Por 38 a 31 votos, o Senado da Argentina rejeitou há pouco um projeto aprovado na Câmara, por 129 a 125, que legalizaria o aborto no país nas primeiras 14 semanas de gravidez. Agora, a matéria só pode voltar a ser discutida no próximo ano.
A aliança Cambiemos (Mudemos), do presidente Maurício Macri, e o Partido Justicialista (peronista) se dividiram, mas a maioria dos seus senadores votou não. Na aliança kirchnerista Frente para a Vitória, a ala do peronismo liderada pela ex-presidente e possível candidata em 2019 Cristina Kirchner, houve apenas um voto contra o aborto.
Houve duas abstenções e uma ausência. Por gênero, 24 homens votaram contra o aborto e 17. As mulheres se dividiram: 14 votaram a favor e 14 contra.
O presidente Macri é pessoalmente contra o aborto, mas prometeu não vetar a lei, se fosse aprovada. Com a derrota do projeto, a Casa Rosa cogita incluir a despenalização do aborto na reforma do Código Penal argentino. O aborto continuaria sendo crime, mas as mulheres deixariam de ser punidas com prisão, noticiou o jornal Clarín.
Do lado de fora do Congresso, manifestantes a favor do aborto protestaram e atacaram a polícia, que usou jatos d’água e gás lacrimogênio. Às três da manhã, mesma hora de Brasília, ainda há tumulto nas ruas de Buenos Aires ao redor do Palácio do Congresso.
Na América do Sul, o aborto só é permitido no Uruguai.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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