quarta-feira, 8 de maio de 2019

Venezuela prende vice-presidente da Assembleia Nacional

Na primeira retaliação contra um dos líderes da fracassada rebelião de 30 de abril, o Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin) prendeu hoje o vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Edgar Zambrano.

Dez líderes da oposição são acusados de "traição, conspiração e rebelião" por terem convocado militares e a população em geral para um levante contra a ditadura de Nicolás Maduro, inclusive o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, e o líder de seu partido, Vontade Popular, Leopoldo López.

Guaidó reagiu no Twitter: "Estão tentando destruir o poder que representa todos os venezuelanos, mas não vão vencer."

O próprio Zambrano transmitiu sua prisão ao vivo. Seu carro foi cercado por agentes do Sebin. Como ele se recusou a sair, o carro foi guinchado até a prisão de Helicoide, onde o regime chavista mantém vários prisioneiros políticos.

A oposição obteve maioria de dois terços na Assembleia Nacional nas últimas eleições democráticas realizadas na Venezuela, em 6 de dezembro de 2015. Desde então, Maduro tomou várias medidas para anular a vitória da oposição, em especial a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte eleita sob medida pelo regime para usurpar o poder do parlamento eleito democraticamente.

Em maio do ano passado, Maduro foi reeleito com fraude generalizada. Os principais candidatos da oposição foram impedidos de concorrer. Depois da posse, em 10 de janeiro de 2019, a Assembleia Nacional o considerou um presidente ilegítimo e proclamou Guaidó como presidente interino até a realização de nova eleição.

Por três vezes, Guaidó tentou derrubar Maduro: ao se apresentar como presidente legítimo, em 23 de janeiro, ao tentar promover uma entrega de ajuda humanitária e no fim do mês passado, ao convocar a rebelião.

Apesar dos apelos da oposição e uma suposta negociação de seus líderes com os militares, a cúpula das Forças Armadas manteve o apoio a Maduro. A prisão de Zambrano marca o início de uma repressão mais dura contra os chefes da rebelião.

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