Um juiz da cidade de Neumünster, na Alemanha, decidiu manter na prisão o ex-governador catalão Carles Puigdemont e passar o caso ao Tribunal de Justiça do Estado de Schleswig-Holstein, que vai examinar o pedido de extradição feito pela Espanha.
Puigdemont, acusado de rebelião, sedição e malversação de fundos por causa do plebiscito e da declaração de independência da Catalunha, fugiu da Espanha em outubro do ano passado. Em sua primeira declaração após a prisão, pediu calma depois dos protestos que deixaram cem feridos ontem em Barcelona.
A polícia espanhola instalou um GPS no carro de Puigdemont. Ele foi detido ontem em Schaby, na Alemanha, depois de cruzar a fronteira com a Dinamarca, com base num mandado de prisão pan-europeu, que parte do princípio de que todo o mundo terá um julgamento justo em qualquer país da União Europeia. Pretendia chegar à Bélgica, onde um dos delitos de que é acusado não é considerado crime, o que impediria a extradição.
O depoimento do ex-governador ainda não foi marcado. Embora seus advogados aleguem que sua prisão é "provisoríssima", ele só pode ser solto se o Ministério Público da Alemanha der parecer favorável. A procuradoria teme sua fuga.
"A decisão de hoje não significa que Puigdemont será extraditado, apenas que agora começa o processo", declarou o promotor distrital Georg-Friedrich Güntge.
Se Puigdemont aceitar a extradição, tudo será resolvido em dez dias. Caso contrário, a procuradoria de Schleswig-Holstein vai examinar se o pedido da Espanha está tecnicamente correto. O processo deve durar 60 dias e pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Uma delegação de partidos defensores da independência da Catalunha foi a Neumünster acompanhar o caso.
Na Bélgica, a Procuradoria-Geral declarou que não vê risco de fuga dos ex-secretários do governo regional catalão Toni Comín, Meritxell Serret e Lluís Puig.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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