociações para uma transição para a democracia..
Desde a era Chávez (1999-2013), o Tribunal Supremo tem sido submisso ao Poder Executivo. Havia proibido Guaidó de sair da Venezuela. Ao ficar contra Maduro, indica que forças poderosas rejeitaram a prisão de Guaidó, capaz de inflamar uma situação extremamente tensa.
Ontem, o governo Maduro expulsou o embaixador da Alemanha, que estava entre o grupo de diplomatas que foi até o aeroporto para garantir que Guaidó não seria preso ao voltar a Venezuela. Dezesseis dos 28 países da União Europeia e um total de 52 países no mundo inteiro, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente legítimo da Venezuela.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Prisão de executiva da Huawei ameaça trégua entre EUA e China
A China exigiu hoje a libertação imediata da diretora financeira da empresa de equipamentos de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, presa no Canadá a pedido de autoridades dos Estados Unidos. Filha do fundador da companhia ligada ao Partido Comunista, é vista como provável sucessora do pai.
Seu pai, o engenheiro militar Ren Zhengfei, de 74 anos, fundou em 1983 a empresa, que está no centro da competição tecnológica entre os EUA e a China. Por sua proximidade com a ditadura militar chinesa, sob pressão dos EUA, a Huawei, hoje a maior empresas de equipamentos de telecomunicações do mundo, está sendo excluída de concorrência internacionais para implantação da tecnologia de telecomunicação móvel de quinta geração (5G).
Há o temor de que os equipamentos da Huawei sejam usados para espionagem do regime comunista chinês. A companhia britânica British Telecom foi a última a vetar a Huawei na implantação da tecnologia 5G. A Alemanha, que fará no ano que vem a concorrência para implantar a tecnologia 5G deve excluir a firma chinesa.
O motivo da prisão seria a violação das sanções impostas pelos EUA ao Irã. A capacidade de retaliação da China é enorme. A Apple, segunda maior empresa do setor de alta tecnologia dos EUA, tem 20% de seu faturamento e grande parte de sua produção na China. Este é apenas um exemplo.
Hoje, o Ministério do Comércio chinês confirmou que o acordo feito sábado em Buenos Aires, durante a reunião de cúpula do Grupo dos 20, entre o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping para uma trégua de 90 dias na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A China concordou em importar mais produtos agrícolas e energia dos EUA, reduzir a tarifa de importação de automóveis americanos, hoje em 40%, e aumentar a proteção à propriedade intelectual de empresas americanas.
Tudo isto está ameaçado pela prisão de Meng Wanzhou.
No momento, o Índice de Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, cai 465 pontos (1,9%) por causa da prisão e da queda nos preços internacionais do petróleo em 4% para menos de US$ 59 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York pelo temor de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não consiga reduzir a oferta.. A queda atinge todos os grandes mercados do mundo.
Seu pai, o engenheiro militar Ren Zhengfei, de 74 anos, fundou em 1983 a empresa, que está no centro da competição tecnológica entre os EUA e a China. Por sua proximidade com a ditadura militar chinesa, sob pressão dos EUA, a Huawei, hoje a maior empresas de equipamentos de telecomunicações do mundo, está sendo excluída de concorrência internacionais para implantação da tecnologia de telecomunicação móvel de quinta geração (5G).
Há o temor de que os equipamentos da Huawei sejam usados para espionagem do regime comunista chinês. A companhia britânica British Telecom foi a última a vetar a Huawei na implantação da tecnologia 5G. A Alemanha, que fará no ano que vem a concorrência para implantar a tecnologia 5G deve excluir a firma chinesa.
O motivo da prisão seria a violação das sanções impostas pelos EUA ao Irã. A capacidade de retaliação da China é enorme. A Apple, segunda maior empresa do setor de alta tecnologia dos EUA, tem 20% de seu faturamento e grande parte de sua produção na China. Este é apenas um exemplo.
Hoje, o Ministério do Comércio chinês confirmou que o acordo feito sábado em Buenos Aires, durante a reunião de cúpula do Grupo dos 20, entre o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping para uma trégua de 90 dias na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A China concordou em importar mais produtos agrícolas e energia dos EUA, reduzir a tarifa de importação de automóveis americanos, hoje em 40%, e aumentar a proteção à propriedade intelectual de empresas americanas.
Tudo isto está ameaçado pela prisão de Meng Wanzhou.
No momento, o Índice de Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, cai 465 pontos (1,9%) por causa da prisão e da queda nos preços internacionais do petróleo em 4% para menos de US$ 59 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York pelo temor de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não consiga reduzir a oferta.. A queda atinge todos os grandes mercados do mundo.
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sexta-feira, 16 de novembro de 2018
Ditadura de Maduro prende ex-chefe do serviço secreto da Venezuela
O ex-diretor do Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin) Gustavo González López foi preso e levado para a Diretório Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim) da Venezuela, informou hoje o boletim de notícias Noticiero Digital. A notícia não foi confirmada.
González López, ligado ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, considerado o número dois do regime chavista, foi afastado da direção do Sebin em 26 de outubro. Pode estar apenas depondo.
De acordo com o jornal El Nuevo Heraldo, é uma manobra da ditadura comunista de Cuba para diminuir o poder de Cabello. Quando Chávez estava morrendo e precisava indicar um sucesso, Fidel Castro preferiu Maduro.
A queda de González López é um sinal de divisão na ditadura de Nicolás Maduro, no momento em que o o governo venezuelano recorre ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em busca de ajuda alimentar para a população faminta e dependente do carnê de racionamento do regime.
Com queda do produto interno bruto pela metade nos últimos 5 anos, inflação prevista para chegar a 1.800.000% em 2018, desabastecimento generalizado e mais de 80% da população na miséria, a Venezuela vive a pior crise econômica de uma economia em desenvolvimento nas últimas décadas.
Mais de 4 milhões de pessoas fugiram do país nos últimos anos. A expectativa é de uma revolta iminente dentro do regime, que cooptou as Forças Armadas, para derrubar Maduro, considerado o pior chefe de governo hoje no mundo.
González López controlou o Ministério do Interior e o Sebin de 2014 a 2016. Seu afastamento seria resultado de uma luta interna pelo poder entre Cabello e o vice-presidente Tareck al-Aissami.
Uma televisão venezuelana noticiou que o ex-subdiretor do Sebin Carlos González, detido há uma semana, também estaria sendo interrogado. Ele estaria numa cela com generais aliados do finado caudilho Hugo Chávez que caíram em desgraça sob Maduro.
González López, ligado ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, considerado o número dois do regime chavista, foi afastado da direção do Sebin em 26 de outubro. Pode estar apenas depondo.
De acordo com o jornal El Nuevo Heraldo, é uma manobra da ditadura comunista de Cuba para diminuir o poder de Cabello. Quando Chávez estava morrendo e precisava indicar um sucesso, Fidel Castro preferiu Maduro.
A queda de González López é um sinal de divisão na ditadura de Nicolás Maduro, no momento em que o o governo venezuelano recorre ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em busca de ajuda alimentar para a população faminta e dependente do carnê de racionamento do regime.
Com queda do produto interno bruto pela metade nos últimos 5 anos, inflação prevista para chegar a 1.800.000% em 2018, desabastecimento generalizado e mais de 80% da população na miséria, a Venezuela vive a pior crise econômica de uma economia em desenvolvimento nas últimas décadas.
Mais de 4 milhões de pessoas fugiram do país nos últimos anos. A expectativa é de uma revolta iminente dentro do regime, que cooptou as Forças Armadas, para derrubar Maduro, considerado o pior chefe de governo hoje no mundo.
González López controlou o Ministério do Interior e o Sebin de 2014 a 2016. Seu afastamento seria resultado de uma luta interna pelo poder entre Cabello e o vice-presidente Tareck al-Aissami.
Uma televisão venezuelana noticiou que o ex-subdiretor do Sebin Carlos González, detido há uma semana, também estaria sendo interrogado. Ele estaria numa cela com generais aliados do finado caudilho Hugo Chávez que caíram em desgraça sob Maduro.
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Mianmar condena repórteres à prisão por divulgar segredos de Estado
A Justiça de Mianmar, a antiga Birmânia, condenou hoje dois jornalistas da agência de notícias Reuters a sete anos de cadeia por obter e divulgar segredos de Estado sobre o conflito com a minoria étnica rohingya. As Forças Armadas do país são acusadas de genocídio contra os rohingyas, que são muçulmanos.
Wa Lone e Kyae Soe Oo relataram graves violações dos direitos humanos nas operações dos militares mianmarenses no estado de Rakhine, no Oeste de Mianmar. A polícia plantou documentos secretos para incriminar os repórteres, alegou a defesa.
A denúncia foi feita com base na Lei de Segredos de Estado, reminiscência do período colonial britânico, encerrado em 1948. Os promotores afirmaram que os documento secretos foram roubados para ganho financeiro da Reuters em prejuízo dos interesses nacionais de Mianmar, uma linguagem típica da ditadura militar que o país foi até pouco tempo e de que não consegue se livrar.
Suas reportagens revelaram o massacre de dez homens e garotos amarrados uns aos outros na vila de Inn Din, uma das raras ocasiões em que o Exército foi obrigado a reconhecer as atrocidades cometidas pelos soldados.
Os militares de Mianmar foram acusados pelos investigadores da ONU por cerca de 10 mil mortes e pela fuga do país de mais de 700 mil rohingyas, que foram para o vizinho Bangladesh, a República de Bengala, criada com a independência do antigo Paquistão Oriental, em 1971.
A linha dura das Forças Armadas da Birmânia, que desgovernaram o país de 1962 até 2016 e ainda têm plenos poderes para combater várias minorias étnicas rebeldes. A líder civil do país é Aung San Suu Kyi, que passou a maior parte das três últimas décadas em prisão domiciliar e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991.
Suu Kyi tem sido extremamente criticada pelo silêncio diante das atrocidades dos generais. A luta contra as minorias étnicas e religiosas têm o apoio da maioria budista e o silêncio da filha do líder da independência, que se tornou o símbolo da luta pela democracia no país, enquanto os militares falam em "acabar com o problema bengalês", como se os rohingyas fossem imigrantes ilegais.
Wa Lone e Kyae Soe Oo relataram graves violações dos direitos humanos nas operações dos militares mianmarenses no estado de Rakhine, no Oeste de Mianmar. A polícia plantou documentos secretos para incriminar os repórteres, alegou a defesa.
A denúncia foi feita com base na Lei de Segredos de Estado, reminiscência do período colonial britânico, encerrado em 1948. Os promotores afirmaram que os documento secretos foram roubados para ganho financeiro da Reuters em prejuízo dos interesses nacionais de Mianmar, uma linguagem típica da ditadura militar que o país foi até pouco tempo e de que não consegue se livrar.
Suas reportagens revelaram o massacre de dez homens e garotos amarrados uns aos outros na vila de Inn Din, uma das raras ocasiões em que o Exército foi obrigado a reconhecer as atrocidades cometidas pelos soldados.
Os militares de Mianmar foram acusados pelos investigadores da ONU por cerca de 10 mil mortes e pela fuga do país de mais de 700 mil rohingyas, que foram para o vizinho Bangladesh, a República de Bengala, criada com a independência do antigo Paquistão Oriental, em 1971.
A linha dura das Forças Armadas da Birmânia, que desgovernaram o país de 1962 até 2016 e ainda têm plenos poderes para combater várias minorias étnicas rebeldes. A líder civil do país é Aung San Suu Kyi, que passou a maior parte das três últimas décadas em prisão domiciliar e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991.
Suu Kyi tem sido extremamente criticada pelo silêncio diante das atrocidades dos generais. A luta contra as minorias étnicas e religiosas têm o apoio da maioria budista e o silêncio da filha do líder da independência, que se tornou o símbolo da luta pela democracia no país, enquanto os militares falam em "acabar com o problema bengalês", como se os rohingyas fossem imigrantes ilegais.
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quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Arábia Saudita pede pena de morte para jovem ativista não violenta
Em mais uma decisão medieval capaz de causar repulsa no mundo inteiro, a procuradoria real da Arábia Saudita pediu a pena de morte por decapitação da jovem ativista Israa al-Ghomgham, presa em 2015 por participar de protestos antigovernamentais não violentos.
Através de seu novo homem-forte, o príncipe herdeiro Mohamed ben Salman, a Arábia Saudita reagiu com dureza a críticas da ministra do Exterior do Canadá, Chrystia Freeland, à prisão de Samar Badawi, irmã do ativista Raif Badawi, condenado a sete anos de prisão e mil chibatadas por criar o blog Sauditas Liberais Livres.
O governo saudita expulsou o embaixador canadense, retirou do Canadá 7 mil estudantes sauditas e suspendeu negócios, mas não no setor de energia, muito importante para os dois países. Em resposta, o primeiro-ministro Justin Trudeau reafirmou que o Canadá vai continuar defendendo os direitos humanos. Freeland é na prática uma vice-primeira-ministra.
MbS, como é conhecido, deixou claro: sua modernização permitiu a reabertura dos cinemas e que as mulheres possam dirigir no reino, mas a monarquia feudal do século 21 não tolera críticas às violações dos direitos humanos. Se a Justiça decidir pela pena de morte, os protestos internacionais serão muito maiores.
A última execução de um dissidente importante na Arábia saudita foi a do clérigo xiita Nimr al-Nimr, em 2016.
Através de seu novo homem-forte, o príncipe herdeiro Mohamed ben Salman, a Arábia Saudita reagiu com dureza a críticas da ministra do Exterior do Canadá, Chrystia Freeland, à prisão de Samar Badawi, irmã do ativista Raif Badawi, condenado a sete anos de prisão e mil chibatadas por criar o blog Sauditas Liberais Livres.
O governo saudita expulsou o embaixador canadense, retirou do Canadá 7 mil estudantes sauditas e suspendeu negócios, mas não no setor de energia, muito importante para os dois países. Em resposta, o primeiro-ministro Justin Trudeau reafirmou que o Canadá vai continuar defendendo os direitos humanos. Freeland é na prática uma vice-primeira-ministra.
MbS, como é conhecido, deixou claro: sua modernização permitiu a reabertura dos cinemas e que as mulheres possam dirigir no reino, mas a monarquia feudal do século 21 não tolera críticas às violações dos direitos humanos. Se a Justiça decidir pela pena de morte, os protestos internacionais serão muito maiores.
A última execução de um dissidente importante na Arábia saudita foi a do clérigo xiita Nimr al-Nimr, em 2016.
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Líderes das FARC fogem para a Venezuela
Sob ameaça de prisão por envolvimento em atividades criminosas, dois líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), fugiram para a vizinha Venezuela. As autoridades colombianas procuram descobrir qual a rota de fuga, noticiou hoje a Rádio Caracol.
Na semana passada, soube-se da iminência da prisão de três líderes do antigo grupo guerrilheiro envolvidos em crimes comuns. É comum em processos de paz que guerrilheiros veteranos, que passaram anos na clandestinidade, não consigam se reintegrar à vida civil e entrem para organizações criminosas.
Se mais líderes das FARC forem presos, o histórico acordo de paz assinado em 24 de novembro de 2016 estará ameaçado. É provável que os ex-guerrilheiros presos recentemente tenham dado informações à polícia capazes de incriminar outros companheiros.
Desde a campanha eleitoral, o novo presidente, o conservador Iván Duque, empossado em 7 de agosto deste ano, promete revisar o acordo, especialmente as cláusulas que dão anistia a rebeldes que cometeram crimes de sangue e garantem 5% de vagas no Congresso para ex-guerrilheiros. A pressão sobre as FARC tende a aumentar.
Duque é afilhado político do ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe (2002-10), um linha-dura que golpeou duramente a guerrilha, reduzindo significativamente sua ameaça. Seu ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, se tornou presidente e negociou o acordo, rejeitado por Uribe.
Uribe é investigado por ligações com grupos paramilitares de direita conhecidos como Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), que chegou a comparar com as vigilâncias de bairro nos Estados Unidos. Ganhou a guerra, mas não soube fazer a paz.
É muito difícil, praticamente impossível, a volta da guerra civil. Mas há rebeldes que renegaram o acordo e mataram jornalistas equatorianos, em abril de 2018, e outros envolvidos com o crime organizado.
Na semana passada, soube-se da iminência da prisão de três líderes do antigo grupo guerrilheiro envolvidos em crimes comuns. É comum em processos de paz que guerrilheiros veteranos, que passaram anos na clandestinidade, não consigam se reintegrar à vida civil e entrem para organizações criminosas.
Se mais líderes das FARC forem presos, o histórico acordo de paz assinado em 24 de novembro de 2016 estará ameaçado. É provável que os ex-guerrilheiros presos recentemente tenham dado informações à polícia capazes de incriminar outros companheiros.
Desde a campanha eleitoral, o novo presidente, o conservador Iván Duque, empossado em 7 de agosto deste ano, promete revisar o acordo, especialmente as cláusulas que dão anistia a rebeldes que cometeram crimes de sangue e garantem 5% de vagas no Congresso para ex-guerrilheiros. A pressão sobre as FARC tende a aumentar.
Duque é afilhado político do ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe (2002-10), um linha-dura que golpeou duramente a guerrilha, reduzindo significativamente sua ameaça. Seu ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, se tornou presidente e negociou o acordo, rejeitado por Uribe.
Uribe é investigado por ligações com grupos paramilitares de direita conhecidos como Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), que chegou a comparar com as vigilâncias de bairro nos Estados Unidos. Ganhou a guerra, mas não soube fazer a paz.
É muito difícil, praticamente impossível, a volta da guerra civil. Mas há rebeldes que renegaram o acordo e mataram jornalistas equatorianos, em abril de 2018, e outros envolvidos com o crime organizado.
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domingo, 12 de agosto de 2018
Intelectuais se mobilizam para salvar cineasta ucraniano preso na Rússia
Um grupo de cineastas e intelectuais, entre eles a ministra da Cultura da França, Françoise Nyssen, e os diretores Jean-Luc Godard, David Cronenberg e Ken Loach, fez hoje um apelo pela libertação e para salvar a vida do cineasta ucraniano Oleg Sentsov. Condenado a 20 anos de prisão na Rússia, ele está em greve de fome há três meses. Sua vida corre perigo.
Sentsov foi detido em sua casa na península da Crimeia em maio de 2014, dois meses depois da anexação ilegal da região pela Rússia, e denunciado por terrorismo e suposta cumplicidade com o grupo paramilitar neonazista ucraniano Setor de Direita, organização de grupo terrorista e tráfico de armas, acusações forjadas para justificar a prisão. Veja abaixo a nota dos intelectuais:
"Artesãos da imagem e do imaginário, os cineastas nos movem e nos maravilham, capturam nossa época e nos cativam", declarou em nota o grupo. "Através de suas obras, eles compartilham suas visões e despertam as nossas. Eles fazem ouvir suas vozes - vozes às vezes dissidentes: em todo o mundo, constituem contrapesos essenciais ao poder e constroem novos pensamentos. A diversidade de opiniões, os debates, desacordos e discussões que os artistas alimentam são uma chance para a democracia, a liberdade e o progresso.
"Porque a arte não conhece fronteiras, porque a arte é universal, os direitos daqueles que lhe dão vida deve ser igualmente. A liberdade de expressão e a liberdade de criação não devem parar onde começa a dissidência. No entanto, hoje, um cineasta está à morte porque é um dissidente. Ameaçado por causa de suas ideias, como Vassili Grossman, Alexander Soljenitsyn e outros sob o regime comunista.
"Oleg Sentsov está preso na Rússia há mais de quatro anos. Sua condenação a 20 anos de reclusão por um tribunal militar russo, no fim de um processo que manifestamente não respeitou o direito de defesa, é uma violação do direito internacional e das regras fundamentais da justiça. Seu único "erro" real não seria ter exercido sua liberdade de expressão? Seu único crime não seria poder exprimir seu engajamento político através da arte?
"Enfermo, no Norte da Sibéria, em condições horríveis e desumanas, ele perdeu mais de 30 quilos desde o início da greve de fome que faz há quase três meses. Como seu estado de saúde parece se degradar perigosamente dia após dia, é preciso agir. E é preciso agir com rapidez.
"Não agir seria deixar Oleg Sentsov morrer. Seria renunciar a nossos valores e princípios, renunciar ao que defendemos e ao que somos. Seria tolerar que alguém possa ser morto por suas ideias, suas opiniões, suas tomadas de posição. O tratamento de que é objeto é um atentado à liberdade de pensamento e à liberdade de criação.
"Não podemos aceitar. É urgente e necessário que a Rússia encontre uma solução não só humanitária mas política para esta situação. Não somente a França - o presidente Emmanuel Macron fez vários apelos ao presidente Vladimir Putin -, mas o conjunto da comunidade internacional, da União Europeia à ONU, devem se mobilizar por Oleg Sentsov e para obter respostas.
"Os artistas do mundo inteiro sabem que o presidente russo tem o poder de parar com esta tragédia humana e democrática. Em todo o mundo, no mundo do cinema, da cultura e muito além, uma mobilização internacional deve se fazer ouvir em defesa do cineasta. Em nome da liberdade artística e de expressão, nós apelamos de novo pela libertação imediata de Oleg Sentsov", conclui o comunicado.
O texto é assinado pela Sociedade dos Autores e Compositores Dramáticos, a Sociedade Civil dos Autores Multimídia, a Sociedade Civil dos Autores, Realizadores e Produtores, a Sociedade dos Realizadores de Filmes, a Associação dos Realizadores e Realizadoras Francófonos e o Théâtre du Soleil.
Sentsov foi detido em sua casa na península da Crimeia em maio de 2014, dois meses depois da anexação ilegal da região pela Rússia, e denunciado por terrorismo e suposta cumplicidade com o grupo paramilitar neonazista ucraniano Setor de Direita, organização de grupo terrorista e tráfico de armas, acusações forjadas para justificar a prisão. Veja abaixo a nota dos intelectuais:
"Artesãos da imagem e do imaginário, os cineastas nos movem e nos maravilham, capturam nossa época e nos cativam", declarou em nota o grupo. "Através de suas obras, eles compartilham suas visões e despertam as nossas. Eles fazem ouvir suas vozes - vozes às vezes dissidentes: em todo o mundo, constituem contrapesos essenciais ao poder e constroem novos pensamentos. A diversidade de opiniões, os debates, desacordos e discussões que os artistas alimentam são uma chance para a democracia, a liberdade e o progresso.
"Porque a arte não conhece fronteiras, porque a arte é universal, os direitos daqueles que lhe dão vida deve ser igualmente. A liberdade de expressão e a liberdade de criação não devem parar onde começa a dissidência. No entanto, hoje, um cineasta está à morte porque é um dissidente. Ameaçado por causa de suas ideias, como Vassili Grossman, Alexander Soljenitsyn e outros sob o regime comunista.
"Oleg Sentsov está preso na Rússia há mais de quatro anos. Sua condenação a 20 anos de reclusão por um tribunal militar russo, no fim de um processo que manifestamente não respeitou o direito de defesa, é uma violação do direito internacional e das regras fundamentais da justiça. Seu único "erro" real não seria ter exercido sua liberdade de expressão? Seu único crime não seria poder exprimir seu engajamento político através da arte?
"Enfermo, no Norte da Sibéria, em condições horríveis e desumanas, ele perdeu mais de 30 quilos desde o início da greve de fome que faz há quase três meses. Como seu estado de saúde parece se degradar perigosamente dia após dia, é preciso agir. E é preciso agir com rapidez.
"Não agir seria deixar Oleg Sentsov morrer. Seria renunciar a nossos valores e princípios, renunciar ao que defendemos e ao que somos. Seria tolerar que alguém possa ser morto por suas ideias, suas opiniões, suas tomadas de posição. O tratamento de que é objeto é um atentado à liberdade de pensamento e à liberdade de criação.
"Não podemos aceitar. É urgente e necessário que a Rússia encontre uma solução não só humanitária mas política para esta situação. Não somente a França - o presidente Emmanuel Macron fez vários apelos ao presidente Vladimir Putin -, mas o conjunto da comunidade internacional, da União Europeia à ONU, devem se mobilizar por Oleg Sentsov e para obter respostas.
"Os artistas do mundo inteiro sabem que o presidente russo tem o poder de parar com esta tragédia humana e democrática. Em todo o mundo, no mundo do cinema, da cultura e muito além, uma mobilização internacional deve se fazer ouvir em defesa do cineasta. Em nome da liberdade artística e de expressão, nós apelamos de novo pela libertação imediata de Oleg Sentsov", conclui o comunicado.
O texto é assinado pela Sociedade dos Autores e Compositores Dramáticos, a Sociedade Civil dos Autores Multimídia, a Sociedade Civil dos Autores, Realizadores e Produtores, a Sociedade dos Realizadores de Filmes, a Associação dos Realizadores e Realizadoras Francófonos e o Théâtre du Soleil.
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sexta-feira, 15 de junho de 2018
Preso chefe da campanha de Trump
A pedido do procurador especial Robert Mueller, a Justiça dos Estados Unidos ordenou hoje a prisão do ex-chefe da campanha eleitoral do presidente Donald Trump.
Paul Manafort foi denunciado por coagir testemunhas a mentir sob juramento enquanto estava em liberdade sob fiança. Ele vai responder na prisão ao processo por lavagem de dinheiro e conspiração contra a lei federal.
"Não podia virar os olhos para isso", explicou a juíza federal de primeira instância Amy Berman Jackson. "Você abusou de confiança que lhe foi dada seis meses atrás." O julgamento deve começar em setembro.
No início do mês, Mueller denunciou Manafort por "perjúrio mediante suborno" ao manter contato com uma testemunha através de um programa de mensagens codificadas, de acordo com uma testemunha de acusação. O procurador especial investiga um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin.
A juíza admitiu que era "uma decisão extremamente difícil", mas entendeu que o réu não lhe deu outra opção. "Esta audiência não é sobre política. Não é sobre a conduta do escritório do procurador especial. É sobre a conduta do réu."
Ao comentar o caso no Twitter, o presidente Donald Trump declarou que Manafort foi tratado de maneira "muito injusta": "Uau! Que sentença dura para Paul Manafort, que representou Ronald Reagan, Bob Dole e outros grandes políticos e campanhas. Não sabia que Manafort era parte da máfia. O que dizer de Come e da Hillary Cafajeste? Muito injusto."
Manafort abanou para a mulher e foi diretamente do tribunal para a cadeia. Pouco antes das 20h30 (21h30 em Brasília) desta sexta-feira, deu entrada na prisão regional de Varsóvia, no estado da Virgínia, a cerca de 140 quilômetros a sudoeste de Washington, como o prisioneiro nº 45343.
Paul Manafort foi denunciado por coagir testemunhas a mentir sob juramento enquanto estava em liberdade sob fiança. Ele vai responder na prisão ao processo por lavagem de dinheiro e conspiração contra a lei federal.
"Não podia virar os olhos para isso", explicou a juíza federal de primeira instância Amy Berman Jackson. "Você abusou de confiança que lhe foi dada seis meses atrás." O julgamento deve começar em setembro.
No início do mês, Mueller denunciou Manafort por "perjúrio mediante suborno" ao manter contato com uma testemunha através de um programa de mensagens codificadas, de acordo com uma testemunha de acusação. O procurador especial investiga um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin.
A juíza admitiu que era "uma decisão extremamente difícil", mas entendeu que o réu não lhe deu outra opção. "Esta audiência não é sobre política. Não é sobre a conduta do escritório do procurador especial. É sobre a conduta do réu."
Ao comentar o caso no Twitter, o presidente Donald Trump declarou que Manafort foi tratado de maneira "muito injusta": "Uau! Que sentença dura para Paul Manafort, que representou Ronald Reagan, Bob Dole e outros grandes políticos e campanhas. Não sabia que Manafort era parte da máfia. O que dizer de Come e da Hillary Cafajeste? Muito injusto."
Manafort abanou para a mulher e foi diretamente do tribunal para a cadeia. Pouco antes das 20h30 (21h30 em Brasília) desta sexta-feira, deu entrada na prisão regional de Varsóvia, no estado da Virgínia, a cerca de 140 quilômetros a sudoeste de Washington, como o prisioneiro nº 45343.
terça-feira, 29 de maio de 2018
Terrorista muçulmano mata três pessoas na Bélgica
Um terrorista esfaqueou duas policiais pelas costas às 10h30 (5h30 em Brasília) de hoje no Boulevard d'Avroy, uma das principais artérias de Liège, cidade da região da Valônia. Era o começo de mais uma ação de extremistas muçulmanos na Bélgica.
Em seguida, pegou um revólver, matou as duas e um homem de 22 anos que estava dentro de um carro. Aos gritos de "Alá é grande!", invadiu uma escola, logo cercada pela polícia, e tomou dois funcionários como reféns. Saiu atirando, feriu quatro policiais e foi morto pela polícia.
O caso está sendo tratado como terrorismo. "Há elementos que vão na direção de um ato terrorista", declarou Eric Van Der Sypt, porta-voz da Procuradoria Federal da Bélgica. A polícia investiga as ligações do assassino com grupos terroristas ou se agiu sozinho sob a inspiração de propaganda na Internet.
"É claro que o objetivo do assassino era atacar a polícia", declarou o chefe de polícia de Liège, Christian Beaupere. Ele foi identificado como Benjamin Herman, de 36 anos, residente em Rochefort, na província de Namur.
Herman saiu na segunda-feira da prisão de Lantin, perto de Liège, onde cumpria pena por tráfico de drogas. Como não estava na lista de suspeitos de terrorismo das autoridades belgas, deve ter se radicalizado na prisão. Ele também é suspeito de matar um usuário de drogas ontem à noite em Marche-en-Famenne.
O estado alerta antiterrorismo será mantido no nível 2. Com a redução significativa dos grandes atentados, os policiais têm sido os principais alvos das ações de terroristas isolados na França e na Bélgica.
Em seguida, pegou um revólver, matou as duas e um homem de 22 anos que estava dentro de um carro. Aos gritos de "Alá é grande!", invadiu uma escola, logo cercada pela polícia, e tomou dois funcionários como reféns. Saiu atirando, feriu quatro policiais e foi morto pela polícia.
O caso está sendo tratado como terrorismo. "Há elementos que vão na direção de um ato terrorista", declarou Eric Van Der Sypt, porta-voz da Procuradoria Federal da Bélgica. A polícia investiga as ligações do assassino com grupos terroristas ou se agiu sozinho sob a inspiração de propaganda na Internet.
"É claro que o objetivo do assassino era atacar a polícia", declarou o chefe de polícia de Liège, Christian Beaupere. Ele foi identificado como Benjamin Herman, de 36 anos, residente em Rochefort, na província de Namur.
Herman saiu na segunda-feira da prisão de Lantin, perto de Liège, onde cumpria pena por tráfico de drogas. Como não estava na lista de suspeitos de terrorismo das autoridades belgas, deve ter se radicalizado na prisão. Ele também é suspeito de matar um usuário de drogas ontem à noite em Marche-en-Famenne.
O estado alerta antiterrorismo será mantido no nível 2. Com a redução significativa dos grandes atentados, os policiais têm sido os principais alvos das ações de terroristas isolados na França e na Bélgica.
terça-feira, 24 de abril de 2018
Bilionário francês é preso sob acusação de pagar propina na África
Um dos mais audaciosos empresários da França, o bilionário Vincent Bolloré, que deixou na semana passada a presidência do grupo de mídia Vivendi, foi preso hoje dentro de um inquérito sobre o pagamento de propina a funcionários de governos nacionais na África.
A polícia investiga uma subsidiária do império do bilionário ajudou a manipular eleições na África para conseguir contratos para operar portos no Togo e na Guiné. O Grupo Bolloré se apresenta como o maior operador de logística e transportes do continente.
Bolloré está detido em Nanterre, uma cidade-satélite de Paris, lidera um império industrial que vai da mídia e propaganda à construção civil e navegação. Como acionista majoritário da Vivendi, o Grupo Bolloré controla as empresas Havas, Canal Plus e Universal. A Vivendi tem ainda 23,9% do capital da Telecom Italia.
A suspeita é que a Havas cobrou abaixo do preço de mercado por seus serviços, em 2009 e 2010, para ajudar candidatos a presidente a chegar ao poder para ganhar os contratos de operação dos portos de Conacri, a capital da Guiné, e Lomé, a capital do Togo.
É uma empresa dirigida por Yannick Bolloré, filho de Vincent, que na semana passada assumiu o comando do grupo Vivendi em substituição ao pai.
Em nota, "o Grupo Bolloré nega formalmente que sua companhia subsidiária na África SDV tenha cometido irregularidades. Os serviços relativos a essas faturas foram realizados com toda a transparência."
A polícia investiga uma subsidiária do império do bilionário ajudou a manipular eleições na África para conseguir contratos para operar portos no Togo e na Guiné. O Grupo Bolloré se apresenta como o maior operador de logística e transportes do continente.
Bolloré está detido em Nanterre, uma cidade-satélite de Paris, lidera um império industrial que vai da mídia e propaganda à construção civil e navegação. Como acionista majoritário da Vivendi, o Grupo Bolloré controla as empresas Havas, Canal Plus e Universal. A Vivendi tem ainda 23,9% do capital da Telecom Italia.
A suspeita é que a Havas cobrou abaixo do preço de mercado por seus serviços, em 2009 e 2010, para ajudar candidatos a presidente a chegar ao poder para ganhar os contratos de operação dos portos de Conacri, a capital da Guiné, e Lomé, a capital do Togo.
É uma empresa dirigida por Yannick Bolloré, filho de Vincent, que na semana passada assumiu o comando do grupo Vivendi em substituição ao pai.
Em nota, "o Grupo Bolloré nega formalmente que sua companhia subsidiária na África SDV tenha cometido irregularidades. Os serviços relativos a essas faturas foram realizados com toda a transparência."
segunda-feira, 26 de março de 2018
Puigdemont fica preso até julgamento do pedido de extradição
Um juiz da cidade de Neumünster, na Alemanha, decidiu manter na prisão o ex-governador catalão Carles Puigdemont e passar o caso ao Tribunal de Justiça do Estado de Schleswig-Holstein, que vai examinar o pedido de extradição feito pela Espanha.
Puigdemont, acusado de rebelião, sedição e malversação de fundos por causa do plebiscito e da declaração de independência da Catalunha, fugiu da Espanha em outubro do ano passado. Em sua primeira declaração após a prisão, pediu calma depois dos protestos que deixaram cem feridos ontem em Barcelona.
A polícia espanhola instalou um GPS no carro de Puigdemont. Ele foi detido ontem em Schaby, na Alemanha, depois de cruzar a fronteira com a Dinamarca, com base num mandado de prisão pan-europeu, que parte do princípio de que todo o mundo terá um julgamento justo em qualquer país da União Europeia. Pretendia chegar à Bélgica, onde um dos delitos de que é acusado não é considerado crime, o que impediria a extradição.
O depoimento do ex-governador ainda não foi marcado. Embora seus advogados aleguem que sua prisão é "provisoríssima", ele só pode ser solto se o Ministério Público da Alemanha der parecer favorável. A procuradoria teme sua fuga.
"A decisão de hoje não significa que Puigdemont será extraditado, apenas que agora começa o processo", declarou o promotor distrital Georg-Friedrich Güntge.
Se Puigdemont aceitar a extradição, tudo será resolvido em dez dias. Caso contrário, a procuradoria de Schleswig-Holstein vai examinar se o pedido da Espanha está tecnicamente correto. O processo deve durar 60 dias e pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Uma delegação de partidos defensores da independência da Catalunha foi a Neumünster acompanhar o caso.
Na Bélgica, a Procuradoria-Geral declarou que não vê risco de fuga dos ex-secretários do governo regional catalão Toni Comín, Meritxell Serret e Lluís Puig.
Puigdemont, acusado de rebelião, sedição e malversação de fundos por causa do plebiscito e da declaração de independência da Catalunha, fugiu da Espanha em outubro do ano passado. Em sua primeira declaração após a prisão, pediu calma depois dos protestos que deixaram cem feridos ontem em Barcelona.
A polícia espanhola instalou um GPS no carro de Puigdemont. Ele foi detido ontem em Schaby, na Alemanha, depois de cruzar a fronteira com a Dinamarca, com base num mandado de prisão pan-europeu, que parte do princípio de que todo o mundo terá um julgamento justo em qualquer país da União Europeia. Pretendia chegar à Bélgica, onde um dos delitos de que é acusado não é considerado crime, o que impediria a extradição.
O depoimento do ex-governador ainda não foi marcado. Embora seus advogados aleguem que sua prisão é "provisoríssima", ele só pode ser solto se o Ministério Público da Alemanha der parecer favorável. A procuradoria teme sua fuga.
"A decisão de hoje não significa que Puigdemont será extraditado, apenas que agora começa o processo", declarou o promotor distrital Georg-Friedrich Güntge.
Se Puigdemont aceitar a extradição, tudo será resolvido em dez dias. Caso contrário, a procuradoria de Schleswig-Holstein vai examinar se o pedido da Espanha está tecnicamente correto. O processo deve durar 60 dias e pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Uma delegação de partidos defensores da independência da Catalunha foi a Neumünster acompanhar o caso.
Na Bélgica, a Procuradoria-Geral declarou que não vê risco de fuga dos ex-secretários do governo regional catalão Toni Comín, Meritxell Serret e Lluís Puig.
terça-feira, 20 de março de 2018
Sarkozy é preso sob suspeita receber dinheiro de Kadafi para eleição de 2007
O ex-presidente Nicolas Sarkozy foi preso hoje de manhã para ser interrogado no inquérito sobre um suposto financiamento ilegal que teria recebido do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, para a eleição de 2007. Ele passa a noite numa delegacia de polícia de Nanterre. Pode ficar detido por até 48 horas.
Em março de 2011, quando as Nações Unidas autorizaram uma intervenção militar na Líbia para impedir Kadafi de massacrar os rebeldes cercados em Bengázi, em meio a uma rebelião da chamada Primavera Árabe, o ditador declarou à mídia francesa que Sarkozy lhe devia a eleição porque ele dera 50 milhões de euros (R$ 200 milhões pela cotação de hoje) à campanha eleitoral do presidente da França.
Na época, o limite de gastos de uma campanha presidencial na França era de 21 milhões de euros (R$ 82 milhões). O caso está sob investigação desde 2013.
Sarkozy é ouvido pela primeira vez neste caso semanas depois da prisão, em Londres, de seu ex-assessor Alexandre Djouhri. Em novembro de 2016, um empresário franco-libanês confessou ter levado três malas cheias de dinheiro da Líbia para o diretor da campanha de Sarkozy, Claude Guéant.
Em entrevista ao sítio de notícias Mediapart, Ziad Takieddine revelou ter feito três viagens da capital líbia, Trípoli, a Paris. Em cada viagem, carregou uma mala com 1,5 a 2 milhões em notas de 200 e 500 euros. Ele disse ter recebido o dinheiro do chefe do serviço secreto militar de Kadafi, Abdallah Senussi.
O ex-presidente chamou Takieddine de "mentiroso" e "condenado inúmeras vezes por difamação". Sarkozy governou a França de 2007 a 2012, quando perdeu a reeleição para o socialista François Hollande. Pouco depois da posse, convidou o ditador líbio para uma visita de Estado.
Durante a guerra civil na Líbia, temendo massacres e uma fuga em massa de refugiados pelo Mar Mediterrâneo, Sarkozy articulou com os Estados Unidos e o Reino Unido uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países árabes.
Essa intervenção foi decisiva para a queda e morte de Kadafi, em 2011. Não houve uma missão internacional de paz da ONU. Até hoje, a Líbia está em estado de anarquia, com governos paralelos e milícias rivais lutando pelo poder.
Em 2016, Sarkozy ficou em terceiro lugar nas eleições prévias do partido gaullista, conservador, de centro-direita, que hoje se chama Os Republicanos e perdeu muitos eleitores e deputados com a ascensão do presidente Emmanuel Macron e sua República em Marcha.
Em março de 2011, quando as Nações Unidas autorizaram uma intervenção militar na Líbia para impedir Kadafi de massacrar os rebeldes cercados em Bengázi, em meio a uma rebelião da chamada Primavera Árabe, o ditador declarou à mídia francesa que Sarkozy lhe devia a eleição porque ele dera 50 milhões de euros (R$ 200 milhões pela cotação de hoje) à campanha eleitoral do presidente da França.
Na época, o limite de gastos de uma campanha presidencial na França era de 21 milhões de euros (R$ 82 milhões). O caso está sob investigação desde 2013.
Sarkozy é ouvido pela primeira vez neste caso semanas depois da prisão, em Londres, de seu ex-assessor Alexandre Djouhri. Em novembro de 2016, um empresário franco-libanês confessou ter levado três malas cheias de dinheiro da Líbia para o diretor da campanha de Sarkozy, Claude Guéant.
Em entrevista ao sítio de notícias Mediapart, Ziad Takieddine revelou ter feito três viagens da capital líbia, Trípoli, a Paris. Em cada viagem, carregou uma mala com 1,5 a 2 milhões em notas de 200 e 500 euros. Ele disse ter recebido o dinheiro do chefe do serviço secreto militar de Kadafi, Abdallah Senussi.
O ex-presidente chamou Takieddine de "mentiroso" e "condenado inúmeras vezes por difamação". Sarkozy governou a França de 2007 a 2012, quando perdeu a reeleição para o socialista François Hollande. Pouco depois da posse, convidou o ditador líbio para uma visita de Estado.
Durante a guerra civil na Líbia, temendo massacres e uma fuga em massa de refugiados pelo Mar Mediterrâneo, Sarkozy articulou com os Estados Unidos e o Reino Unido uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países árabes.
Essa intervenção foi decisiva para a queda e morte de Kadafi, em 2011. Não houve uma missão internacional de paz da ONU. Até hoje, a Líbia está em estado de anarquia, com governos paralelos e milícias rivais lutando pelo poder.
Em 2016, Sarkozy ficou em terceiro lugar nas eleições prévias do partido gaullista, conservador, de centro-direita, que hoje se chama Os Republicanos e perdeu muitos eleitores e deputados com a ascensão do presidente Emmanuel Macron e sua República em Marcha.
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terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Arábia Saudita arrecada US$ 106 bilhões com campanha anticorrupção
A campanha anticorrupção deflagrada pelo príncipe herdeiro, Mohamed ben Salman, rendeu US$ 106 bilhões ao tesouro da Arábia Saudita, noticiou hoje o jornal paquistanês Dawn. Como 56 acusados continuam presos, a arrecadação pode ser ainda maior.
Os acordos preveem o confisco de imóveis, empresas, títulos do mercado financeiro e dinheiro vivo, revelou o procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb.
Ao, a campanha anticorrupção interrogou 381 pessoas desde 4 de novembro de 2017. Onze príncipes foram presos, inclusive Alwaleed ben Talal, considerado o homem mais rico do reino. Desde então, cerca de 130 presos foram libertados. Os 56 presos restantes devem ser processados.
Os críticos acusam o príncipe herdeiro de usar a campanha anticorrupção para perseguir seus inimigos políticos e se consolidar no poder, a exemplo do que faz o ditador da China, Xi Jinping. A defesa das autoridades sauditas é que estão criando um ambiente mais favorável aos negócios e ao investimento estrangeiro.
MbS, como o príncipe herdeiro é conhecido, por suas iniciais, tem planos ambiciosos de reforma para desenvolver a Arábia Saudita e diminuir a dependência do petróleo até 2030. Também promove uma liberalização dos costumes. Autorizou as mulheres a dirigir, aproximou-se de Israel, diminuiu o discurso antissemita e prometeu combater o extremismo muçulmano e o apoio a grupos terroristas.
Apesar das reformas, os investidores relutam em aplicar seu dinheiro na Arábia Saudita. Temem uma reação de setores da família descontentes com a ampliação dos poderes do príncipe herdeiro.
Os acordos preveem o confisco de imóveis, empresas, títulos do mercado financeiro e dinheiro vivo, revelou o procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb.
Ao, a campanha anticorrupção interrogou 381 pessoas desde 4 de novembro de 2017. Onze príncipes foram presos, inclusive Alwaleed ben Talal, considerado o homem mais rico do reino. Desde então, cerca de 130 presos foram libertados. Os 56 presos restantes devem ser processados.
Os críticos acusam o príncipe herdeiro de usar a campanha anticorrupção para perseguir seus inimigos políticos e se consolidar no poder, a exemplo do que faz o ditador da China, Xi Jinping. A defesa das autoridades sauditas é que estão criando um ambiente mais favorável aos negócios e ao investimento estrangeiro.
MbS, como o príncipe herdeiro é conhecido, por suas iniciais, tem planos ambiciosos de reforma para desenvolver a Arábia Saudita e diminuir a dependência do petróleo até 2030. Também promove uma liberalização dos costumes. Autorizou as mulheres a dirigir, aproximou-se de Israel, diminuiu o discurso antissemita e prometeu combater o extremismo muçulmano e o apoio a grupos terroristas.
Apesar das reformas, os investidores relutam em aplicar seu dinheiro na Arábia Saudita. Temem uma reação de setores da família descontentes com a ampliação dos poderes do príncipe herdeiro.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
Ditadura chinesa prende advogado defensor da democracia
O advogado dissidente Yu Wensheng, um dos maiores defensores da democracia e dos direitos humanos na China, foi preso hoje quando levava seu filho para a escola, dois dias depois de divulgar uma carta aberta fazendo um apelo para mudança na Constituição para tornar o país mais democrático, noticiou o jornal The New York Times.
Sua licença para advogar foi suspensa durante a semana e seu passaporte foi confiscado. Como é considerado um "risco à segurança nacional" pelo regime comunista., Yu está proibido de sair da China.
A prisão ocorre num momento em que o Partido Comunista discute a portas fechadas mudanças para fortalecer ainda mais o ditador Xi Jinping. Desde o último congresso do PC, em outubro de 2017, Xi se tornou o mais poderoso líder da China desde Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping.
Na carta aberta, Yu declarou que o título de presidente "não tem significado eleitoral" na China e apelou aos membros do partido que votem em diferentes candidatos, não se limitando a referendar eleições com candidato único.
Yu conseguiu publicar sua mensagem no Facebook e no Twitter, mídias sociais proibidas na China. Sua mulher já esperava a reação da ditadura. Ela alegou que a Constituição garante, em tese, a liberdade de expressão. Na prática, manda o dirigente supremo do partido e do governo.
A prisão mostra que "sob Xi Jinping, não há espaço para questionar a supremacia do partido", observou Michael Caster, um advogado defender dos direitos humanos.
Na cadeia, Yu foi submetido a 17 horas de interrogatório com torturas que o deixaram com uma hérnia. Ele era um advogado comercial que ousou protestar publicamente quando foi proibido de ver um cliente preso por apoiar manifestações pela democracia em Hong Kong. Ele também apoiou advogados detidos numa onda de prisões de críticos da ditadura em julho de 2015.
Sua licença para advogar foi suspensa durante a semana e seu passaporte foi confiscado. Como é considerado um "risco à segurança nacional" pelo regime comunista., Yu está proibido de sair da China.
A prisão ocorre num momento em que o Partido Comunista discute a portas fechadas mudanças para fortalecer ainda mais o ditador Xi Jinping. Desde o último congresso do PC, em outubro de 2017, Xi se tornou o mais poderoso líder da China desde Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping.
Na carta aberta, Yu declarou que o título de presidente "não tem significado eleitoral" na China e apelou aos membros do partido que votem em diferentes candidatos, não se limitando a referendar eleições com candidato único.
Yu conseguiu publicar sua mensagem no Facebook e no Twitter, mídias sociais proibidas na China. Sua mulher já esperava a reação da ditadura. Ela alegou que a Constituição garante, em tese, a liberdade de expressão. Na prática, manda o dirigente supremo do partido e do governo.
A prisão mostra que "sob Xi Jinping, não há espaço para questionar a supremacia do partido", observou Michael Caster, um advogado defender dos direitos humanos.
Na cadeia, Yu foi submetido a 17 horas de interrogatório com torturas que o deixaram com uma hérnia. Ele era um advogado comercial que ousou protestar publicamente quando foi proibido de ver um cliente preso por apoiar manifestações pela democracia em Hong Kong. Ele também apoiou advogados detidos numa onda de prisões de críticos da ditadura em julho de 2015.
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Quase 2,5 mil empresas tiram sede central da Catalunha
Desde o plebiscito ilegal de 1º de outubro sobre a independência da região, 2.471 empresas tiraram suas matrizes da Catalunha, revelou hoje o jornal La Vanguardia, de Barcelona, citando como fonte a Agência Tributária.
Sob o impacto do risco gerado pela movimento pela independência, as vendas registradas pelo comércio catalão caíram de 22,4% para 19,6% do total da Espanha. Nos setores de água, energia e construção, a baixa é de 20 pontos percentuais; em finanças e seguros, de 4 pontos.
Só no dia de ontem, mais 30 empresas deixaram a província rebelde.
O governo central espanhol interveio na região, suspendendo temporariamente a autonomia regional, e convocou eleições antecipadas para 21 de dezembro, depois que o Tribunal Constitucional declarou o plebiscito ilegal. Pela Constituição da Espanha de 1978, todo o país deve votar em qualquer plebiscito sobre independência.
Por decisão da Justiça, o ex-governador, o ex-vice-governador e todos os ex-secretários do governo foram presos. O ex-governador Carles Puigdemont e quatro ex-secretários fugiram para a Bélgica, que recebeu um mandado de prisão europeu pedindo sua extradição.
Sob o impacto do risco gerado pela movimento pela independência, as vendas registradas pelo comércio catalão caíram de 22,4% para 19,6% do total da Espanha. Nos setores de água, energia e construção, a baixa é de 20 pontos percentuais; em finanças e seguros, de 4 pontos.
Só no dia de ontem, mais 30 empresas deixaram a província rebelde.
O governo central espanhol interveio na região, suspendendo temporariamente a autonomia regional, e convocou eleições antecipadas para 21 de dezembro, depois que o Tribunal Constitucional declarou o plebiscito ilegal. Pela Constituição da Espanha de 1978, todo o país deve votar em qualquer plebiscito sobre independência.
Por decisão da Justiça, o ex-governador, o ex-vice-governador e todos os ex-secretários do governo foram presos. O ex-governador Carles Puigdemont e quatro ex-secretários fugiram para a Bélgica, que recebeu um mandado de prisão europeu pedindo sua extradição.
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quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Juíza decreta prisão de todo o governo deposto da Catalunha
A juíza Carmen Lamela decretou hoje a prisão incondicional, sem direito a fiança, do ex-vice-governador da Catalunha, Oriol Junqueras, e dos ex-conselheiros (secretários de governo) Jordi Turull, Raúl Romeva, Josep Rull, Dolors Bassa, Meritxell Borrás, Joaquim Forn e Carles Mundó.
A única exceção é o ex-conselheiro Santi Vila, apontado como provável futuro governador regional depois das eleições de 21 de dezembro. Ele poderá ficar solto se pagar 50 mil euros (R$ 190 mil) de fiança, noticiou o jornal La Vanguardia, de Barcelona.
Ao justificar a decisão, a juíza alegou haver alto risco de que continuem cometendo crimes, alta probabilidade de destruição de provas e risco de que fujam da Espanha, a exemplo do que fizeram o ex-governador Carles Puigdemont e quatro secretários que estão em Bruxelas na Bélgica. Há um mandado de prisão europeu de prisão contra eles.
Todos são acusados de rebelião, sedição e malversação de fundos públicos na tentativa de promover a independência da Catalunha. A pena para rebelião é de até 30 anos de prisão.
A mesma juíza mandou prender dois líderes de movimentos sociais pela independência da Catalunha, Jordi Sànchez, da Assembleia Nacional Catalã (ANC), e Jordi Cuixart, da Òmnium, por destruir carros da polícia e impedir o trabalho da Guarda Civil durante a preparação do plebiscito ilegal realizado em 10 de outubro. Eles são considerados presos políticos pelo movimento separatista.
Os dois maiores partidos políticos do país, o Partido Popular (PP), de Rajoy, e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o maior da oposição, pediram respeito à decisão em nome da independência do Poder Judiciário.
Com certeza, as prisões vão inflamar o movimento pela independência e agravar a tensão, no fim da primeira semana de intervenção do governo central espanhol na Catalunha.
A única exceção é o ex-conselheiro Santi Vila, apontado como provável futuro governador regional depois das eleições de 21 de dezembro. Ele poderá ficar solto se pagar 50 mil euros (R$ 190 mil) de fiança, noticiou o jornal La Vanguardia, de Barcelona.
Ao justificar a decisão, a juíza alegou haver alto risco de que continuem cometendo crimes, alta probabilidade de destruição de provas e risco de que fujam da Espanha, a exemplo do que fizeram o ex-governador Carles Puigdemont e quatro secretários que estão em Bruxelas na Bélgica. Há um mandado de prisão europeu de prisão contra eles.
Todos são acusados de rebelião, sedição e malversação de fundos públicos na tentativa de promover a independência da Catalunha. A pena para rebelião é de até 30 anos de prisão.
A mesma juíza mandou prender dois líderes de movimentos sociais pela independência da Catalunha, Jordi Sànchez, da Assembleia Nacional Catalã (ANC), e Jordi Cuixart, da Òmnium, por destruir carros da polícia e impedir o trabalho da Guarda Civil durante a preparação do plebiscito ilegal realizado em 10 de outubro. Eles são considerados presos políticos pelo movimento separatista.
Os dois maiores partidos políticos do país, o Partido Popular (PP), de Rajoy, e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o maior da oposição, pediram respeito à decisão em nome da independência do Poder Judiciário.
Com certeza, as prisões vão inflamar o movimento pela independência e agravar a tensão, no fim da primeira semana de intervenção do governo central espanhol na Catalunha.
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segunda-feira, 27 de março de 2017
Líder da oposição na Rússia é condenado a 15 dias de prisão
Apesar dos protestos internacionais, a Rússia condenou hoje o líder da oposição, Alexei Navalny, a 15 dias de prisão por liderar uma manifestação não autorizada ontem em Moscou e outras cidades russas para denunciar a corrupção governamental e pedir a demissão do primeiro-ministro Dimitri Medvedev.
Mais de mil pessoas foram presas em toda a Rússia, a maioria em Moscou, onde Navalny liderava uma marcha para Rua Tverskaya quando a polícia atacou os manifestantes e prendeu seu líder. Ele é o principal adversário em potencial do presidente Vladimir Putin, candidato à reeleição em 2018.
As manifestações de ontem foram as maiores desde o início de 2012, quando a oposição russa protestava contra fraude nas eleições parlamentares. Desde então, Putin trava uma guerra ideológica contra o Ocidente, tentando desmoralizar a democracia liberal e quem a apoia na Rússia.
No mês passado, Navalny foi condenado por desvio de fundos. É suficiente para torná-lo inelegível.
Mais de mil pessoas foram presas em toda a Rússia, a maioria em Moscou, onde Navalny liderava uma marcha para Rua Tverskaya quando a polícia atacou os manifestantes e prendeu seu líder. Ele é o principal adversário em potencial do presidente Vladimir Putin, candidato à reeleição em 2018.
As manifestações de ontem foram as maiores desde o início de 2012, quando a oposição russa protestava contra fraude nas eleições parlamentares. Desde então, Putin trava uma guerra ideológica contra o Ocidente, tentando desmoralizar a democracia liberal e quem a apoia na Rússia.
No mês passado, Navalny foi condenado por desvio de fundos. É suficiente para torná-lo inelegível.
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