Em mais um fenômeno climático agravado pelo aquecimento global, o estado de Kerala, no Sul da Índia, sofre neste verão no Hemisfério Norte com a pior enchente desde os anos 1920s, com 324 mortes confirmadas e cerca de 220 mil flagelados fugiram de casa desde a semana passada.
Esta é a temporada de chuvas das monções, ventos que carregam vapor d'água do Mar da Arábia. Quando bate nas montanhas da Cordilheira do Himalaia, forma nuvens gigantestacas e deságua em chuvas torrenciais no subcontinente indiano, a região conhecida como Sul da Ásia.
Pelo menos 93.219 pessoas estão alojadas em acampamentos no distrito de Thrissur. Em Alappuzha, mais de 10 mil pessoas estariam no teto de suas casas, sem comida nem medicamentos.
O Exército mobilizou helicópteros e a Marinha está usando pequenas embarcações e botes de borracha para salvar pessoas isoladas pela enchente.
A água subiu até atingir os motores dos aviões estacionados no aeroporto internacional de Kochi, o mais importante de Kerala. Com o aeroporto fechado, as operações de resgate e ajuda humanitária são prejudicadas.
Enquanto a temperatura bate recordes nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, com incêndios florestais na Califórnia, em Portugal e na Grécia, e mortes no Japão, na Índia, são as tempestades que matam.
Hoje o primeiro-ministro nacionalista hindu Narendra Modi sobrevoou a região alagada e prometeu ajuda financeira para o combate imediato às cheias, inclusive às famílias dos mortos e aos feridos, num total de 500 crores, 5 bilhões de rúpias, cerca de US$ 71,63 milhões ou R$ 280 milhões.
Em Kochi, o chefe de governo se reuniu com o governador estadual e ministros envolvidos na operação. Outros estados prometeram ajuda.
Cada família de morto vai receber 2 lakhs, 200 mil rúpias, cerca de US$ 2.852 ou R$ 11.232,40. Cada ferido terá direito a 50 mil rúpias, cerca de R$ 2.808.
O líder do Partido do Congresso, de oposição, Rahul Gandhi, pediu ao primeiro-ministro que declare a enchente de Kerala um "desastre nacional" e decrete estado de calamidade pública no estado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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