terça-feira, 6 de março de 2018

Principal assessor econômico de Trump sai por guerra comercial

A guerra comercial do presidente Donald Trump faz sua primeira vítima, na frente interna. O principal assessor econômico da Casa Branca, Gary Cohn, pediu demissão hoje por discordar da imposição de sobretaxas às importações de aço e alumínio. Cohn, ex-diretor do banco Goldman Sachs, é um defensor do liberalismo econômico.

É 21º alto funcionário da Casa Branca que cai fora do caótico governo Trump em pouco mais de um ano e um peso-pesado. Cohn presidia o Conselho Econômico Nacional e é considerado o maior responsável pela maior realização do atual governo, os cortes de impostos acusados de favorecerem os ricos e muito ricos.

"Gary era meu principal assessor econômico e fez um trabalho soberbo por nosso programa, especialmente na aprovação de um corte de impostos histórico e de reformas para a economia americana deslanchar uma vez mais", declarou Trump. "É um talento raro. Eu o agradeço pelo serviço dedicado ao povo americano."

Só no mês passado, saíram o secretário Rob Porter, acusado de espancamento por duas ex-mulheres, numa falha na verificação de seus antecedentes criminais, e a diretora de comunicações, Hope Kicks, que admitiu em depoimento ao Congresso dos Estados Unidos ter dito "pequenas mentiras" em defesa do presidente.

Cohn avisou na semana passada. Não ficaria se Trump insistisse em taxar o aço importado em 25% e o alumínio importado em 10%. Várias vozes dissidentes se insurgiram dentro do Partido Republicano, defensor do livre mercado.

Hoje o presidente da Câmara, deputado Paul Ryan, declarou que as tarifas deveriam ser aplicadas apenas a alguns países e citou a China.

Desde o anúncio, os maiores parceiros comerciais dos EUA, a China, a União Europeia e o Canadá, indicaram que pretendem retaliar. No fim de semana, Trump alegou no Twitter que "guerras comerciais são fáceis de ganhar". A maioria dos economistas aposta que todos perdem, a começar pelos EUA.

Os preços internos vão ficar mais altos e os ganhos na produção local serão muito menores do que as perdas, além do risco maior de uma guerra comercial capaz de destroçar o sistema multilateral de comércio construído pelos EUA no pós-guerra.

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