Um ataque contra a Embaixada da França e o Estado-Maior das Forças Armadas na manhã de hoje terminou com a morte de pelo menos 28 pessoas em Uagadugu, a capital de Burkina Fasso, um país da África Ocidental sem saída para o mar, noticiaram agências internacionais.
Entre os mortos, oito eram membros das forças de segurança e outros oito eram terroristas que participaram do ataque, revelou o Serviço de Informações do Governo. O ministro da Defesa, Jean-Claude Bouda, afirmou ao boletim de notícias Jeune Afrique que foi "um ataque terrorista".
Em Paris, a Justiça da França abriu inquérito por "tentativa de assassinato terrorista". O ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian, declarou que "os ataques hoje de manhã visaram vários locais de Uagadugu, inclusive a Embaixada da França. As forças de segurança burquinenses se mobilizaram contra os atacantes, com o apoio das forças de segurança de nossa embaixada."
Nenhum francês saiu ferido, mas todos foram alertados a redobrar a vigilância em Burkina Fasso. Toda a região do Sahel, ao sul do Deserto do Saara, da Mauritânia à Somália, é palco da ação de jihadistas.
A França interveio militarmente no vizinho Mali, em janeiro de 2013, para ajudar o governo local a enfrentar rebeldes jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda. A intervenção acabou oficialmente em 2014, mas a França mantém forças na região.
No momento do ataque, havia uma reunião na sede do Estado-Maior burquinense do Grupo dos Cinco do Sahel (G5 Sahel), formado por Burkina Fasso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger, para discutir o combate ao terrorismo dos extremistas muçulmanos na região.
NOTA: No dia seguinte, o Grupo de Apoio a Islamitas e Muçulmanos (GSIM, do francês), ligado à rede terrorista Al Caeda, reivindicou a autoria do atentado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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