Com o apoio da Força Aérea e da Marinha da Rússia, as forças leais ao ditador Bachar Assad e milícias aliadas, inclusive iranianas, devem lançar a qualquer momento uma ofensiva contra o último reduto rebelde na guerra civil da Síria, na província de Idlibe, no Noroeste do país, noticiou a agência Reuters. Cerca de 10 mil rebeldes ligados grupos jihadistas estão cercados na região.
A Rússia deslocou navios de guerra capazes de disparar mísseis. Em Moscou, o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, advertiu os Estados Unidos a não reagirem à ação contra "terroristas", como o regime sírio chama seus inimigos na guerra civil.
Lavrov falou em "abscesso purulento". Essa linguagem médica é usada militarmente para desumanizar o inimigo e assim justificar mortos e massacres. A Rússia entrou diretamente na guerra civil síria em 30 de setembro de 2015, quando seu aliado Assad parecia perdido, e virou o jogo.
No caso, a maioria dos rebeldes pertence a grupos jihadistas como o Exército da Conquista, uma aliança que inclui a rede Al Caeda, e tem o apoio da Turquia. O presidente Recep Tayyip Erdogan entrou em contato com a Rússia e o Irã, que também apoia Assad, para evitar uma massacre que parece iminente.
Através da subsecretária Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado, os EUA "manifestaram preocupação não apenas com um possível ataque químico, mas com qualquer tipo de escalada da violência em Idlibe que ponha em riscos os civis e a infraestrutura".
Com a carta branca que Trump deu aos generais do Pentágono, a Força Aérea dos EUA arrasou Rakka, a capital do califado proclamado em 2014 pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Recentemente, cancelou uma ajuda de US$ 200 milhões para reconstruir a região e pediu aos aliados no Oriente Médio, especialmente a Arábia Saudita, para pagar a conta.
Em sete anos e meio, mais de 500 mil pessoas morreram na guerra civil da Síria. Cerca de 6 milhões de pessoas fugiram do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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