Por uma maioria de 66%, os 643 mil membros do Partido Social-Democrata (SPD) aprovaram hoje a aliança com a União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, e sua aliada União Social-Cristã (CSU) para formar o governo da Alemanha cinco meses depois das eleições parlamentares que marcaram a volta da extrema direita ao Parlamento alemão depois da Segunda Guerra Mundial. Será o quarto governo Merkel, o terceiro com a grande coalizão dos partidos tradicionais que governaram o país no pós-guerra.
Com o avanço da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), que criticou Merkel por acolher um milhão de refugiados, a chanceler perdeu o brilho e a aura de líder do mundo ocidental e defensora da democracia liberal na era Donald Trump, um presidente dos Estados Unidos autoritário e antidemocrático.
Se não houvesse acordo, as alternativas seriam um governo fraco de centro-direita sem maioria no Bundestag (Câmara Federal) ou a realização de novas eleições em que os partidos tradicionais deveriam perder ainda mais deputados.
Merkel governou de 2005-9 e 2013-17 com o SPD e em aliança com o Partido Liberal-Democrata (FDP) de 2009-13. Mesmo fraco, o quarto governo Merkel é uma boa notícia para a economia da Europa e para a tentativa do presidente da França, Emmanuel Macron, de reformar e revigorar a União Europeia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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