O Exército colombiano está tentando prender três líderes da Força Alternativa Revolucionária do Comum, o partido político formado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) depois do acordo de paz com o governo anterior do país, denunciaram membros do antigo grupo guerrilheiro comunista, citados pelo jornal El Heraldo, de Barranquilla. Eles são acusados de violar o acordo.
A prisão de líderes das FARC indica que parte dos militantes do grupo continua envolvida com o tráfico de drogas ou outras atividades ilícitas, fenômeno comum em processos de paz, quando ex-guerrilheiros têm dificuldades em voltar à vida civil.
O acordo de paz assinado em 2016, depois de quatro anos de negociação, acabou com uma guerra civil de 52 anos contra as FARC, que tinha origens no período conhecido na história da Colômbia como La Violencia, que se seguiu ao assassinato do candidato liberal à Presidência Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948.
Mas forças conservadoras lideradas pelo ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe se opõem à anistia dada a guerrilheiros que cometeram crimes de sangue e à garantia de vagas na Câmara e no Senado para ex-guerrilheiros.
Com a vitória do uribista Iván Duque na eleição presidencial deste ano, a expectativa é de uma revisão do acordo. As prisões podem ser um primeiro sinal. Se mais líderes forem presos, aumenta o risco de ruptura do acordo e de volta de guerrilheiros à clandestinidade, desta vez como crime organizado. A luta armada perdeu o sentido.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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