quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Arábia Saudita pede pena de morte para jovem ativista não violenta

Em mais uma decisão medieval capaz de causar repulsa no mundo inteiro, a procuradoria real da Arábia Saudita pediu a pena de morte por decapitação da jovem ativista Israa al-Ghomgham, presa em 2015 por participar de protestos antigovernamentais não violentos.

Através de seu novo homem-forte, o príncipe herdeiro Mohamed ben Salman, a Arábia Saudita reagiu com dureza a críticas da ministra do Exterior do Canadá, Chrystia Freeland, à prisão de Samar Badawi, irmã do ativista Raif Badawi, condenado a sete anos de prisão e mil chibatadas por criar o blog Sauditas Liberais Livres.

O governo saudita expulsou o embaixador canadense, retirou do Canadá 7 mil estudantes sauditas e suspendeu negócios, mas não no setor de energia, muito importante para os dois países. Em resposta, o primeiro-ministro Justin Trudeau reafirmou que o Canadá vai continuar defendendo os direitos humanos. Freeland é na prática uma vice-primeira-ministra.

MbS, como é conhecido, deixou claro: sua modernização permitiu a reabertura dos cinemas e que as mulheres possam dirigir no reino, mas a monarquia feudal do século 21 não tolera críticas às violações dos direitos humanos. Se a Justiça decidir pela pena de morte, os protestos internacionais serão muito maiores.

A última execução de um dissidente importante na Arábia saudita foi a do clérigo xiita Nimr al-Nimr, em 2016.

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