Ao impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as importações de alumínio, o presidente Donald Trump deflagrou uma guerra comercial em escala global. Os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, a China, a União Europeia e o Canadá ameaçam impor tarifas retaliatórias sobre exportações americanas.
Diante da ameaça de um grande conflito comercial, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, caiu 586 pontos. Teve uma recuperação, mas terminou o dia em queda de 380 pontos (1,5%). O índice amplo Standard & Poor's 500 e a bolsa de ações de alta tecnologia Nasdaq fecharam em queda de 1,3%.
O dia começou com boas notícias. O número de novos pedidos de seguro-desemprego caiu na semana encerrada em 24 de fevereiro em 10 mil para 210 mil. É o menor desde 1969. O índice dos gerentes de compras do Institute for Supply Management chegou a 60,8, a maior leitura desde maio de 2004.
Com o anúncio inesperado de Trump impondo tarifas pesadas em nome da "segurança nacional" e da proteção de empregos nos EUA, repudiadas pelos deputados e senadores liberais economicamente do Partido Republicano e pelas grandes empresas transnacionais americanas, o mercado desandou.
Em consequência, o Índice Dow Jones voltou a ficar negativo para o ano. A Nasdaq registra alta de 4%. "Os comerciantes estão focando na questão das tarifas, enquanto os investidores estão olhando para o aumento dos lucros, a inflação baixa e as taxas de juros bastante baixas."
O Brasil, onde o aço representa 3% das exportações, ameaça recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) junto com outros países prejudicados. Mas Trump pode rejeitar a decisão e romper com a OMC, uma criação americana para promover o livre comércio e resolver conflitos comerciais, como ameaçou fazer tantas vezes, sob a alegação de que diminui a soberania dos EUA para negociar acordos internacionais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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