terça-feira, 20 de março de 2018

EUA, UE e Reino Unido exigem explicações do Facebook por roubo de dados

O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, está sendo intimido a depor no Congresso dos Estados Unidos, no Parlamento Europeu e na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico para explicar como a empresa inglesa Cambridge Analytica roubou e manipulou os dados sobre 50 milhões de americanos para ajudar a campanha de Donald Trump para a Casa Branca. As multas serão pesadas.

A Comissão Federal de Comércio dos EUA está investigando se o Facebook violou um acordo de proteção da privacidade. A rede social coleta dados fornecidos voluntariamente por mais de 1 bilhão de usuários no mundo inteiro. Usa isso para fazer propagandas destinadas aos usuários, mas não pode passar essas informações a uma empresa que manipula campanhas políticas.

No olho do furacão, a Cambridge Analytica suspendeu seu diretor-geral, Alexandre Nix, depois de uma gravação clandestina apresentada no Canal 4 da televisão britânica em que fala de táticas desonestas, inclusive sexo e suborno, para ganhar eleições no exterior. Além da eleição de Trump, a empresa participou da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia.

A Cambridge Analytica foi fundada em 2013 por Steve Bannon, chefe da campanha de Trump e ex-assessor especial da Casa Branca, e pelo milionário conservador Robert Mercer, doador do Partido Republicano.

Através do Facebook, a pretexto de fazer pesquisa, encaminhou perguntas respondidas por 270 mil usuários. Aparentemente sem autorização do Facebook, a Cambridge Analytica ampliou a coleta de dados para os amigos desses usuários. A falta de controle interno do Facebook permitiu a operação, observou o jornal The Wall Street Journal.

Com as informações sobre 50 milhões de americanos extraídas do Facebook, a Cambridge Analytica fez um grande bancos de dados e uma série de perfis do eleitorado para produzir anúncios orientados diretamente para determinado grupo de eleitores. Um ex-funcionário acusou Bannon de supervisionar pessoalmente a coleta de dados no Facebook, revelou o jornal The Washington Post.

Desde que o escândalo veio à tona, no fim de semana, em dois dias, o Facebook perdeu US$ 50 bilhões em valor de mercado na Bolsa de Valores. O diretor de segurança da informação, Alex Stamos, está deixando a empresa. Stamos seria a favor de maior transparência, mas foi vencido no debate interno da diretoria.

Os investidores temem a regulamentação das megaempresas de alta tecnologia. Antes admiradas e respeitadas, companhias como a Apple, o Facebook e o Google são quase monopólios com um tremendo poder de mercado que usam, entre outras coisas, para comprar ou sufocar possíveis rivais.

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