quarta-feira, 15 de maio de 2019

Produção industrial e vendas do varejo na China desapontam

As vendas do varejo na China cresceram em abril no menor ritmo em 16 anos, enquanto a produção industrial e o investimento em capital fixo ficaram abaixo da expectativa do governo, que tenta revigorar a economia para enfrentar a guerra comercial com os Estados Unidos, noticiou o jornal inglês Financial Times.

De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China, as vendas no varejo registraram um avanço anual de 7,2% no mês passado, o menor desde 2003, com queda no comércio de cosméticos e artigos de uso pessoal. Os economistas entrevistados pela agência Reuters esperavam alta de 8,6%, depois um crescimento de 8,7% em março.

A produção industrial subiu 5,4% nos últimos 12 meses, abaixo da expectativa, que era de 6,5%, caindo para o nível de novembro, o menor desde a crise financeira internacional de 2008.

O investimento em capital fiou nos primeiros quatro meses do anos cresceu 6,1% em relação ao mesmo período no ano passado, ficando abaixo dos 6,3% do mês passado e dos 6,4% das previsões. O investimento privado avançou 5,5% e o das empresas estatais 7,8%.

No mês passado, a segunda maior economia do mundo, com PIB rondando os US$ 14 trilhões, parecia mais robusta. O presidente Donald Trump se vangloria de que os EUA estão mais fortes economicamente para o embate.

O cacife americano é maior. Os EUA importaram no ano passado US$ 539 bilhões em produtos chineses e exportaram bens no valor de US$ 120 bilhões.  A China precisa dos dólares americanos para manter o ritmo de sua economia.

Houve uma escalada na guerra comercial entre os dois países. Na seta-feira, o governo Trump impôs tarifas de 25% sobre US$ 200 bilhões em importações anuais da China, que reagiu ontem aplicando a mesma taxa a US$ 60 bilhões das exportações anuais dos EUA para lá.

Trump prometeu ontem uma grande vitória, mas a China não vai aceitar nenhum tipo de humilhação, acordo desfavorável e mudança de seu modelo econômico, do capitalismo de Estado que a transformou numa potência mundial. Nenhum líder chinês pode dar a impressão de estar fazendo muitas concessões ao Ocidente.

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