A produção de petróleo da Venezuela caiu dois terços em um ano e meio. Caiu de 1,5 milhão para 500 mil barris diários, informou na terça-feira, 14 de maio, o boletim de notícias Argus, especializado em matérias-primas. O país extrai hoje apenas 500 mil barris por dia de suas imensas reservas, as maiores do mundo.
Em abril, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estimou a produção venezuelana em 770 mil barris por dia. Uma redução desta ordem, se confirmada, será mais uma péssima notícia para a ditadura de Nicolás Maduro.
A forte queda é atribuída ao aumento das sanções impostas pelos Estados Unidos, que incluem a importação de petróleo venezuelano e a exportação dos diluentes que a companhia estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PdVSA) usada para misturar ao óleo pesado que produz e torná-lo próprio para a exportação.
A primeira rodada de sanções dos EUA pressionou uma produção de petróleo abalada por problemas estruturais generalizados, com fuga de mão de obra especializada, falhas de manutenção e a corrupção endêmica do regime chavista.
Um declínio ainda maior na indústria petrolífera da Venezuela é esperada quando as sanções secundárias começarem a ser sentidas. Os EUA proibiram empresas e indivíduos que não moram no país de fazer negócios com a PdVSA, sob pena de não poderem atuar no mercado americano.
Até o final de 2020, a produção pode baixar para 375 mil barris por dia. No pico, em 1998, a Venezuela chegou a produzir mais de 3 milhões de barris por dia.
Como o principal é o único produto de exportação importante da Venezuela e a principal fonte de arrecadação do governo, o virtual colapso do setor agrava ainda mais a situação.
O país vive a pior crise de sua história, com inflação 1.300.000% no ano passado, previsão de 10.000.000% neste ano, queda do produto interno bruto pela metade em cinco anos e desabastecimento generalizado.
Com a crise política, dois governos, a pressão internacional sobre Maduro e a piora da economia, a Venezuela afunda cada vez mais no caos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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