quinta-feira, 15 de março de 2018

Trump vai demitir assessor de Segurança Nacional da Casa Branca

Depois do secretário de Estado Rex Tillerson, o maior peso-pesado a deixar o caos do governo Donald Trump, o presidente também deve trocar o assessor de Segurança Nacional, general Herbert McMaster, revelou o jornal The Washington Post.

Apesar do caos em seu governo, Trump se considera fortalecido neste momento pela imposição da tarifas de importação de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, e o anúncio do encontro de cúpula com o ditador da Coreia do Norte. Os novos secretário de Estado e assessor de Segurança Nacional terão de correr para preparar a reunião histórica com Kim, prevista para o fim de maio.

McMaster, um general de três estrelas, pode agora voltar ao Exército. Ao lado do secretário da Defesa, James Mattis, e do ex-secretário de Estado Rex Tillerson, era considerado um dos "adultos" do governo, capazes de corrigir a infantilidade do presidente.

Como general da ativa, homem austero e disciplinado, McMaster tem um profundo senso do dever que não se confunde com a lealdade pessoal incondicional exigida por Trump dos subordinados. Quando o presidente reclamou no Twitter que o general não havia feito esforços para defendê-lo, sua sorte estava selada.

Trump negou. No Twitter, declarou ter ótimas relações com seu conselheiro de Segurança Nacional. Tenta ganhar tempo e desmentir a imprensa liberal, que detesta. Mas a saída de McMaster é iminente.

O governo fica cada vez mais com a cara de Trump. O novo secretário de Estado, Mike Pompeo, se negou a condenar a censura e não acredita no acordo nuclear com o Irã. A nova diretora da CIA (Agência Central de Inteligência), Gina Haspel, é acusada de participar de sessões de tortura. Trump acredita na tortura.

Ontem, Larry Kudlow, um comentarista de televisão conservador sem diploma da economia foi nomeado principal conselheiro econômico da Casa Branca, em substituição a Gary Cohn, que sai porque, como defensor do livre comércio, é contra as tarifas de Trump.

Um nome cotado para conselheiro de Segurança Nacional é John Bolton, embaixador dos EUA nas Nações Unidas em 2005 e 2006, no governo George W. Bush (2001-9). É um linha-dura do Partido Republicano, um ultrarrealista. Como Trump, acredita mais no uso da força do que na diplomacia.

Entrevistei Bolton numa palestra no Royal Institute of International Affairs (RIIA), a Chatham House, em Londres. Ele reagiu com fúria a uma pergunta sobre a Iniciativa Europeia de Defesa Estratégica (ESDI), o embrião de um Exército da Europa. Como Trump, Bolton não gosta de nada que possa afetar nem de longe a supremacia estratégica e militar dos EUA.

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