Como previsto, as eleições parlamentares deste domingo na Itália apresentaram um resultado inconclusivo. Nenhum bloco deve ter maioria absoluta no Congresso. O partido mais votado foi o Movimento 5 Estrelas (M5E). Com 226 deputados, está longe dos 316 necessários para a maioria absoluta.
A maior bancada será da centro-direita, com 236 cadeiras. A neofascista Liga (antiga Liga Norte) teve 18,8% dos votos, superando sua aliada Força Itália, que ficou em 13,3%.
A expectativa é de um governo mais eurocético, que deve aumentar os gastos públicos, ignorando as restrições orçamentárias impostas pela União Europeia para reduzir a dívida pública italiana, de 130% do produto interno bruto.
O M5E obteve 30,5% dos votos, seguido pelo Partido Democrático, de centro-esquerda, liderado pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi. Com 20,2%, o partido que estava no governo desde a queda de Berlusconi, em 2011, no auge da Crise do Euro, foi o grande derrotado, por causa da estagnação econômica, do crescimento da pobreza e da onda de refugiados.
Com a centro-direita como maior força política, o líder por trás do trono será o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, do partido Força Itália. No momento, ele é inelegível por causa de condenações por corrupção e fraude fiscal. Deve indicar o atual presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, como próximo chefe de governo. Mas o líder da Liga Norte, Matteo Salvini, quer o cargo, assim como o candidato do M5E, Luigi di Maio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 4 de março de 2018
Populistas e ultradireita vencem eleições na Itália
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