Sete policiais saíram feridos de uma explosão atribuída pelo governo da Venezuela a um drone, no momento em que o ditador Nicolás Maduro discursava em solenidade militar na festa de 81 anos da Guarda Nacional. O regime chavista afirmou ter sido um atentado.
Maduro saiu ileso e pouco depois fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para denunciar um suposta atentado contra sua vida: “Tentaram me assassinar no dia de hoje”, esbravejou o ditador, acusando o presidente da Colômbia, José Manuel Santos, noticiou o jornal venezuelano El Nacional.
Alguns bombeiros que atenderam à ocorrência duvidaram da versão oficial, noticiou a agência Associated Press (AP), citando ainda três funcionários não identificados que disseram se tratar de um vazamento de gás num prédio próximo. Mas esta seria uma segunda explosão.
A oposição denuncia um “autogolpe” para justificar um aumento da repressão.
Por causa da situação catastrófica da economia da Venezuela e da implantação de uma ditadura total no ano passado, com a eleição fraudulenta de uma Assembleia Nacional Constituinte servil a Maduro em 2017, consolidada pela reeleição presidencial também fraudulenta em maio de 2018, a posição do ditador está cada vez mais ameaçada.
No ano passado, o policial Óscar Pérez sequestrou um helicóptero e disparou contra o Ministério do Interior e outros prédios públicos em Caracas. Ao ser cercado pela polícia, em fevereiro deste ano, ele tentou se render mas foi metralhado. O recado é claro: qualquer rebelião militar será respondida a ferro e fogo.
Com a militarização do regime chavista sob Maduro, que nomeou centenas de militares a mais do que o finado caudilho Hugo Chávez, a maior ameaça vem de dentro do próprio governo. O ditador conquistou com fraude um segundo mandato de seis anos. Mas a queda do produto interno bruto pela metade desde a morte de Chávez, em 2013, o desabatecimento generalizado e a inflação, prevista para chegar a 1.000.000% ao ano em 2018, indicam que dificilmente Maduro vai completar o mandato.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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