segunda-feira, 27 de agosto de 2018

ONU acusa Forças Armadas de Mianmar de genocídio

As Forças Armadas de Mianmar, a antiga Birmânia, cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade contra a minoria rohingya, no estado de Rakhine, que configuram genocídio, denunciou um relatório das Nações Unidas, citado pelo jornal inglês The Guardian, pedindo ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que abra os devidos processos.

Como o governo de Mianmar não deixou os investigadores da ONU entrarem no país, eles entrevistaram 875 pessoas que fugiram. Essas testemunhas contaram que os militares "mataram indiscriminadamente, violentaram mulheres, atacaram crianças e incendiaram vilas inteiras" em Kakhine, onde vivem os muçulmanos rohingya, e também nos estados de Chan e Kachin, onde há outros grupos étnicos rebeldes.

Os militares mianmarenses são acusados de homicídios, prisão arbitrárias, sequestros, desaparecimento depessoas, tortura, estupro, perseguição e escravização - todos crimes contra a humanidade. No Norte de Rakhine, foram coletadas provas de extermínio em massa e deportação.

"As recomendações claras do relatório mostrou a necessidade óbvia de dar passos concretos para levar à Justiça esses crimes atrozes, em vez de condenações e expressões de preocupação vazias", declarou o diretor para a Ásia da organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos), Brad Adams.

"Este relatório deve eliminar qualquer dúvida sobre a urgência de investigar as responsabilidades por essas atrocidades em massa", acrescentou.

Em um ano de ofensiva militar, cerca de 25 mil rohingyas foram mortos e 700 mil fugiram para Bangladesh. O maior acusado é o comandante-em-chefe das Forças Armadas, general Min Aung Hlaing, que prometeu resolver "o antigo problema bengalês".

Minutos depois da divulgação do relatório, o Facebook tirou da rede 18 contas e 52 páginas ligados aos militares de Mianmar, inclusive uma do general. Eles foram usadas para culpar "terroristas muçulmanos" pelos massacres.

"Queremos impedir que usem nosso serviço para inflamar ainda mais as tensões étnicas e religiosas", declarou o Facebook.

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