O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, mandou matar seu meio-irmão Kim Jong Nam com o agente neurotóxico VX, uma arma química proibida, acusaram ontem os Estados Unidos. Pela lei americana, isso obriga o governo a impor novas sanções econômicas à ditadura comunista de Pyongyang no momento em que o regime norte-coreano admite negociar a desnuclearização com Washington.
"Os EUA condenam com firmeza o uso de armas químicas para cometer um assassinato", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, com base em investigação dos serviços secretos do país.
Kim Jong Nam esperava um voo para Macau, na China, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, quando duas mulheres se aproximaram e jogaram a substância em seu rosto com uma seringa de injeção. Ele chegou a ser hospitalizado, mas morrem em seguida. Presas, as duas assassinas alegaram ter sido enganadas. Elas estariam apenas participando de uma gravação inocente de TV.
"Esta demonstração pública de desprezo em relação às normas universais contra o uso de armas químicas é uma prova suplementar da natureza perigosa da Coreia do Norte e sublinha que não podemos permitir e tolerar um programa de armas de destruição em massa norte-coreano, sejam quais forem", acrescentou a nota do Departamento de Estado.
A Coreia do Norte é alvo de uma série de sanções dos EUA e do Conselho de Segurança das Nações Unidas por causa de seus programas de mísseis e armas nucleares. O impacto de novas sanções seria limitado e poderia atrapalhar as possíveis negociações diretas EUA-Coreia do Norte.
Depois de uma visita a Kim Jong Un, uma delegação liderada pelo conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul anunciou que o regime stalinista norte-coreano marcou uma reunião de cúpula com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, está disposto a negociar um acordo de paz com os EUA e a congelar seus testes de mísseis e armas atômicas durante as negociações.
É uma rara oportunidade, ainda que as exigências de segurança da Coreia do Norte, como a retirada total das forças americanas da Península Coreana, sejam inaceitáveis para os EUA. As bases militares americanas na Ásia, na Coreia do Sul e no Japão, estão lá mais para conter a China do que para proteger os aliados.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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