A ofensiva do Exército da Síria e aliados contra o reduto rebelde de Guta Oriental, nos arredores de Damasco, lançada em 18 de fevereiro, matou mais de mil civis, anunciou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental com sede em Londres que monitora a guerra civil no país.
"Oito civis foram mortos nas cidades de Arbine e Harasta. Outros 17 corpos foram retirados dos escombros da cidade de Duma, elevando o total de mortos na ofensiva para 1.002 civis, inclusive 215 crianças", declarou o Observatório.
Além do incessante bombardeio, com o apoio da Força Aérea da Rússia, as forças leais à ditadura de Bachar Assad, que incluem milícias iranianas e milícias xiitas financiadas pelo Irã como a libanesa Hesbolá, fizeram um grande avanço por terra. Isolaram Duma, a maior cidade do distrito de Guta Oriental, uma região agrícola na periferia da capital síria.
Diante da impotência da sociedade internacional, o regime sírio está determinado a reconquistar Guta Oriental, o último reduto rebelde na região de Damasco, cercado desde 2013, com seus 400 mil habitantes submetidos a intensos bombardeios.
Em 21 de agosto de 2013, um bombardeio com armas químicas causou a morte de 1.729 pessoas. O presidente americano Barack Obama havia prometido represálias, mas aceitou um acordo proposto pela Rússia pelo qual a Síria abriria mão de seu arsenal químico.
Obama hesitou, a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico negou autorização ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, para usar a força e a Rússia acabou intervindo militarmente em 20 de setembro e 2015 para evitar a derrota do aliado Assad, que hoje está perto da vitória.
A guerra civil síria completa sete anos neste mês de março com um balanço de mais de 500 mil mortes. Cerca de 12 milhões de pessoas, mais da metade da população do país no início do conflito, de 23 milhões, fugiram de casa; 5 milhões saíram da Síria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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