O primeiro presidente da era dos reality shows monta um governo de comentaristas de televisão, observa hoje o boletim The Daily 202, do jornal The Washington Post. Donald Trump, um presidente com fama de não ler nem o informe de inteligência preparado diariamente pelos serviços secretos dos Estados Unidos, se informa pela TV e nela recruta seus ministros.
No Departamento de Estado, Rex Tillerson, foi substituído pelo diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), Mike Pompeo, sempre pronto a defender o presidente nos programas de entrevistas. Trump não confirma, mas deve substituir o assessor de Segurança Nacional, general Herbert McMaster. O mais cotado é o ex-embaixador na ONU John Bolton, comentarista do canal direitista Fox News.
Como principal conselheiro econômico da Casa Branca, sai Gary Cohn, ex-diretor do banco de investimentos Goldman Sachs, e entra Larry Kudlow, analista do canal de notícias CNBC. Para assumir a Secretaria dos Veteranos, o favorito é Pete Hagseth, apresentador do programa Fox and Friends Weekend.
Heather Nauert, ex-apresentadora do programa Fox and Friends, foi promovida de porta-voz do Departamento de Estado a subsecretária de Estado para Diplomacia Pública. Substitui Steve Goldstein, demitido por contradizer publicamente a Casa Branca ao questionar a demissão do secretário Rex Tillerson.
Como de costume, Trump desvaloriza o conhecimento e os verdadeiros especialistas, e opta por celebridades. Durante a transição entre a eleição e a posse, o presidente manifestou o interesse de levar Bolton, Hegseth e Kudlow para o governo. Foi convencido de que eles não eram qualificados para o cargo.
Cada vez mais Trump forma um governo com sua cara e suas ideias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário