segunda-feira, 12 de março de 2018

Primeira-ministra britânica acusa Rússia de tentar matar agente duplo

Em discurso hoje à tarde na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, a primeira-ministra Theresa May considerou "muito provável" que o governo da Rússia seja responsável pela tentativa de assassinato do ex-agente duplo Serguei Skripal. Ele e a filha foram encontrados inconscientes numa praça da cidade de Salisbury, na Inglaterra, em 4 de março, e continuam hospitalizados em estado grave.

"Não podemos tolerar uma tentativa descarada de assassinar civis inocentes em nosso solo", bradou May.

A Rússia nega qualquer participação no ataque, mas restam poucas dúvidas. O governo britânico exigiu explicações da Rússia até amanhã à noite junto à Organização para a Proscrição de Armas Químicas (OPAQ), já que a arma usada foi um agente nervoso proibido. Caso contrário, ameaça impor novas sanções.

Skripal passou nomes de agentes russos aos serviços secretos ocidentais. Preso em 2004, foi condenado a 13 anos de prisão, mas saiu numa troca de espiões realizada com os Estados Unidos, em 2010.

May quer o apoio e a solidariedade dos países da Europa, dos quais o Reino Unido está se afastando ao sair da União Europeia. Ela prometeu medidas duras. Durante o debate, um deputado chegou a sugerir o confisco de bens e propriedades de aliados do presidente Vladimir Putin no país.

Com a Brexit (saída britânica da UE), o Reino Unido fica mais frágil. May sabe que as relações econômicas com a Rússia serão importantes quando o país sair do processo de integração europeia.

Em novembro de 2006, o ex-espião russo Alexander Litvinenko definhou diante das câmeras até morrer depois de ser envenenado por ex-colegas com Polônio-210 num hotel de Londres. O principal acusado, Andrei Lugovoi, é hoje deputado da Duma do Estado, a câmara baixa do Parlamento da Rússia.

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