quinta-feira, 22 de março de 2018

Trump demite McMaster e nomeia Bolton para Segurança Nacional

Como a imprensa anunciou e a Casa Branca desmentiu depois da saída do secretário de Estado Rex Tillerson, o general Herbert McMaster será substituído por John Bolton, embaixador nas Nações Unidas no governo George W. Bush, como conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

"Tenho o prazer de anunciar que, a partir de 9 de abril de 2018, o embaixador John Bolton será meu novo assessor de Segurança Nacional", anunciou o presidente no Twitter. "Sou muito grato pelo serviço do Gen. H. R. McMaster, que fez um trabalho excelente e será sempre meu amigo." Mas os estilos e as personalidades são muito diferentes.

McMaster, um general de três estrelas, era considerado ao lado de Tillerson e do secretário da Defesa, James Mattis, um dos "adultos" do governo Donald Trump, capazes de impor alguma ordem e disciplina ao presidente. É um militar com a vida dedicada ao país e ao serviço público, sem a lealdade pessoal incondicional que Trump exige de seus subordinados.

Quando Trump reclamou que McMaster não tomava a iniciativa de defendê-lo das acusações de conluio com a Rússia durante a campanha eleitoral, sinalizou a intenção de demiti-lo.

O assessor de Segurança Nacional recomendou ao presidente que não congratulasse o ditador russo, Vladimir Putin, por sua reeleição fraudulenta no domingo passado. Trump desconsiderou o conselho e anunciou publicamente. A dança das cadeiras em altos cargos do governo dos EUA continua.

Bolton, um realista da linha-dura, é o terceiro assessor de Segurança Nacional deste governo. O primeiro, general Michael Flynn, durou menos de um mês no cargo por ter mentido ao vice-presidente Mike Pence sobre encontros com russos.

Como Trump, Bolton confia mais no uso da força do que na diplomacia para defender os interesses nacionais. De 2001 a 2005, antes de ser embaixador na ONU, Bolton foi subsecretário de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional.

De imediato, terá de aconselhar o presidente sobre o encontro com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e o acordo nuclear com o Irã. Bolton não acredita que o regime comunista norte-coreano esteja mesmo disposto a abandonar as armas atômicas nem que o regime fundamentalista iraniano pretenda fazer o mesmo.

Em artigo recente, Bolton admitiu a possibilidade de um "ataque preventivo" contra a Coreia do Norte, opção descartada pela maioria dos analistas por causa da capacidade de retaliação da ditadura comunista de Pyongyang, que poderia arrasar Seul, a capital da Coreia do Norte, matando centenas de milhares de pessoas sem usar armas atômicas.

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