A Comissão Eleitoral do Zimbábue acaba de anunciar a vitória do presidente Emmerson Mnangagwa na eleição da última segunda-feira, com 2,46 milhões de votos (51%), contra 2,15 milhões (44%) para Nelson Chamisa, do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), que rejeitou o resultado oficial e promete contestar na Justiça “de todas as formas possíveis”.
Pelo menos seis pessoas foram mortas ontem, quando o Exército e a Polícia atiraram contra uma multidão de manifestantes que protestavam na capital, Harare, contra uma suposta fraude eleitoral.
Como vice-presidente e antigo lugar-tenente do ditador Robert Mugabe, deposto por ele no ano passado, Mnangagwa, conhecido popularmente como Crocodilo, é cúmplice dos crimes cometidos pelos governos da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF), que governa a antiga Rodésia do Sul desde o fim da ditadura da minoria branca, em 1980.
Mugabe, o herói da independência convertido em ditador em mais uma tragédia africana, caiu em 21 de novembro de 2017 por tentar impor sua mulher, Grace Mugabe, como sucessora.
Antes de depor Mugabe, Mnangagwa enviou o então ministro da Defesa, general Constantino Chiwenga, a Beijim para obter o aval da China, única fonte de financiamento externo para o Zimbábue, que há duas décadas sofre sanções das potências ocidentais por causa das violações dos direitos humanos, da corrupção, da má administração e das fraudes eleitorais. Chiwenga é hoje vice-presidente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Zimbábue anuncia vitória do presidente Mnangagwa
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