O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, general Herbert McMaster, tem mais um motivo para deixar a Casa Branca, como antecipam os jornais. Mais uma vez, o presidente Donald Trump ignorou sua recomendação, noticiou o jornal The Washington Post.
McMaster aconselhou Trump a não cumprimentar o presidente Vladimir Putin pela vitória numa eleição totalmente controlada e manipulada pelo Kremlin, no momento em que os EUA investigam a interferência indevida da Rússia nas eleições americanas de 2016.
Trump é suspeito de ser o principal beneficiário de um possível conluio de sua candidatura com Moscou para derrotar Hillary Clinton, que Putin culpa por mobilizações de massa da oposição quando ela era secretária de Estado, no primeiro governo Barack Obama. A interferência russa é objeto do inquérito do procurador especial Robert Mueller.
Desde a anexação ilegal da península da Crimeia, em março de 2014, os EUA e a União Europeia adotaram sanções contra a Rússia. As relações com o Ocidente estão no pior momento desde o fim da Fica a vontade com o líder russo.
Além de cumprimentar Putin, Trump não seguiu a orientação de seus assessores, que incluíram o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal na Inglaterra entre os pontos a serem discutidos com o czar moderno, assim como a guerra civil na Síria e a questão nuclear da Coreia do Norte.
Na conversa, descrita pelo presidente americano como "muito boa", Trump sugeriu a realização de um encontro para evitar uma "nova corrida armamentista". Nenhuma palavra sobre a interferência russa nas eleições nos EUA nem sobre o espião.
"Provavelmente vamos nos encontrar num futuro não muito distante", disse o presidente dos EUA, embora nada esteja sendo planejado neste sentido, como esclareceu a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.
O cumprimento foi repudiado pelo senador John McCain, presidente da Comissão das Forças Armadas do Senado e candidato derrotado por Obama em 2008: "Um presidente americano não lidera o mundo livre cumprimentando ditador por ganharem eleições vergonhosas. Ao fazer isso com Vladimir Putin, o presidente Trump insultou todos os russos que não tiveram o direito de votar em eleições livres e limpas."
Putin ganhou com 76,6% dos votos, com a participação de 67,5% do eleitorado, de acordo com dados oficiais, mas circulam na Internet imagens de fraude eleitoral, com uma mesária enchendo a urna com cédulas de votação.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 20 de março de 2018
Trump ignora assessor de Segurança Nacional e cumprimenta Putin
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