Cerca de 1,2 mil guerrilheiros das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que se transformaram em partido político depois de um acordo de paz com o governo colombiano, não abandonaram a luta armada, declarou hoje o comandante do Exército, general Alberto Mejia. A agora Força Alternativa Revolucionária do Comum admitiu a deserção de 500 dissidentes.
Os rebeldes tentam financiar a luta armada com o tráfico de drogas e se aliar ao Exército de Libertação Nacional (ELN), que retomou as negociações de paz depois de violar a trégua e matar policiais em ataques a delegacias, ou ao Clã do Golfo, que reúne paramilitares de extrema direita desmobilizados durante o governo Álvaro Uribe (2002-10).
Desde a assinatura do acordo, em novembro de 2016, pelo menos 248 dissidentes das FARC foram mortos, presos ou entregues às autoridades, revelou o comandante do Exército. O novo partido colabora com o governo no combate à violência política e à erradicação das plantações de coca.
Com o fim da Guerra Fria e da União Soviética, em 1991, o tráfico de drogas passou a ser a principal fonte de financiamento das guerrilhas esquerdistas da Colômbia, prolongando a guerra civil iniciada em 9 de abril de 1948, com o assassinado do líder liberal e candidato a presidente Jorge Eliécer Gaitán.
O ELN teria hoje cerca de 1,5 mil homens em armas. A nova FARC teve um desempenho eleitoral medíocre. Seus candidatos ao Senado obtiveram apenas 52 mil votos, 0,34% do total.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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