terça-feira, 7 de agosto de 2018

Novo presidente conservador toma posse na Colômbia

O conservador Iván Duque tomou posse hoje como presidente da Colômbia com uma agenda de reformas que inclui a redução dos impostos para empresas, a negociação de acordos de livre comércio e mudanças no acordo de paz assinado por seu antecessor, Juan Manuel Santos, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Com o apoio do ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, Duque bateu no segundo turno o candidato esquerdista Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá. Para atingir seus objetivos, vai precisar de um apoio de outros partidos políticos no Congresso, especialmente para alterar o acordo com as FARC para acabar com  uma guerra civil de mais de 50 anos.

Em pelo menos 30 cidades, as oposições se manifestaram para defender o acordo com as FARC e a proteção de seus militantes. Desde a assinatura do acordo histórico, em 2016, pelo menos 330 foram mortos.

Os conservadores liderados por Uribe e por Duque rejeitam a anistia para guerrilheiros que cometeram crimes de sangue e a reserva de 5% das cadeiras na Câmara e no Senado para o partido das FARC, que acabou sendo muito mais do que conquistariam nas urnas.

De qualquer maneira, o novo presidente vai adotar uma posição mais dura nas negociações com o Exército Nacional de Libertação (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro de esquerda da Colômbia, que violou a trégua acertada com o governo anterior.

No plano externo, a Colômbia negocia acordos de liberalização comercial com a Austrália, a Nova Zelândia, o Japão e a Turquia. Por causa da oposição dos setores agrícola e industrial, Duque pode retardar as negociações com o Japão e a Turquia.

Mesmo que forme uma ampla aliança, o novo governo vai depender da coesão interna dos partidos. Até 7 de setembro, os partidos precisam decidir se fazem aliança com o governo, ficam na oposição ou se serão independentes.

O Partido do Centro Democrático, de Duque, enfrenta as acusações de fraude e corrupção contra seu líder, o ex-presidente Uribe. As divisões internas do Partido Liberal também enfraquecem o apoio ao governo.

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