O governo da Etiópia deteve Ahmed Abdi Mohamed Omar, ex-governador de Ogaden, também conhecida como região somaliana, sob as acusações de graves violações dos direitos humanos e de incitar à violência étnica e religiosa, noticiou ontem o boletim de notícias Africa News.
A batalha pelo controle da região de Ogaden é um teste crucial para o primeiro-ministro Abiy Ahmed. Na chefia do governo desde abril, Ahmed tenta tomar o poder de Omer e suas milícias.
No passado, a Etiópia teve problemas para manter o controle sobre a região somaliana, o que levou ao fortalecimento das milícias. Em 12 de agosto, a Frente de Libertação Nacional de Ogaden (FLNO) declarou um cessar-fogo unilateral citando os esforços do primeiro-ministro pela reconciliação nacional.
Uma presença militar forte na conturbada região de Ogaden é importante por causa da situação de anarquia em que vive a vizinha Somália desde 1991. Mas o controle de Adis Abeba sobre a região levou à revolta dos etíopes de etnia somaliana.
A FLNO luta pela autodeterminação da região somaliana desde meados dos anos 1980s. Em resposta, o governo etíope criou a milícia Liyu. Na luta contra a guerrilha, a milícia liderada por Omar cometeu diversos crimes. Ele foi preso, mas tem muitos amigos mais poderosos.
País que mais cresce hoje no mundo, acima de 10% ao ano nos últimos anos, a Etiópia passa por uma transformação profunda. Seu ambicioso primeiro-ministro fez a paz com a Eritreia e tenta fazer o mesmo em Ogaden.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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