sábado, 24 de março de 2018

Centenas de milhares marcham por controle de armas nos EUA

Centenas de milhares de jovens marcharam hoje pelas ruas de Washington e outras cidades dos Estados Unidos para pressionar o Congresso a aprovar novas leis de controle de armas, inclusive a proibição de venda de fuzis de guerra e outras armas usadas em massacres em escolas e outros locais do país.

Desde o Massacre de Columbine, no Colorado, em 20 de abril de 1999, em que 13 vítimas e os dois assassinos morreram, 187 mil jovens sobreviveram a ataques com armas de fogo nos EUA. Eles foram as principais vozes da Marcha por Nossas Vidas., com um grande cartaz de advertência: "Faltam só 222 dias para as eleições de meio de mandato."

Um dos mais eloquentes em seu desafio aos políticos e Associação Nacional do Rifle (NRA), o lobby dos fabricantes de armas que os financia, foi Daniel Hogg. O sobrevivente do atentado na Escola Secundária Stoneman Douglas deixou claro: "Ou nos representam e estão do nosso lado ou aceitam o dinheiro do NRA e não estão."

O movimento nacional foi organizado pelos estudantes da escola de Parkland, na Flórida, atacada em 14 de fevereiro de 2018 por Nikolas Cruz, que matou 17 pessoas e feriu outras 17.

"Para os líderes, céticos e cínicos que nos mandaram sentar, ficar em silêncio e esperar a nossa vez, bem-vindos à revolução!", bradou Cameroon Kasky para a multidão que ocupava 10 quarteirões da Avenida Pensilvânia, onde ficam a Casa Branca e o Congresso dos EUA. "Ou representam o povo ou caem fora. Fiquem do nosso ou, cuidado!, os eleitores estão chegando."

Emma González, de 18 anos, ficou em silêncio no palanque o tempo que durou o ataque ao colégio: "Desde que cheguei aqui, passaram-se 6 minutos e 20 segundos. O atirador parou de atirar e logo vai se livrar de seu fuzil, se misturar aos alunos em fuga e andar livre por mais de uma hora. Lutem por suas vidas antes que outro tenha de fazer o trabalho", citou o jornal The Washington Post.

Logo depois do massacre, o presidente Donald Trump chegou a defender maior controle, inclusive o aumento da idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. Sob pressão da NRA, recuou e passou a apoiar a proposta do lobby dos fabricantes de armas: armar professores e agentes de segurança para patrulhar as escolas.

Hogg falou que a Escola Stoneman Douglas se transformou numa "prisão", com "centenas de policiais armados andando pelo campus. Estou preocupado com a disparidade entre estudantes negros e brancos. Por exemplo, estudantes negros são suspensos numa proporção três vezes maior do que os brancos.

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